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Produtos regionais, gastronomia e indicação geográfica são discutidos em workshop de Turismo Rural
Do campo à mesa, produtos regionais,
gastronomia e indicação geográfica são discutidos em workshop sobre Turismo
Rural. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de
São Paulo foi palco de workshop idealizado por uma de suas instituições de
pesquisa, o Instituto de Economia Agrícola (IEA) e a Associação Paulista de Turismo Rural (Abraturr-SP), para discutir a importância
do turismo rural, da gastronomia e do potencial dos produtos regionais para
Indicação Geográfica no contexto do desenvolvimento sustentável. O evento
contou com a participação de dois secretários de Estado: Arnaldo Jardim, da
Agricultura e Abastecimento e Roberto de Lucena, do Turismo; de André Bozola,
prefeito do município de Socorro e presidente da Associação das Prefeituras de
Cidades Estância do Estado de São Paulo (Aprecesp); Andréia Roque, presidente
do Instituto de Desenvolvimento do Turismo Rural (Idestur); Maria Beatriz de
Almeida Prado, presidente da Associação Paulista de Turismo Rural
(Abraturr-SP); Orlando Melo de Castro, coordenador Agência de Pesquisa e
Tecnologia dos Agronegócios (Apta); e Marli Dias Mascarenhas Oliveira, diretora
do IEA; além de produtores rurais, pesquisadores, militantes agroambientais e
estudantes de gastronomia e demais interessados. Em seu discurso de boas-vindas, a diretora do Instituto de
Economia Agrícola lembrou que, em seus 73 anos de existência, o IEA tem
produzido informações sócio econômicas de qualidade, oferecendo condições de
análise e viabilidade de produtos, mercados e novas alternativas, no intuito de
subsidiar a agropecuária em sua tomada de decisão. “Esse encontro entre quem
produz, quem transforma, e o que preserva, nos permite enxergar o que agrega de
valor, qualidade e evidencia os atributos intrínsecos ao local, e a produção.
Tenho certeza que (o workshop) será muito rico e produtivo em suas
discussões e permitirá a consolidação de três, ou mais, áreas de conhecimento e
trabalho”, afirmou Marli Mascarenhas. Arnaldo Jardim afirmou que o trabalho desenvolvido pelo
instituto de pesquisa vai de encontro à orientação do governador Geraldo
Alckmin, que é colocar toda a engrenagem da Secretaria de Agricultura para
trabalhar em prol do produtor rural, dedicando um olhar diferenciado aos
pequenos e médios. Dessa forma, a Pasta tem atuado fortemente para aumentar a
renda do produtor. “Não temos como aumentar a produção horizontalmente, mas
vamos ampliar verticalmente”, propos o secretário, lembrando um comentário de
Geraldo Alckmin, durante cerimônia de assinatura dos convênios do programa
Melhor Caminho, na tarde de terça-feira, 15 de setembro, no Palácio dos
Bandeirantes. O interior é chique, decretou Arnaldo Jardim. “O campo está
na moda e os produtores precisam aproveitar esse momento para conhecer todos os
instrumentos que existem para agregar valor ao seu produto”, afirmou. Por meio
da Secretaria de Agricultura, o produtor tem acesso não somente aos principais
avanços tecnológicos gerados em seus institutos de pesquisa e ao acompanhamento
dos técnicos das Coordenadorias de Assistência Técnica Integral (Cati) e de
Defesa Sanitária (CDA), mas também a linhas de crédito criadas especialmente
para o segmento de Turismo Rural, seja através do programa Microbacias II, que
destinou R$ 900 mil para projetos ligados ao tema, dos quais R$ 650 mil são
investimentos a fundo perdido, ou do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista
(Feap), que está destinando R$ 200 mil, de uma linha de financiamento criada
especificamente para reformar e equipar a propriedade agrícola tornando apta a
oferecer os serviços que os interessados em turismo rural necessitam. A agricultura familiar é uma das responsáveis
pela preservação dos recursos naturais, uma vez que desenvolve uma ligação muito
forte com a terra que cultiva. Assim, ao orientar os pequenos produtores quanto
ao uso correto de defensivos agrícolas, à conservação de fontes de água e
adoção de técnicas de produção mais avançadas, a Secretaria de Agricultura está
melhorando a qualidade de vida, ajudando a fixar o homem no campo e aumentando
o número de empregos diretos e indiretos. “Como resultado (dessas
ações), temos um meio ambiente mais equilibrado. Trabalhando para que as
mercadorias tenham alto valor agregado através de certificações como a IG
(Indicação Geográfica) garantimos a qualidade dos nossos produtos”, ressaltou
Arnaldo Jardim. Outra medida importante adotada pela Secretaria de
Agricultura é a revisão da legislação para a agroindústria. Nesse sentido,
Arnaldo Jardim determinou a criação de uma comissão composta por integrantes de
vários departamentos da Pasta para discutir as medidas propostas pelo governo
federal para o setor de produtos processados e propor a reformulação do Serviço
de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISP), o que deve favorecer os
pequenos produtores. “A agricultura familiar tem que ter excelência. Ao
determinar essa revisão nossa preocupação é proteger os agricultores paulistas
e evitar a invasão de produtos de outros estados que não tenham o mesmo rigor
de qualidade encontrados nos produtos paulista”, afirmou o secretário. Roberto de Lucena, secretário de Turismo, afirmou que São
Paulo é um estado rural. Segundo ele, os pequenos produtores são responsáveis
por tornar nossa mesa mais rica. Ter a oportunidade de conversar com eles,
conhecer melhor seu trabalho e aprender sobre os diferentes tipos de produtos é
uma experiência cada vez mais buscada pelos moradores das grandes cidades. O
potencial do turismo rural está apenas começando a despontar e tem muito o que
crescer no futuro próximo, afirmou Roberto de Lucena. O secretário também
agradeceu a atuação do secretário Arnaldo Jardim para que a regulamentação do
turismo rural seja votada pelo Congresso Nacional. O presidente da Aprecesp, lembrou o momento de crise que o
país vive e afirmou que os produtos com indicação de origem constituem são um
atrativo a mais para o turista que visita uma cidade ou conhece uma
propriedade. O turismo rural é um novo mercado que se abre, afirmou André
Bozola. A mesma opinião é partilhada por Maria Beatriz de Almeida Prado.
Segundo ela, “o objetivo dessa parceria entre o IEA e a Abraturr-SP é inserir o
produtor rural na cadeia do turismo”. O turismo traz muitos benefícios, mas
também alguns impactos negativos como o aumento do consumo de água e energia
elétrica e geração de resíduos. É preciso discutir a sustentabilidade, concluiu
a presidente da Abraturr-SP. “Proteger os produtos e tradições regionais”, essa foi
a máxima que Augusto Billi, da Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento
Agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
trouxe para apresentar aos participantes do workshop. "Não é possível
inventar uma indicação geográfica. Elas já existem, porque quando um
produto é muito tradicional, as pessoas já sabem de que região ou local ele
vem. O que fazemos é reconhecer e proteger essa tradição", explicou. No
Brasil, o órgão responsável pela regulamentação de IGs é o Instituto Nacional
de Propriedade Industrial (Inpi). Segundo ele, pelo menos 35 produtos regionais
aguardam reconhecimento de indicação geográfica atualmente. “A indicação
geográfica está intrínseca às pessoas, mesmo que elas não saibam o que é e como
funciona", afirmou Augusto Billi. A lei serve para proteger os produtos
que carreguem consigo as tradições e receitas seculares e a memória local,
concluiu o representante do Mapa. O evento foi dividido em dois painéis; o primeiro: Turismo
Rural e IG, valorizando o produto regional e o patrimônio local, teve como
mediador o secretário de Turismo de São Paulo e Andréia Roque, presidente do
Idestur; Patrick Assumpção, idealizador da Rede Agroflorestal do Vale do
Paraíba; do enólogo Raphael Sena e Sylvio do Amaral Rocha Filho, da Academia
Brasileira de Gastronomia. Gastronomia com compromissos sócio ambientais, foi o
tema do segundo painel, que contou com as presenças de Rodrigo Oliveira, chef
do restaurante Mocotó; Beto Ricardo do Instituto Socioambiental; Gabriel
Menezes, do Instituto Auá e André Mifano, chef do restaurante Vito; a mediação
ficou por conta do Bruno Blecher, editor da Revista Globo Rural. A última
palestra, sobre a linha de financiamento para o turismo rural, foi apresentada
por Fernando Aluízio Pontes Penteado, secretário geral do Feap. Compareceram ao evento mais de duzentos participantes, que
puderam conferir uma pequena exposição de produtos regionais e do turismo
paulista e degustar alguns deles. Após as palestras, os participantes foram
agraciados com um almoço à base de arroz preto, feijão guandu e linguiça real
de Bragança, acompanhado de água mineral e sucos de cambuci e uva, que foi
oferecido pelos produtores apoiadores do evento. O rizicultor José Francisco Ruzene, da empresa Arroz Preto Ruzene, é um dos produtores
preocupado com a questão da indicação geográfica. Segundo ele, foi muito
difícil sair de produtor rural e se tornar empresário, hoje se diz que qualquer
dono de comércio é empresário, mas abrir as portas para o mercado é uma mudança
complicada, para quem não teve formação para fazer esse tipo de serviço e teve
que fazer tudo na raça. “A ideia de eventos como esse é mostrar o produto,
então a gente arruma o chef de cozinha e tenta mostrar o produto da melhor
maneira. Várias pessoas que estão aqui nunca experimentaram arroz preto e isso
é uma mudança na cultura alimentar da população é um produto com valor agregado
maior”, comentou Ruzene. Patrícia Polato, produtora da Linguiça de Bragança
Paulista, também considera o evento importante, “em primeiro lugar, pelo
contato com o público mesmo, nós mostramos os produtos que fazemos, mas a
grande importância desse workshop é indicação geográfica, para nós que somos
produtores pequenos, produtores artesanais, ter essa indicação geográfica é
importante, pois agregamos muito valor e respeito ao nosso produto. Então, ele
acaba carregando uma história. Minha família tem uma história de 250 anos
nisso. Na verdade, quando cheguei em Bragança, descobri que era a terra da
linguiça. Mas era uma cidade com fama e sem produto; a fama permaneceu, mas o
produto se perdeu. Até hoje eu sou a única artesã que pica a carne na
faca, enche na mão as linguiças, sem máquina, é um trabalho que agrega muito
valor, um produto com menos sódio, menos conservantes, é só carne,
tempero”, comentou Patrícia. O evento contou com apoio do Instituto ATÁ, presidido pelo chef
Alex Atala; Fundepag (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio);
Senar/Faesp (Serviço Nacional de Aprendizagem/Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de São Paulo); Pecege/Esalq/USP (Programa de Educação
Continuada em Economia e Gestão de Empresas / Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz/ Universidade de São Paulo; ISA (Instituto Socioambiental);
Prefeitura de Socorro; APRECESP (Turismo Paulista Estâncias do Estado de São
Paulo); Guanandi Produtos Agrícolas; Linguiçaria Real Brangança; Instituto AUÁ
- Rota do Cambuci; Raízes Mangalarga Cavalos & Cavalgadas; Instituto
Socioambiental (ISA); Vinícola Góes, Doceria Schmidt; Café da
Colônia; Fazenda Coruputuba, Arroz Preto Ruzene e Grupo Morena da Fronteira de Viola
Caipira. A exposição Vitrines do Turismo Rural Paulista contou com
os seguintes participantes: Água Platina (Águas da Prata) Café, Cachaça e Geleia (Socorro) Chocolate e Licores (Itu) Queijos (Amparo) Queijos, Pães e Embutidos (Amparo) Frutas e Legumes orgânicos (Mogi das Cruzes) Doces, Conservas e Biscoitos (Noroeste Paulista) Azeite (Serra da Mantiqueira) Licores, Cachaça, Geleia, Farinha e Molho para Salada (Rota
do Cambuci) Uva e Artesanato (Circuito das Frutas) Frutas Secas, Amêndoas de Ginkobiroba e Geleias (Piedade) Flores (Holambra) Alho negro (Guatapará) Café da Alta Mogiana Café Amorim Linguiçaria Real Brangança (Brangança) Arroz Preto Ruzene (Pindamonhangaba) Fazenda Coruputuba (Pindamonhangaba) Por Nara Guimarães e Yolanda Frutuoso Mais informações:
Assessoria de
imprensa - Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo
Telefone: (11) 5067-0069
saacomunica@sp.gov.br
Data de Publicação: 22/09/2015
Autor(es): Nara Guimarães (naraguimaraes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor