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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Setembro de 2015
De janeiro a
setembro de 2015, as exportações1 do Estado de São Paulo somaram US$33,69
bilhões (23,3% do total nacional), e as importações2, US$49,50
bilhões (36,9% do total nacional), registrando déficit de US$15,81 bilhões. Em relação ao período de janeiro a
setembro de 2014, o valor das exportações paulistas caiu 12,5% e o das
importações 23,9%, diminuindo em 40,0% o déficit
comercial (Figura 1). A queda nas exportações paulistas (-12,5%), comparando-se
os primeiros nove meses de 2015 e 2014, foi
menor do que a das exportações brasileiras (-16,8%); nas importações, o
decréscimo O
agronegócio3 paulista apresentou exportações decrescentes (-14,7%),
atingindo US$11,70 bilhões. As importações também diminuíram (-14,4%), somando US$3,92
bilhões, e o saldo, de US$7,78 bilhões, foi 14,8% menor que o do período de
janeiro a setembro do ano de 2014 (Figura 2). Destaque-se que as importações
paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - somaram US$45,58
bilhões, e as exportações US$21,99 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$23,59 bilhões de janeiro a
setembro de 2015. Assim, conclui-se que o comércio exterior paulista seria mais
deficitário não fosse o desempenho do agronegócio estadual. Os
cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista, no período
de janeiro a setembro de 2015, foram: complexo
sucroalcooleiro (US$3,75 bilhões, com as exportações de álcool
representando 14,0% desse total); carnes (US$1,47
bilhão, em que a carne bovina respondeu por 77,3%); sucos (US$1,34 bilhão, dos
quais 99,0% referentes a sucos de laranja); produtos florestais (US$1,26 bilhão);
e complexo soja (US$1,23 bilhão). Esses cinco
agregados representaram 77,5% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela
1). Tiveram
crescimento, na comparação do período de janeiro a setembro de 2015 com o de
2014, as exportações paulistas de: produtos oleaginosos (+52,4%); cereais,
farinhas e preparações (+20,5%); produtos hortícolas, leguminosas, raízes e
tubérculos (+14,4%); pescados (+7,2%); produtos alimentícios diversos (+6,9%);
sucos (+4,3%); demais produtos de origem vegetal (+3,1%); e produtos florestais
(+2,1%). Houve redução nas demais4, ou seja: lácteos (-56,4%);
produtos apícolas (-46,7%); plantas vivas e produtos de floricultura (-37,9%);
chá, mate e especiarias (-33,4%); complexo sucroalcooleiro (-25,4%); cacau e
seus produtos (-23,6%); carnes (-23,5%); complexo soja (-14,4%); café (-12,1%);
rações para animais (-9,5%); demais produtos de origem animal (-8,9%); bebidas
(-7,7%); frutas (-6,3%); couros, produtos
de couro e peleteria (-6,0%); fibras e produtos têxteis (-3,7%); e animais
vivos (-2,1%)(Tabela 1). A participação
das exportações do agronegócio paulista no total do Estado diminuiu 0,9 ponto
percentual, enquanto a participação das importações aumentou 0,9 ponto
percentual, na comparação dos períodos de janeiro a setembro de 2014 e 2015
(Figura 3). A balança
comercial brasileira registrou superávit
de US$10,25 bilhões de janeiro a setembro de 2015, com exportações de US$144,50
bilhões e importações de US$134,25 bilhões. O superávit comercial ocorreu em
função de queda nas importações (-23,0%) ainda maior do que a das exportações
(-16,8%) (Figura 4). De janeiro a
setembro de 2015, as exportações do agronegócio brasileiro diminuíram 11,8% em
relação à igual período do ano anterior, atingindo US$66,96 bilhões (46,3% do
total). Já as importações do setor caíram 20,1%, também na comparação com os
nove primeiros meses de 2014, somando US$10,13 bilhões (7,5% do total). O superávit do agronegócio no período foi
de US$56,83 bilhões, 10,1% inferior ao do período janeiro-setembro do ano
passado (Figura 5). Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi
deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores,
com exportações de US$77,54 bilhões e importações de US$124,12 bilhões,
produziram no período um déficit de US$46,58
bilhões. Os cinco
principais grupos do agronegócio brasileiro nas exportações de janeiro a
setembro de 2015 foram: complexo soja (US$24,49 bilhões); carnes (US$10,97
bilhões); produtos florestais (US$7,62 bilhões); complexo sucroalcooleiro (US$5,93
bilhões); e café (US$4,61 bilhões). Esses cinco agregados responderam por 80,1%
das vendas externas do agronegócio nacional (Tabela 2). Na comparação com o período de janeiro a setembro de 2014, aumentaram
as exportações de: produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos
(+29,5%); produtos oleaginosos (+15,0%); cereais, farinhas e preparações
(+8,3%); frutas (+7,6%); pescados (+6,0%); cacau e seus produtos (+5,7%);
produtos florestais (+3,3%); sucos (+1,6%); e bebidas (+1,1%). Diminuíram as
exportações de: animais vivos (-60,8%); plantas vivas e produtos de
floricultura (-31,1%); produtos apícolas (-21,8%); complexo sucroalcooleiro
(-21,1%); couros, produtos de couro e peleteria (-19,8%); complexo soja (-16,3%);
carnes (-14,5%); fumo e seus produtos (-12,0%); rações para animais (-9,9%);
lácteos (-6,9%); fibras e produtos têxteis (-6,7%); chá, mate e especiarias
(-3,8%); demais produtos de origem animal (-3,1%); produtos alimentícios
diversos (-3,0%); demais produtos de origem vegetal (-2,0%); e café (-1,4%)
(Tabela 2). A participação
do agronegócio no total do País aumentou 2,6 pontos percentuais nas exportações
e 0,2 ponto percentual nas importações (Figura 6). A participação
paulista no total da balança comercial brasileira subiu em termos das
exportações (+1,1 ponto percentual) e caiu no tocante às importações (-0,4
ponto percentual) (Figura 7). Em
relação ao agronegócio brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo no
período de janeiro a setembro de 2015 representaram 17,5%, ou seja, menos 0,6
ponto percentual que em igual período de 2014, enquanto as importações
representaram 38,7%, sendo 2,6 pontos percentuais superior à representatividade
verificada no mesmo período do ano anterior (Figura 8). A participação
do agronegócio paulista no agronegócio nacional, de janeiro a setembro de 2015,
destacou-se nos grupos de: sucos (88,0%); produtos alimentícios diversos
(77,0%); complexo sucroalcooleiro (63,3%); demais produtos de origem vegetal
(48,5%); demais produtos de origem animal (43,3%); rações para animais (42,7%);
produtos oleaginosos (41,1%); couros, produtos de couro e peleteria (22,7%);
produtos apícolas (22,7%); e bebidas (21,1%)(Tabela 3). Em relação ao
período janeiro a setembro do ano anterior, sobressaíram-se os aumentos nas
participações de São Paulo nos grupos: animais vivos (+11,0 pontos
percentuais); produtos oleaginosos (+10,1 pontos percentuais); produtos
alimentícios diversos (+7,1 pontos percentuais); couros, produtos de couro e
peleteria (+3,3 pontos percentuais); demais produtos de origem vegetal (+2,4
pontos percentuais); e sucos (+2,3 pontos percentuais). Já as maiores quedas
ocorreram nas participações dos grupos: lácteos (-22,7 pontos percentuais);
produtos apícolas (-10,6 pontos percentuais); plantas vivas e produtos de
floricultura (-6,4 pontos percentuais); cacau e seus produtos (-5,3 pontos
percentuais); complexo sucroalcooleiro (-3,6 pontos percentuais); e demais
produtos de origem animal (-2,8 pontos percentuais) (Tabela 3). _________________________________________ 1Estado produtor
(Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de
exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos
agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou
parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi
completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua
forma final. 2Estado importador
(Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do
domicílio fiscal do importador. 3Os grupos de
produtos do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat.
Brasília: MAPA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/ portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat>.
Acesso em: out. 2015. 4Exceto fumo e
seus produtos (sem exportações no período de janeiro a setembro de 2014). Palavras-chave:
agronegócio, balança comercial, exportações, importações.
Data de Publicação: 23/10/2015
Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor