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Hortaliças disparam e pressionam o orçamento familiar, indica pesquisa
Pesquisadores
da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que atuam
no Instituto de Economia Agrícola (IEA), analisando o comportamento da variação
dos preços coletados em janeiro de 2016 em relação aos meses de janeiro e
dezembro de 2015, por grupos de produtos, chamam a atenção para a elevação de
preços de alimentos no município de São Paulo ocorrida no mês de janeiro de
2016, que, segundo eles, indica uma possível e preocupante tendência para o ano
que se inicia.
Por
Nara Guimarães Mais informações
A inflação
de 2015, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE),
por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), alcançou 10,67%. Este
índice foi sentido nos preços da maioria dos produtos que compõem os grupos de
cálculo do IPCA e a variação ocorrida durante o ano de 2015 foi alvo de
diversas reportagens, relatórios do Banco Central Brasileiro e textos
econômicos ao longo do próprio ano.
O
levantamento realizado pelo IEA indica que todos os grupos de produtos
apresentaram variação positiva, totalizando um índice mensal de 3,85% de
variação em relação ao último período (dezembro de 2015). “A variação do
grupo Hortaliças, com 13,72%, impulsionada pela variação de batata (13,86%),
cenoura (28,46%) e tomate (24,75%); pode ser creditada às chuvas dos últimos
meses. No grupo Produtos Básicos estão presentes produtos de grande peso na
cesta de mercado da população, como feijão, arroz e pão francês, que
apresentaram variação positiva de 6,88%, 3,47% e 4,30%, respectivamente. As
chuvas no Sul do país vêm prejudicando as produções de arroz e feijão e o dólar
continua pressionando o preço do trigo”, esclarecem os pesquisadores Vagner
Azarias Martins, Luís Henrique Perez e José Alberto Angelo.
Considerando
os resultados por produto e não por grupos, verifica-se que, dos 88 itens
pesquisados, apenas nove tiveram variação negativa de preços: costela suína
(-1,85%), carne moída de 2ª (-4,35%), salame (-0,53%), queijo minas (-5,39%),
limão (-8,46%), maçã nacional (-3,63%), uva fina (-1,82%), azeitona verde
(-0,27%) e palmito em conserva (-0,82). Além da baixa quantidade de itens com
variação negativa, constata-se que, excetuando o limão, os demais produtos não
são de grande peso na cesta de mercado das famílias paulistanas.
“Ao
comparar a variação de janeiro de 2016 com seu mês anterior e com a variação de
um ano atrás (jan./2016-jan./2015), observa-se o quanto são preocupantes os
resultados obtidos no primeiro mês de 2016. Enquanto a variação do total da
cesta de mercado de um ano atrás foi de 12,1%, a variação observada apenas em
janeiro/2016 foi de 3,85%. O grupo Leite e Derivados variou durante o ano
3,49%, enquanto no último mês, a variação foi de 2,06%. Tais resultados chamam
a atenção, pois o grupo Alimentação e Bebidas é o de maior peso no cálculo do
IPCA com 23%”,
ressaltam os pesquisadores.
É
importante destacar que o levantamento realizado pelo IEA é independente e não
compõe o IPCA. Os valores apresentados nesse artigo referem-se ao município de
São Paulo que, embora tenha grande peso no cálculo do índice de inflação, é
apenas uma das 11 regiões de coleta de dados utilizada pelo IBGE. Portanto, o
resultado do IPCA pode sofrer pressão maior ou menor do grupo Alimentação e
Bebidas em virtude do comportamento deste grupo nas demais praças de coleta de
dados.
Os
levantamentos de preços realizados pelo IEA abrangem os três níveis de
comercialização (produtor, atacado e varejo) e se constituem em importantes
instrumentos para compreender o cenário atual da economia nas grandes
metrópoles. “A análise da evolução dos preços ao consumidor produzida pelo
Instituto, embora não possa ser comparada com levantamentos realizados por
outras instituições de pesquisa, porque seguem metodologias diferentes, é
complementar a estas e permite que a Secretaria de Agricultura esteja cada vez
mais próxima do seu público. Orientados pelo governador Geraldo Alckmin,
oferecemos ao setor produtivo informações estratégicas para otimizar sua
atuação”, destacou Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo.
O
Levantamento
Desde a
década de 1970, o Instituto de Economia Agrícola coleta, analisa e divulga
mensalmente a variação de preços da Cesta de Mercado de Alimentos do Município
de São Paulo. Entende-se por cesta de mercado o conjunto dos principais itens
alimentícios de consumo dentro do domicílio das famílias paulistanas por faixa
de renda. A composição desta cesta tem por base Pesquisas de Orçamentos
Familiares (POF). Atualmente, a cesta de mercado do IEA é formada por 88 produtos
de origem animal e vegetal, divididos nos seguintes grupos: Carnes; Leites e
Derivados; Ovos; Frutas; Hortaliças; Outros Produtos de Origem Vegetal; e
Produtos Básicos.
Para ler o
artigo na íntegra e conferir as tabelas, clique aqui.
Assessoria de comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
(11) 5067-0069
Data de Publicação: 10/02/2016
Autor(es): Instituto de Economia Agrícola (iea@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor