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Risco de novo distúrbio climático preocupa investidores do Mercado de Café, afirma IEA
As intervenções
da autoridade monetária brasileira no mercado de câmbio não têm sido capazes de
impedir que os investidores projetem cenário de desvalorização do real. As
operações envolvendo o mercado futuro de dólar na BMF&BOVESPA estiveram
pressionadas, com médias semanais sempre mudando de patamar. A crise fiscal do
governo, associada a provável perda do grau de investimento concedido pelas
agências internacionais de análise de risco, forma ambiente favorável para a
valorização da riqueza por meio da compra de cotações futuras de dinheiro,
acrescentando mais instabilidade para os mercados e para a economia real, informa
a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do
Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta). De acordo com Celso Luís
Vegro, pesquisador do IEA, a média das cotações
semanais do café arábica na Bolsa de Nova York exibiu tendência de baixa nas
quatro primeiras semanas de outubro, revertendo para alta na última semana do
mês. Aparentemente, preocupações dos investidores com relação aos efeitos do El
Niño sobre os principais cinturões produtores do mundo podem ter sido o gatilho
para essa reversão das expectativas para a formação dos preços. “Para o cafeicultor paulista, as cotações
foram bastante instáveis. Na praça de Franca, em setembro de 2015, o preço
médio praticado foi de R$ 458,79/sc. para a bebida dura tipo 6, segundo
levantamento do IEA. Entretanto, os preços diários oscilaram entre o máximo de
R$ 498,27/sc. e o mínimo de R$ 420,11/sc. no mês, indicando mercado muito
volátil para o produto”, afirma o pesquisador. Na Bolsa de
Londres, a média semanal das cotações do robusta recuaram nas primeiras quatro
semanas do mês, exibindo ligeira recuperação na última. Na posição de novembro
de 2015, por exemplo, registrou-se média de US$¢71,02 (ou
US$93,86/sc). A decretação de estado
de emergência hídrica com a suspensão da irrigação para agricultura no norte do
Espírito Santo poderá afetar a safra 2016/17 do conilon no Estado. Muitos
municípios do norte capixaba têm suas reservas hídricas esgotadas ou em condições
apenas de sustentar o abastecimento urbano. Esse fato associado ao forte ritmo
de embarques do produto (contabilizado em 394 mil sc. em setembro) poderão
afetar o suprimento interno, que é fortemente demandante do produto na
composição dos blends. Há vários anos o mercado opera dentro do conceito de just-in-time. Restrições na oferta de
qualquer das possíveis origens do produto podem trazer consequências drásticas
aos industriais e consumidores finais da bebida. A entressafra brasileira
poderá ser um indício do que o mercado deve esperar para a temporada 2016/17,
alerta o
pesquisador. Para ler o artigo na íntegra e conferir os gráficos e
tabelas, clique aqui.
Data de Publicação: 05/11/2015
Autor(es): Instituto de Economia Agrícola (iea@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor