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O mercado de Produtos Florestais em São Paulo
Com a realização da COP-21 em Paris, no final do ano passado, a
importância das florestas foi destaque nos debates sobre as mudanças climáticas.
Nesse sentido, o governo de São Paulo lançou alguns instrumentos que visam à
ampliação e preservação das matas. O
programa federal de plantio de 12 milhões de hectares de florestas, que ainda
não foi totalmente implementado, também deverá dar impulso à atividade no Estado. Em 2013, a Secretaria
de Agricultura e Abastecimento estimou que mais de 6 milhões de hectares no
Estado de São Paulo estavam com algum grau de degradação. Para solucionar esse
problema, foi lançado o Programa Integra São Paulo, da Coordenadoria de
Assistência Técnica Integral (Cati), visando à implantação do Sistema de Integração
Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF). Mais
recentemente, o governo estadual e a BM&F-Bovespa lançaram as bases de um
novo mercado de títulos – os Ativos Ambientais –, no qual os produtores rurais poderão
compensar suas reservas legais por meio de uma Cota de Reserva Ambiental. Verificou-se também um movimento incipiente
no sentido de aumentar o uso de cavacos para produção de energia elétrica pelas
caldeiras das usinas de cana-de-açúcar, o que “reduz
a ociosidade do equipamento durante a entressafra e, conforme a rentabilidade, tornando-se
uma opção para o uso das terras impróprias à mecanização de acordo com o
Protocolo Agroambiental. Essa opção poderia também contribuir para um alívio na
demanda por recursos hídricos na geração de eletricidade, recompondo a reserva
do sistema paulista’, afirmam os pesquisadores
Eduardo Pires Castanho Filho, José Alberto Angelo e Silene
Maria de Freitas e a executiva pública Adriana Damiani Correia Campos,
responsáveis pela análise. Em
dezembro de 2015, as cotações dos produtos florestais mantiveram-se baixas, com
exceção dos
segmentos ligados à exportação, que se valeram da taxa de câmbio
desvalorizada, como no caso da celulose. O segmento
de tratamento
de madeira também apresentou performance razoável, refletindo o desempenho da pecuária.
“A tecnificação setorial tem demandado
material para cercamento e subdivisão de pastagens. Apesar de oscilações
durante o ano, que não indicaram uma tendência definida de mercado, terminou na
estabilidade”, esclarecem os pesquisadores. A
procura por madeira para serraria permaneceu constante, tendo apresentado, em
algumas regiões, abastecimento inadequado de matéria-prima, o que não se
refletiu nas cotações. O setor de chapas reconstituídas, por outro lado,
permaneceu estagnado, em consequência da retração do consumo e da queda de
renda da população. Paralelamente,
houve um aumento da procura por mudas de nativas, decorrente das exigências
relativas à recomposição das áreas de reservas e Áreas de Preservação
Permanentes (APPs). “Os produtos florestais ocupam lugar de destaque no ranking do valor da
produção agropecuária, calculado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), mas
tem potencial para crescer mais. Além da comercialização, também apresentam
ganhos econômicos e ambientais quando o manejo é associado à lavoura e
pecuária, no sistema ILPF. Esse método, além melhorar a ambiência
animal, devido a maior disponibilidade de sombra, reduz a interferência no solo
e auxilia na preservação dos recursos hídricos. Por isso, enquadra-se no
conceito de valorizar ações que estimulem o desenvolvimento da Agricultura em
harmonia com o Meio Ambiente, conforme orientações do governador Geraldo
Alckmin”,
ressalta o secretário de Agricultura, Arnaldo Jardim. Para ler o artigo na íntegra e conferir
as tabelas e gráficos, clique aqui. Por Nara
Guimarães
Mais informações
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Tel: (11) 5067-0069
Data de Publicação: 02/03/2016
Autor(es): Nara Guimarães (naraguimaraes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor