Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Outubro de 2015

De janeiro a outubro de 2015, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$37,74 bilhões (23,5% do total nacional) e as importações2, US$55,03 bilhões (37,1% do total nacional), registrando um deficit de US$17,29 bilhões. Em relação a janeiro-outubro de 2014, o valor das exportações paulistas diminuiu 12,3% e o das importações 23,9%, com queda no deficit comercial (-40,9%) (Figura 1). Comparando-se janeiro a outubro de 2015 com igual período de 2014, a queda nas exportações paulistas (-12,3%) ficou abaixo da média brasileira (-16,4%); nas importações, o decréscimo em São Paulo (-23,9%) foi maior do que no Brasil (-23,5%). Assim, na conjunção dos desempenhos das exportações e importações, o deficit da balança comercial paulista registrou queda de 40,9%, enquanto a balança comercial brasileira – deficitária em 2014 – registrou superavit US$12,24 bilhões.

 

O agronegócio3 paulista apresentou exportações decrescentes (-14,7%), atingindo US$13,20 bilhões; as importações setoriais caíram mais (-15,6%), somando US$4,33 bilhões, resultando em diminuição de 14,2% no saldo comercial em relação aos dez primeiros meses de 2014, alcançando US$8,87 bilhões (Figura 2).

Há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - somaram US$50,70 bilhões, e as exportações US$24,54 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US$26,16 bilhões. Assim, conclui-se que o deficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo, embora decrescente.

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado diminuiu 0,9 ponto percentual, enquanto a participação das importações aumentou 0,8 ponto percentual na comparação do período janeiro-outubro de 2015 com o de 2014 (Figura 3).

A balança comercial brasileira registrou superavit de US$12,24 bilhões de janeiro a outubro de 2015, com exportações de US$160,54 bilhões e importações de US$148,30 bilhões. O superavit comercial resultou de queda nas exportações (-16,4%) inferior à das importações (-23,5%) (Figura 4).

 

De janeiro a outubro de 2015, as exportações do agronegócio brasileiro diminuíram 10,9% em relação a igual período do ano anterior, atingindo US$74,73 bilhões (46,5% do total). Já as importações do setor caíram mais (-20,8%), também na comparação com o período de janeiro a outubro de 2014, somando US$11,18 bilhões (7,5% do total). O superavit do agronegócio em janeiro-outubro de 2015 foi de US$63,55 bilhões, sendo 8,9% inferior ao do mesmo período do ano passado (Figura 5).

Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores, com exportações de US$85,81 bilhões e importações de US$137,12 bilhões, produziram no período um deficit de US$51,31 bilhões.

A participação do agronegócio nos totais do país aumentou em termos das exportações (+2,8 pontos percentuais) e também com relação às importações (+0,2 ponto percentual) (Figura 6).

 

A participação paulista no total da balança comercial brasileira aumentou em termos das exportações (1,1 ponto percentual) e caiu no tocante às importações (-0,2 ponto percentual) (Figura 7).

Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo no período janeiro-outubro de 2015 representaram 17,7%, percentual inferior ao dos dez primeiros meses de 2014 (queda de 0,7 ponto percentual), enquanto as importações representaram 38,7%, percentual superior ao verificado no ano passado (+2,4 pontos percentuais) (Figura 8).

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1Estado produtor (unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é aquela onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

 

2Estado importador (unidade da Federação importadora) é definido como aquela do domicílio fiscal do importador.

 

3Os grupos de produtos do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat. Brasília: MAPA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/
portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat>. Acesso em: nov. 2015.

 

 

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.


Data de Publicação: 13/11/2015

Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor