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Com Alta de 1,33% em Dezembro, Índice dos Preços Recebidos ao Produtor Fecha o Ano de 2015 com Reajuste Acumulado de 15,58%
O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela
Agropecuária Paulista (IqPR)1, 2 (que mede a variação dos preços
recebidos pelos produtores paulistas) registrou alta de 1,33% no mês de
dezembro de 2015 na comparação com o mês anterior, puxado principalmente pelo
IqPR-V (grupo de produtos de origem vegetal) que subiu 1,62%. Para o IqPR-A
(produtos de origem animal), o mês também terminou em alta, porém, com variação
menor de 0,47% (Tabela 1). Na tabela 1 são apresentados os
comportamentos das variações nas quatro quadrissemanas de dezembro/2015 para os
índices com e sem cana. Nota-se que todos os índices seguiram a mesma tendência
de desaceleração no mês, principalmente se comparado com o final de novembro/2015,
quando o IqPR saiu de 3,11% para fechar dezembro (4ª quadri) em 1,33%. Quando a cana-de-açúcar (que em
dezembro teve alta na tonelada no campo de 1,31%) é excluída do cálculo do
índice na ponderação dos produtos, o IqPR (geral sem cana) registra alta de
1,36%, apenas 0,03 ponto percentual acima do IqPR com cana. Esses números
mostram que, mesmo em alta, a cana baliza o índice em torno do patamar de sua
variação, uma vez que a maioria dos produtos apresentou alta superior à sua (de
1,31%). A figura 1 mostra o
comportamento das variações dos índices de janeiro a dezembro de 2015. Para o
IqPR (linha azul), somente os meses de maio e julho registraram variações
negativas (Figura 1). Para os meses de abril e maio, por conta dos reajustes das ofertas de batata, laranja, ovos e
carnes suína e de frango, seus preços foram recuados para patamares que
interferiram na baixa dos três índices analisados (geral, vegetal e animal)3.
Especificamente em julho, as quedas dos preços da tonelada de cana no campo,
laranja para mesa e carne bovina (os produtos de maior peso na ponderação do
índice geral) ocasionaram a queda do IqPR.
No restante do ano, principalmente
de setembro a dezembro/2015, as variações do índice geral se dispuseram com
maiores elevações, influenciadas, em parte, pela alta do dólar, pelo aumento
dos custos de produção e por problemas climáticos que afetaram de forma mais incisiva alguns produtos perecíveis
(como tomate, batata e cebola). Já o índice de produtos animais (IqPR-A)
apresentou variações mais elásticas durante o ano, representadas com maior
destaque pelas oscilações nos preços de ovos e carne de frango entre maio e
julho. Os produtos do IqPR que apresentaram as maiores
elevações nas cotações do mês de dezembro/2015 em relação a novembro/15 foram,
pela ordem: tomate para mesa (12,93%), feijão (11,46%) e laranja para mesa
(8,24%) (Tabela 2). Já os principais produtos que apresentaram quedas de
preços no mês de dezembro/2015 foram: amendoim (12,13%) e banana nanica (6,97%)
(Tabela 2). Em resumo, no mês de dezembro, 12 produtos apresentaram
alta de preços (10 de origem vegetal e 2 de animal) e 7 apresentaram queda (4
vegetais e 3 de origem animal). ACUMULADO
DOS ÚLTIMOS 12 MESES No acumulado dos últimos 12 meses
(dezembro/2014 a dezembro/2015), os três índices apurados (IqPR, IqPR-V e
IqPR-A) registraram altas com pequenas variações entre si e fecharam o ano de
2015 com 15,58%, 15,46% e 15,57% respectivamente (Tabela 1). Retirado o produto
cana-de-açúcar (cujo valor da tonelada cana campo teve variação positiva de 9,91% na comparação com dezembro de 2014), os índices
acumulados encerraram o ano de 2015 com valorizações maiores: o IqPR (sem cana)
eleva-se para 21,65%, enquanto o IqPR-V (sem cana) sobe para 27,89%. Esses
números realçam que grande parte dos produtos vegetais tiveram seus preços com
variações bem maiores do que a cana (Tabela 1 e Figura 2). Reforçando a análise da comparação dos preços de
dezembro/2015 em relação a dezembro/2014, os resultados das variações mostram
que apenas dois produtos recuaram em suas cotações: carne suína (-5,80%) e
amendoim (-1,85%). Sendo assim, a maior parte deles apresentou altas
significativas, acima do IPCA acumulado dos 12 meses de 2015 (10,67%). No grupo
de origem animal, apresentaram as maiores elevações os ovos (48,69%) e a carne
de frango (29,10%); no grupo de produtos vegetais, os maiores percentuais foram
para banana nanica (68,09%), tomate para mesa (64,31%), algodão (36,15%),
laranja para indústria (34,22%) e trigo (33,22%). Abaixo da inflação anual se
destacam os reajustes com menor expressão dos preços recebidos pelos produtores
de leite cru resfriado (5,78%), carne bovina (2,80%), café (2,21%) e arroz
(2,11%) (Tabela 2). Um destaque relevante foi a recuperação dos preços da cana-de-açúcar
no Estado de São Paulo em relação aos anos anteriores que, com um aumento de
9,91% (no valor da tonelada de cana campo), acompanhou de perto a elevação do
IPCA. _____________________________________________ 1A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada,
ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de
preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As
variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas
(referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a
referência = 01/12/2015 a 31/12/2015 e base = 01/11/2015 a 30/11/2015. 2Artigo completo
com a metodologia. PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos
pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v.
38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em:
<http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573>. Acesso em: jan.
2016. 3As análises
pormenorizadas dessas variações nos meses de abril e maio podem ser acessadas,
respectivamente, em: BINI, D. L. C. et al. Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista: pequena
alta em abril de 2015. Análises e
Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 10, n. 5, maio 2015. Disponível em:
<http: Palavras-chave: IqPR, índice,
preços agrícolas, quadrissemana, acumulado 2015.
//www.iea.sp.gov.br/out/TerTexto.php?codTexto=13670>. Acesso em: jan. 2016;
ANGELO, J. A.; BINI, D. L. C. Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista: alta de
0,52% em maio de 2015. Análises e
Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 10, n. 6, jun. 2015. Disponível em:
<http://www.iea.sp.gov.br/out/TerTexto.
php?codTexto=13822>. Acesso em: jan. 2016.
Data de Publicação: 21/01/2016
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor