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Café: área de instabilidade atinge o mercado futuro
Nas três primeiras semanas de fevereiro de 2016, o
mercado de juros futuros da BM&F-Bovespa exibia inclinação positiva para
curva futura de juros. Entretanto, passou a demonstrar atenuação em sua
inclinação a partir da quarta semana, informa o Instituto de Economia Agrícola
(IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Dos
vetores que contribuíram para essa mudança, se destacam a aparente perda de
eficácia da elevação da SELIC na contenção do processo inflacionário e a hesitação
da autoridade monetária quanto a política a ser implementada, afirma Celso Luís
Rodrigues Vegro, pesquisador da Secretaria, que atua no IEA.
A melhora dos saldos cambiais, destaca o pesquisador,
obtida nas transações internacionais, associada a relativa perda de dinamismo
da economia norte americana, promoveram reequilíbrio na paridade cambial dólar
x real. Em fevereiro de 2016, os contratos futuros de café arábica na Bolsa de
Nova York exibiram amplas variações. Enquanto, na média da primeira semana do
mês, a cotação para o segundo vencimento assinalava US$¢ 124,29/lbp, na última
registrava US$¢ 119,47/lbp, ou seja, 3,88% de desvalorização do produto. “Tal
declínio deve-se, em parte, ao satisfatório regime hídrico observado nos
principais cinturões cafeeiros de arábica no Brasil, ensejando expectativas
bastante otimistas para a safra 2016/17. Ademais, há informações de que o
Vietnã retomou o ritmo de seus embarques após fracassada tentativa de ordenar o
mercado, objetivando forçar melhoria das cotações, consideradas não
remuneratórias”, analisa Vegro.
Em Franca, principal cinturão produtor paulista, os
cafeicultores receberam R$ 490,98/sc. em fevereiro, segundo dados diários
contabilizados pelo IEA, em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica
Integral (Cati), também vinculada à Secretaria de Agricultura. Esse preço,
convertido pelo dólar médio do mês (R$ 3,97), representava US$ 123,67/sc., o
que equivale a menos de US$¢ 95,00/lbp. “Diante desse preço recebido, a
estratégia de aquisição de contrato futuro, para entrega em março de 2017,
poderia ser vantajosa, uma vez que a cotação média praticada naquele mercado
para a última semana do mês era de US$¢ 124,95/lbp”, comenta o
especialista.
O mercado futuro de café robusta na Bolsa de
Londres, em fevereiro de 2016, começou o mês com cotações mais elevadas, vindo
a perder alavancagem ao longo do período. Mudança na estratégia comercial
vietnamita e suprimento considerado suficiente por parte dos importadores estão
pressionando esse mercado. Diversos fatores, têm desorientado os investidores;
certamente, sob esse clima, deve prevalecer forte volatilidade para as cotações
nos próximos meses, conclui.
Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo, destaca que o acompanhamento do mercado
futuro do café, realizado pelo IEA, é um importante balizador para o
governo e também para o mercado. “A análise da projeção dos preços,
juntamente com outras informações produzidas pelo Instituto, ajudam na
elaboração de políticas públicas mais eficientes para o setor; conforme
orientação do governador Geraldo Alckmin, estamos cada vez mais próximos do
produtor”, afirmou.
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Por: Nara Guimarães
Mais informações:
Secretaria de Agricultura e Abastecimento
Assessoria de Comunicação
Tel.: (11) 5067-0069
Data de Publicação: 09/03/2016
Autor(es): Instituto de Economia Agrícola (iea@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor