Na tabela 1, são apresentados os comportamentos das variações nas quatro quadrissemanas de novembro/2015 para os índices com cana e sem cana. Nota-se que todos os índices tiveram a mesma tendência de aceleração no mês, principalmente o grupo de produtos vegetais, com o IqPR-V iniciando o mês (1ª quadri) em 1,56% e terminando (4ª quadri) com 3,35%.

Quando a cana-de-açúcar (que em novembro teve alta de 0,93%) é excluída do cálculo do índice na ponderação dos produtos, o IqPR (geral sem cana) registra alta de 5,48%, puxado pela forte aceleração do IqPR-V (produtos vegetais sem cana) que encerrou o mês em 8,79% (Tabela 1), influenciado principalmente pelas altas das cotações da batata, banana, laranjas e milho (Tabela 2).

 A figura 1 mostra o comportamento das variações dos índices de janeiro a novembro de 2015. Para o IqPR (linha azul), somente o mês de julho registrou variação negativa, e os demais meses foram de variações positivas. O ano de 2015 pode ser dividido em dois períodos: o primeiro, de janeiro a agosto, em que as variações fecharam na média na casa de 1%, e o segundo, de setembro a novembro, em que se registraram variações mais fortes, puxados em parte pela alta do dólar, aumento dos custos de produção e, para alguns produtos perecíveis, problemas climáticos mais evidentes. Com alta desses índices, tem--se um repasse de preços para o consumidor final, que influencia o aumento da inflação brasileira no item alimentação.

Os produtos do IqPR que apresentaram as maiores elevações nas cotações do mês de novembro/2015 em relação a outubro/2015 foram, pela ordem: batata (40,18%), banana nanica (21,85%), laranjas para indústria e mesa (15,24% e 8,06%, respectivamente), ovos (7,03%), milho (5,49%), feijão (3,86%) e carne de frango (3,85%) (Tabela 2). 

Apenas quatro produtos apresentaram quedas de preços no mês de novembro/2015: carne suína (5,29%), café (1,55%), arroz (0,14%) e algodão (0,03%) (Tabela 2).

Para a batata, o aumento de 40% nas cotações de novembro/2015 é reflexo da menor oferta do produto com final da safra de inverno. No caso da banana, a alta dos preços no mês decorre da incidência de fortes ventos que atingiram os pomares em algumas localidades da região de Registro, que concentra a maior produção paulista. As figuras 2 e 3 mostram os comportamentos dos preços recebidos pelos produtores (valores nominais) desses dois produtos.

Na comparação dos preços de novembro/2015 em relação a novembro/2014, os resultados das variações mostram que apenas dois produtos recuaram em suas cotações: carne suína (-17,13%) e arroz (1,85%); a maior parte apresentaram alta significativas. No grupo de origem animal, subiram com mais força ovos (40,94%) e carne de frango (15,08%) e, no grupo de produtos vegetais, os que mais subiram em percentuais foram banana nanica (76,16%), feijão (53,43%), batata (39,51%), algodão (38,76%), trigo (38,16%), laranja para indústria (37,84%), milho (31,35%), soja (26,30%), amendoim (17,98%) e laranja para mesa (13,68%) - todos acima do IPCA acumulado dos últimos 12 meses (10,48%). Carne bovina, leite, café e tomate para mesa, apesar das altas, ficaram abaixo do índice anual (Tabela 2).

Em resumo, no mês de novembro, 15 produtos apresentaram alta de preços (11 de origem vegetal e 4 de animal) e 4 apresentaram queda (3 vegetais e 1 de origem animal).

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¹A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a referência = 01/11/2015 a 30/11/2015 e base = 01/10/2015 a 31/10/2015.

²Artigo completo com a metodologia. PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v. 38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573>. Acesso em: dez. 2015.

Palavras-chave: IqPR, índice, preços agrícolas, quadrissemana.