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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro no Primeiro Trimestre de 2016
No primeiro trimestre de 2016, as
exportações1 do Estado de São Paulo somaram US$10,52 bilhões (25,9%
do total nacional), e as importações2, US$12,16 bilhões
(37,8% do total nacional), registrando deficit de US$1,64 bilhões. Em relação
ao primeiro trimestre do ano de 2015, o valor das exportações paulistas caiu
2,0% e o das importações 30,6%, reduzindo em 76,0% o deficit comercial (Figura 1). A queda nas exportações paulistas
(-2,0%), comparando-se os primeiros três meses de 2016 e 2015, foi menor
do que a das exportações brasileiras (-5,2%), e nas importações, a diminuição em
São Paulo (-30,6%) também foi menor do que no Brasil (-33,4%). Assim, na
conjunção dos desempenhos das exportações e importações, o deficit da balança comercial paulista registrou queda de 76,0%,
enquanto a balança comercial brasileira - deficitária em 2015 - apresentou superavit de US$8,38 bilhões. O agronegócio3
paulista apresentou exportações crescentes (+8,7%), atingindo US$4,25 bilhões.
As importações setoriais diminuíram (-20,8%), somando US$1,14 bilhão, e o
saldo, de US$3,11 bilhões, foi 25,9% maior que o do primeiro trimestre do ano
de 2015 (Figura 2). Destaque-se que as importações paulistas nos demais setores
- exclusive o agronegócio - somaram US$11,02 bilhões e as exportações US$6,27
bilhões, gerando um deficit comercial
desse agregado, de US$4,75 bilhões no primeiro trimestre de 2016. Assim,
conclui-se que o comércio exterior paulista seria mais deficitário não fosse o
desempenho do agronegócio estadual. Os cinco principais grupos nas
exportações do agronegócio paulista, no primeiro trimestre de 2016, foram:
complexo sucroalcooleiro (US$1,59 bilhão); sucos (US$549,90 milhões, dos quais
98,3% referentes a sucos de laranja); carnes (US$488,22 milhões, em que a carne
bovina respondeu por 79,8%); produtos florestais (US$412,95 milhões); e complexo
soja (US$344,53 milhões). Esses cinco agregados
representaram 79,6% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1). Tiveram crescimento, na comparação
do primeiro trimestre de 2016 com o de 2015, as exportações paulistas de:
pescados (+1.062,5%); cereais, farinhas e preparações (+171,5%); complexo soja
(+57,4%); produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (+53,5%);
produtos oleaginosos (+36,9%); chá, mate e especiarias (+34,2%); demais
produtos de origem vegetal (+27,6%); animais vivos (+19,1%); complexo
sucroalcooleiro (+16,1%); fibras e produtos têxteis (+14,2%); produtos
alimentícios diversos (+10,7%); bebidas (+5,8%); e produtos florestais (+3,2%).
Houve redução nas demais4, ou seja: lácteos (-37,3%); plantas vivas
e produtos de floricultura (-28,1%); rações para animais (-27,2%); café
(-24,3%); couros, produtos de couro e peleteria (-19,8%); produtos apícolas
(-15,8%); cacau e seus produtos (-14,5%); frutas (-5,2%); carnes (-3,7%); sucos
(-2,1%); e demais produtos de origem animal (-1,3) (Tabela 1). A participação das exportações do
agronegócio paulista no total do estado aumentou 4,0 pontos percentuais, e a
participação das importações cresceu 1,2 ponto percentual, na comparação dos
primeiros trimestres de 2015 e 2016 (Figura 3). A balança comercial brasileira
registrou superavit de US$8,38
bilhões no primeiro trimestre de 2016, com exportações de US$40,57 bilhões e
importações de US$32,19 bilhões. O superavit
comercial ocorreu em função de queda nas importações (-33,4%), maior do que a
das exportações (-5,2%) (Figura 4). No primeiro trimestre de 2016, as
exportações do agronegócio brasileiro aumentaram 8,7% em relação a igual
período do ano anterior, atingindo US$20,03 bilhões (49,4% do total). Já as
importações do setor diminuíram 21,5%, também na comparação com os três primeiros
meses de 2015, somando US$3,03 bilhões (9,4% do total). O superavit do agronegócio no período foi de US$17,00 bilhões, 16,7%
superior ao do primeiro trimestre do ano passado (Figura 5). Portanto, o comércio
exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio,
uma vez que os demais setores, com exportações US$20,54 bilhões e importações
de US$29,16 bilhões, produziram no período um deficit de US$8,62 bilhões. Os cinco principais grupos do
agronegócio brasileiro nas exportações do primeiro trimestre de 2016 foram: complexo
soja (US$ 5,13 bilhões); carnes (US$ 3,21 bilhões);
produtos florestais (US$ 2,56 bilhões); cereais, farinhas e preparações (US$ 2,19 bilhões); e, complexo
sucroalcooleiro (US$ 2,18 bilhões). Esses cinco agregados responderam por 76,2%
das vendas externas do agronegócio nacional (Tabela 2). Na comparação com o primeiro
trimestre de 2015, aumentaram as exportações de: cereais, farinhas e
preparações (+66,7%); fibras e produtos têxteis (+37,5%); pescados (+29,4%);
complexo soja (+26,5%); produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos
(+23,6%); chá, mate e especiarias (+18,9%); cacau e seus produtos (+13,3%);
bebidas (+8,2%); produtos oleaginosos (+7,6%); demais produtos de origem
vegetal (+5,4%); produtos alimentícios diversos (+4,6%); produtos florestais
(+4,5%); e complexo sucroalcooleiro (+0,1%). Diminuíram as exportações de:
lácteos (-41,1%); rações para animais (-26,7%); plantas vivas e produtos de
floricultura (-23,8%); café (-23,4%); animais vivos (-19,6%); produtos apícolas
(-17,6%); couros, produtos de couro e
peleteria (-12,9%); fumo e seus produtos (-11,0%); demais produtos de origem
animal (-3,4%); carnes (-1,8%); frutas (-1,7%); e sucos (-0,8%) (Tabela
2). A participação do agronegócio no
total do país aumentou 6,3 pontos percentuais nas exportações, e 1,4 ponto
percentual nas importações (Figura 6). A participação paulista no total da
balança comercial brasileira aumentou em termos das exportações (+0,8 ponto
percentual) e também no tocante às importações (+1,5 ponto percentual) (Figura
7). Em relação ao agronegócio
brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo no primeiro trimestre de 2016
representaram 21,2%, percentual igual ao do primeiro trimestre de 2015,
enquanto as importações representaram 37,6%, sendo 0,3 ponto percentual superior
à representatividade verificada no mesmo período do ano anterior (Figura 8). A participação do agronegócio
paulista no agronegócio nacional, no primeiro trimestre de 2016, destacou-se
nos grupos: sucos (90,2%); produtos alimentícios diversos (77,3%); complexo
sucroalcooleiro (73,0%); demais produtos de origem vegetal (59,7%); plantas
vivas e produtos de floricultura (50,4%); demais produtos de origem animal
(43,3%); rações para animais (41,4%); produtos oleaginosos (37,6%); lácteos
(36,2%); animais vivos (32,4%); produtos apícolas (26,5%); e bebidas (25,2%) (Tabela
3). Em relação ao primeiro trimestre do ano anterior,
sobressaíram-se os aumentos nas participações de São Paulo nos grupos: animais
vivos (+10,5 pontos percentuais); demais produtos de origem vegetal (+10,4
pontos percentuais); complexo sucroalcooleiro (+10,1 pontos percentuais);
produtos oleaginosos (+8,1 pontos percentuais); produtos alimentícios diversos
(+4,3 pontos percentuais); produtos hortícolas, leguminosas, raízes e
tubérculos (+4,1 pontos percentuais); e pescados (+4,0 pontos percentuais). Já
as maiores quedas ocorreram nas participações dos grupos: cacau e seus produtos
(-4,1 pontos percentuais); plantas vivas e produtos de floricultura (-3,1
pontos percentuais); couros, produtos de couro e peleteria (-1,8 ponto
percentual); sucos (-1,2 ponto percentual); e fibras e produtos têxteis (-0,8
ponto percentual) (Tabela 3). _____________________________________ 1Estado produtor (unidade
da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação,
é aquela onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou
fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o
estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de
fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador
(unidade da Federação importadora) é definido como aquela do domicílio fiscal
do importador. 3Os grupos de
produtos do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat.
Brasília: MAPA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/ 4Exceto fumo e
seus produtos (sem exportações nos primeiros trimestres de 2015 e de 2016).
portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat>.
Acesso em: abr. 2016.
Data de Publicação: 13/04/2016
Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor