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Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista: alta de 0,99% em janeiro de 2016
O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1, 2 (que mede a variação dos preços recebidos pelos produtores paulistas) registrou alta de 0,99% no mês de janeiro de 2016 na comparação com o mês anterior, puxado pelo IqPR-V (grupo de produtos de origem vegetal) que subiu 2,24%, enquanto o IqPR-A (produtos de origem animal) fechou o mês com queda de -2,77% (Tabela 1). Na tabela 1, são apresentados os comportamentos das variações nas quatro quadrissemanas de janeiro/2016 e o final do mês de dezembro/2015 para os índices com cana e sem cana. Notam-se dois comportamentos distintos para os índices de origem vegetal e de animal. Enquanto o IqPR-V tem variação positiva com as altas das cotações dos seus produtos, o IqPR-A (animal) apresenta variação negativa para todas as semanas de janeiro/2016. Quando a cana-de-açúcar (que em janeiro teve queda na tonelada no campo de 1,64%) é excluída do cálculo do índice na ponderação dos produtos, o IqPR (geral sem cana) registra alta de 3,83%, quase 3 pontos percentuais acima do IqPR com cana. Explica- -se isso pelo reflexo das alterações de preços expressivas para boa parte dos produtos vegetais (nove), que registraram variação média de 10,96% para esse grupo de produtos (Tabela 1). Os produtos do IqPR que apresentaram as maiores elevações nas cotações do mês de janeiro/2016 em relação a dezembro/2015 foram, pela ordem: batata (47,86%), feijão (41,72%) e tomate para mesa (12,93%) (Tabela 2). Para batata e tomate para mesa, as chuvas nessa época do ano dificultam a colheita e o transporte desses produtos, o que reduziu a produtividade e encareceu os preços recebidos por seus produtores. Também reforçado pela alta pluviosidade do verão, a quebra na safra do feijão das águas elevou as cotações do produto negociado pelos seus produtores em todo o Centro- -Sul do país. Já os principais produtos que apresentaram quedas de preços no mês de janeiro/2016 foram: banana nanica (23,53%) e carne de frango (9,70%) (Tabela 2). Para banana nanica, a baixa qualidade do produto colhido no Vale do Ribeira (principal região produtora do Estado de São Paulo) aliada ao reajuste da oferta da banana vinda de Santa Catarina reduziram as margens do produtor paulista em um preço recebido abaixo de R$1,00/kg. Contudo, há de se notar que o valor praticado em janeiro de 2016 está 78,53% acima daquele negociado no início de 2015 (Tabela 2). Para carne de frango, o desaquecimento da demanda (tanto interna quanto externa) em um momento de ascensão da oferta oriunda de contratos de integração efetivou um desequilíbrio que rebaixou as cotações do produto vivo em janeiro. Em uma realidade de aumento dos custos de produção nesse início de ano (com o milho atingindo reajustes de 16,48% no comparativo com o final de 2015) (Tabela 2), as margens dos granjeiros começaram 2016 bastante apertadas. Em resumo, no mês de janeiro/2016, dez produtos apresentaram alta de preços (nove de origem vegetal e um de animal) e nove apresentaram queda (cinco vegetais e quatro de origem animal) (Tabela 2). ACUMULADO DOS ÚLTIMOS 12 MESES No acumulado dos últimos 12 meses (janeiro/2015 a janeiro/2016), os três índices apurados (IqPR, IqPR-V e IqPR-A) registram altas nas variações e fecharam, respectivamente, em 16,16%, 16,73% e 14,02% (Tabela 1 e Figura 1). Retirado o produto cana-de-açúcar (cujo valor da tonelada cana campo teve variação positiva de 8,90% na comparação com janeiro de 2015), os índices acumulados encerraram janeiro de 2016 com valorizações maiores: o IqPR (sem cana) vai para 24,09%, enquanto o IqPR-V (sem cana) sobe para 34,74%. Esses números realçam que grande parte dos produtos vegetais teve seus preços com variações bem maiores do que a cana (Tabela 1). Reforçando a análise da comparação dos preços de janeiro/2016 em relação a janeiro/2015, os resultados das variações mostram que apenas dois produtos recuaram em suas cotações: carne suína (-13,41%) e arroz (-2,97%). Sendo assim, a maior parte deles, banana nanica (78,53%), ovos (50,80%), laranja para indústria (50,27%), tomate para mesa (49,79%), algodão (44,72%), feijão (44,47%), milho (43,60%), trigo (28,60%), soja (25,13%), carne de frango (19,80%), amendoim (14,22%) e laranja para mesa (13,08%), apresentou altas significativas, acima do Índice de Preços Pagos pelos Produtores (IPP) calculado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) nos 12 meses de 2015, que variou positivamente 12,82% nesse período3. Abaixo do patamar desse indicador que indica os reajustes dos custos de produção estão os reajustes das seguintes culturas: cana-de-açúcar (8,90%), batata (6,29%), café (5,59%), carne bovina (4,53%) e leite cru resfriado (2,12%). 1A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a referência = 01/01/2016 a 31/01/2016 e base = 01/12/2015 a 31/12/2015. 2Artigo completo com a metodologia. PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v. 38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573>. Acesso em: fev. 2016. 3O Índice de Preços Pagos pelos Produtores (IPP) consiste em uma medida de caráter geral das variações nos preços dos insumos e serviços comprados pelos agricultores. Ele é composto por produtos de natureza industrial (como adubos, defensivos, vacinas, medicamentos, combustíveis, lubrificantes e outros), produtos de natureza agrícola (como sementes, mudas e adubos vegetais e animais), máquinas e equipamentos. Palavras-chave: IqPR, índice, preços agrícolas, janeiro de 2016.
Data de Publicação: 23/02/2016
Autor(es):
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor