No caso da carne de frango, o alto consumo pelo mercado interno, em substituição à carne bovina, e a elevação das exportações, em função do embargo ao mercado americano devido aos casos de influenza, foram os principais instrumentos que pautaram o reajuste dos preços recebidos pelos avicultores em julho. Para o trigo, a alta do dólar foi a principal interferência. Assim, biscoitos, macarrões e o famoso pãozinho francês estão na lista dos possíveis alimentos que sofrerão repasses e pressionarão os índices de inflação nos meses vindouros.  A baixa luminosidade do período de inverno retardou o crescimento e a formação dos cachos de banana, gerando a escassez que provocou aumento nos preços do produto, explicam Danton Bini e José Alberto Angelo, pesquisadores do IEA.

Já os produtos que apresentaram quedas mais significativas de preços foram: laranja para mesa (12,41%), arroz (10,03%) e tomate para mesa (8,61%). Na mesma linha do apresentado no mês anterior, a não efetivação de compras por parte das agroindústrias levou ao comércio de mesa (in natura) um excesso de laranja oriundo de citricultores independentes, o que incitou o mercado à desvalorização do produto. Um excedente de arroz presente no final da safra gaúcha do produto e baixos indicativos de consumo pautaram a queda do preço do produto no mercado nacional em julho. Contudo, o escoamento via exportação e o reaquecimento da demanda já indicam para agosto uma reversão na curva dos preços com a entrada da entressafra, esclarecem os autores.

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Por Nara Guimarães
Instituto de Economia Agrícola
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