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Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista: alta de 0,27% em abril de 2016
O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela
Agropecuária Paulista (IqPR)1, 2 (que mede a variação dos preços
recebidos pelos produtores paulistas) encerrou o mês de abril de 2016 com alta
de 0,27% na comparação com o mês anterior. Na decomposição dos grupos de
produtos, o IqPR-V (produtos de origem vegetal) fechou em 0,84%, enquanto o
IqPR-A (produtos de origem animal) terminou o mês com queda de -1,44%,
respectivamente (Tabela 1). Na tabela 1 são apresentados os
resultados das variações dos índices entre as últimas semanas de março/2016 e
abril/2016. Nesse período, o IqPR caiu 4,04 pontos percentuais em relação ao
mês anterior, e nas 4 quadrissemanas do mês de abril, as variações tiveram
também comportamento decrescente, passando de 2,50% na primeira semana para o
0,27% na última. Nota-se comportamento mais elástico para o índice de origem
animal, com o IqPR-A recuando de uma variação positiva de 3,52% em março para -1,44%
no final de abril. Quando a cana-de-açúcar (que em
abril teve alta no preço da tonelada no campo de 1,38%) é excluída do cálculo
do índice na ponderação dos produtos, o IqPR (geral sem cana) registra queda de
-0,92%, 1,19 ponto percentual abaixo do IqPR com cana. Isoladamente, os produtos
vegetais analisados (sem a inclusão da cana) tiveram variação negativa de 0,38%
(Tabela 1). Os principais produtos do IqPR que apresentaram
elevações nas cotações do mês de abril/2016 em relação a março/2016 foram batata
(87,50%), amendoim (11,23%%) e milho (6,59%) (Tabela 2). No caso da batata, a menor oferta do produto
originário da safra mineira, paranaense e paulista, causada pela grande
quantidade de chuvas em janeiro e fevereiro (que dificultaram o preparo do solo
para o plantio), e o tempo seco e quente no mês de abril (que reduziu a
produtividade), dão um indicativo de que o início da safra de inverno do
Centro-Sul corre o risco de não atender toda a demanda do mercado com o
produto, que poderá ser substituído no varejo pela mandioca e pela batata-doce. Os produtos que apresentaram quedas de preços no mês
de abril/2016 foram tomate para mesa (20,16%), banana nanica (14,59%) e ovos
(9,23%) (Tabela 2). Produto de alta pericibilidade, o tomate colhido na
safra paulista das regiões de Campinas e Mogi Mirim elevou a oferta e
automaticamente reduziu os preços recebidos pelos seus produtores neste último
mês. Em resumo, no mês de abril/2016, 7 produtos
apresentaram alta de preços (5 de origem vegetal e 2 de animal) e 11
apresentaram queda (7 de origem vegetal e 3 de animal) (Tabela 2). ACUMULADO
DOS ÚLTIMOS 12 MESES No acumulado dos últimos 12 meses (abril/2015 a
abril/2016), os três índices apurados (IqPR, IqPR-V e IqPR-A) registram altas
nas variações e fecharam em, respectivamente, 16,04%, 17,28% e 12,00% (Tabela 1
e Figura 1). Retirado o produto cana-de-açúcar
(cujo valor da tonelada no campo teve variação positiva de 8,82% na comparação
com abril de 2015), os índices acumulados encerraram o último mês de 2016 com
valorizações maiores: o IqPR (sem cana) vai para 23,90%, enquanto o IqPR-V (sem
cana) sobe para 36,53%. Esses números mostram que no acumulado destes 12 meses,
grande parte dos produtos vegetais tiveram variações em seus preços bem maiores
do que o da cana-de-açúcar. (Tabela 1). Na figura 1, observa-se as
variações acumuladas mensalmente dos três índices (IqPR, IqPR-V e IqPR-A). De
um modo geral apresentam praticamente o mesmo comportamento com crescimentos
bastante significativos a partir do mês de agosto/2015 até o mês de março/2016,
que em parte é reflexo da desvalorização do real frente ao dólar que, por um
lado, amplia o mercado interno de produtos para exportação e, por outro,
encarece os custos de produção com uso de insumos importados ou parte deles.
Fatores como aumento dos combustíveis e tarifas de energia elétrica também
contribuíram no aumento dos custos que foram repassados para os produtos. Para
o mês de abril/2016, nota-se certa estabilidade no IqPR em relação ao mês
anterior, devido a menor aceleração do índice dos produtos vegetais e da queda
do índice dos produtos de origem. Comparando os preços entre
abril/2016 e abril/2015, apenas tomate para mesa (-39,85%),
carne suína (-2,21%) e arroz (-0,48%) apresentaram quedas em suas cotações. Com
altas significativas, batata (147,43%), laranja para indústria (75,03%), milho
(69,03%), amendoim (43,64%), ovos (23,43%), algodão (19,14%), carne de frango
(17,37%), trigo (14,72%), banana nanica (14,29%) e leite cru resfriado (14,29%)
subiram acima do Índice de Preços Pagos pelos Produtores (IPP) calculado pelo
Instituto de Economia Agrícola (IEA) nos últimos 12 meses (alta de 14,21%)3.
Abaixo do patamar desse indicador que mostra os reajustes dos custos de
produção, estão as variações das seguintes culturas: laranja para mesa
(12,71%), cana-de-açúcar (8,82%), soja (7,70%), carne bovina (4,77%) e café
(3,17%) (Tabela 2). __________________________________________ 1A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada,
ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de
preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As
variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas
(referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a
referência = 01/04/2016 a 30/04/2016 e base = 01/03/2016 a 31/03/2016. 2Artigo completo
com a metodologia. PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos
pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.
38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em:
<http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573>. Acesso em: maio
2016. 3O Índice de Preços Pagos pelos Produtores (IPP) consiste em uma
medida de caráter geral das variações nos preços dos insumos e serviços
comprados pelos agricultores. Ele é composto por produtos de natureza
industrial (como adubos, defensivos, vacinas, medicamentos, combustíveis,
lubrificantes e outros), produtos de natureza agrícola (como sementes, mudas e
adubos vegetais e animais), máquinas e equipamentos. Palavras-chave: IqPR, índice,
preços agrícolas, variações, indicadores, índices, preços pagos.
Data de Publicação: 16/05/2016
Autor(es):
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor