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Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista: alta de 1,88% em outubro de 2015
O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1, 2 (que mede a variação dos preços recebidos pelos produtores paulistas) registrou alta de 1,88% no mês de outubro de 2015 na comparação com o mês anterior. Na decomposição dos grupos de produtos, tanto o IqPR-V (produtos de origem vegetal) e o IqPR-A (produtos de origem animal) fecharam o mês positivamente em 1,81% e 2,09%, respectivamente (Tabela 1). Tabela 1 - Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista, em Outubro de 2015 (%) Quadrissemanas Var. São Paulo - com cana Var. São Paulo - sem cana IqPR IqPR-V IqPR-A IqPR IqPR-V IqPR-A 1ª quadri out./2015 4,32 5,05 2,10 7,11 12,50 2,10 2ª quadri out./2015 3,13 3,41 2,28 4,22 6,33 2,28 3ª quadri out./2015 2,47 2,51 2,35 2,15 1,98 2,35 Quadri final out./2015 (final do mês) 1,88 1,81 2,09 0,43 -1,30 2,09 Fonte: Instituto de Economia Agrícola. Na tabela 1, são apresentados os comportamentos das variações nas quatro quadrissemanas de setembro/2015 para os índices com cana e sem cana. Nota-se que o IqPR e o IqPR-V seguiram a mesma tendência de desaceleração, iniciando o mês (1ª quadri) com índices maiores (4,32% no IqPR e 5,05% no IqPR-V) e fechando na quadrissemana final na ordem de 1,8% para ambos. Já o IqPR-A (animais) se manteve em todas quadrissemanas do mês com alta na casa acima dos 2%. Quando a cana-de-açúcar (que em outubro teve alta de 3,22%) é excluída do cálculo do índice na ponderação dos produtos, o IqPR (geral sem cana) registra leve alta de 0,43%, enquanto o IqPR-V (vegetal sem cana) fecha o mês de outubro/2015 negativamente em -1,30%, puxado principalmente pela queda das cotações de batata, laranja para indústria e tomate para mesa (Tabela 1). Os produtos do IqPR que apresentaram as maiores elevações nas cotações do mês de outubro/2015 em relação a setembro/2015 foram, pela ordem: milho (13,22%), trigo (11,90%), banana nanica (10,39%), soja (6,13%), café (6,10%), ovos (4,39%) e carne de frango (4,13%) (Tabela 2). Origem Produto Unidade Cotações (R$) Var. h i Set./2015 Out./2015 Vegetal Algodão 15 kg 74,28 75,81 2,06 11ª Amendoim sc. 25 kg 39,50 38,17 -3,37 4ª Arroz sc. 60 kg 46,46 46,19 -0,58 6ª Banana nanica kg 0,9829 1,0850 10,39 3ª Batata sc. 50 kg 62,72 49,34 -21,34 1ª Café sc. 60 kg 434,95 461,49 6,1 5ª Cana-de-açúcar t campo 54,32 56,07 3,22 9ª Feijão sc. 60 kg 134,85 137,51 1,97 12ª Laranja p/ indústria cx. 40,8 kg 12,64 10,65 -15,78 2ª Laranja p/ mesa cx. 40,8 kg 13,90 14,45 3,96 8ª Milho sc. 60 kg 24,29 27,50 13,22 1ª Soja sc. 60 kg 66,57 70,65 6,13 4ª Tomate p/ mesa cx. 22 kg 40,55 36,15 -10,86 3ª Trigo sc. 60 kg 36,82 41,20 11,9 2ª Animal Carne bovina 15 kg 144,79 146,84 1,42 13ª Carne de frango kg 2,86 2,98 4,13 7ª Carne suína 15 kg 80,88 83,26 2,94 10ª Leite cru resfriado l 1,0810 1,0600 -1,94 5ª Ovos 30 dz. 57,03 59,53 4,39 6ª Fonte: Instituto de Economia Agrícola. Dos 14 produtos de origem vegetal, 9 apresentaram altas nas cotações, sendo que 5 desses produtos são commodities (milho, soja, trigo, café e algodão), e também a cana- -de-açúcar com seus subprodutos açúcar (commoditie) e etanol (cotação na BM&F), que foram beneficiados em parte pela valorização do dólar diante à moeda brasileira. Para os produtos de origem animal, apenas o leite apresentou recuo de preços em outubro/2015, com o aumento da oferta do produto influenciado pela melhor qualidade da pastagem, enquanto as carnes (bovina, suína e frango) tiveram cotações em alta acompanhada dos ovos. Esse comportamento de valorização dos preços refletem o aumento dos custos de produção (ração animal à base de milho e soja e da energia elétrica) para criação de suínos e frangos e também o aumento da demanda no mercado varejista, que substitui em parte o consumo da carne bovina com preços maiores, além da proximidade das festas de final de ano. Já os produtos que apresentaram as quedas mais significativas de preços no mês de outubro/2015 foram: batata (21,34%), laranja para indústria (15,78%) e tomate para mesa (10,86%) (Tabela 2). Para batata e tomate, a queda das cotações reflete a normalização da produção após o período seco e quente em agosto e as fortes chuvas no mês de setembro nas principais regiões produtoras. Em resumo, no mês de outubro, 13 produtos apresentaram alta de preços (9 de origem vegetal e 4 de animal) e 6 apresentaram queda (5 vegetais e 1 de origem animal). 1A fórmula de cálculo do índice (IqPR) é a de Laspeyres modificada, ponderada pelo valor da produção agropecuária paulista. As cotações diárias de preços são levantadas pelo IEA e divulgadas no Boletim Diário de Preço. As variações são obtidas comparando-se os preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os preços médios das quatro primeiras semanas (base), sendo a referência = 01/10/2015 a 31/10/2015 e base = 01/09/2015 a 30/09/2015. 2Artigo completo com a metodologia. PINATTI, E. et al. Índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária Paulista (IqPR) e seu comportamento em 2007. Informações Econômicas, São Paulo, v. 38, n. 9, p. 22-34, set. 2008. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9573>. Acesso em: nov. 2015. Palavras-chave: IqPR, índice, preços agrícolas, quadrissemana.Tabela 2 - Variações das Cotações dos Produtos, Estado de São Paulo, Outubro de 2015
mensal
(%)
Data de Publicação: 19/11/2015
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor