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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro no Primeiro Semestre de 2015
No primeiro
semestre de 2015, as exportações1 do Estado de São Paulo somaram
US$22,26 bilhões (23,6% do total nacional), e as importações2,
US$33,85 bilhões (36,7% do total nacional), registrando deficit de US$11,59 bilhões. Em relação ao primeiro semestre do ano
de 2014, o valor das exportações paulistas caiu 10,6% e o das importações,
19,1%, reduzindo em 32,0% o deficit
comercial (Figura 1). A queda nas exportações paulistas (-10,6%),
comparando-se os primeiros seis meses de 2015 e 2014, foi menor do que a das
exportações brasileiras (-14,7%), enquanto nas importações, a diminuição em São
Paulo (-19,1%) foi maior do que no Brasil (-18,5%). Assim, na conjunção dos
desempenhos das exportações e importações, o deficit da balança comercial paulista registrou queda de 32,0%,
enquanto a balança comercial brasileira - deficitária no primeiro semestre de
2014 - apresentou superavit de US$2,22
bilhões. O
agronegócio3 paulista apresentou exportações decrescentes (-11,8%),
atingindo US$7,85 bilhões. As importações setoriais também diminuíram (-11,2%),
somando US$2,69 bilhões, e o saldo, de US$5,16 bilhões, foi 12,1% menor que o
do primeiro semestre do ano de 2014 (Figura 2). Destaque-se que as importações
paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - somaram US$31,16
bilhões para exportações de US$14,41 bilhões, gerando um deficit comercial desse agregado, de US$16,75 bilhões no primeiro
semestre de 2015. Assim, conclui-se que o comércio exterior paulista seria mais
deficitário não fosse o desempenho do agronegócio estadual. Os cinco principais
grupos nas exportações do agronegócio paulista, no primeiro semestre de 2015,
foram: complexo sucroalcooleiro (US$2,43 bilhões), sucos (US$1,00 bilhão, dos
quais 98,8% referentes a sucos de laranja), carnes (US$978,72 milhões, em que
carne bovina respondeu por 77,1%), complexo soja (US$890,32 milhões) e produtos florestais (US$828,99
milhões). Esses cinco agregados representaram 78,1% das vendas externas
setoriais paulistas (Tabela 1). Comparando-se o primeiro semestre
de 2015 com o de 2014, cresceram as exportações paulistas de produtos
oleaginosos (+64,4%), sucos (+20,5%), fibras e produtos têxteis (+5,4%), demais
produtos de origem vegetal (+4,8%) e produtos alimentícios diversos (+1,2%).
Houve redução nas demais4, ou seja, lácteos (-63,0%), pescados
(-46,7%), produ-
tos apícolas
(-42,8%), chá, mate e especiarias (-39,0%), plantas vivas e produtos de
floricultura (-35,4%), complexo sucroalcooleiro (-21,5%), carnes (-20,7%),
produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (-18,3%), complexo soja
(-18,0%), cacau e seus produtos
(-16,4%), cereais, farinhas e preparações (-15,5%), bebidas (-9,9%), frutas
(-5,7%), produtos florestais (-4,7%),
demais produtos de origem animal (-2,9%), couros, produtos de couro e peleteria
(-1,9%), café (-1,2%), animais vivos
(-1,2%) e rações para animais (-0,5%)
(Tabela 1). A participação das exportações do
agronegócio paulista no total do estado diminuiu 0,4 ponto percentual, enquanto
a participação das importações aumentou 0,7 ponto percentual, na comparação dos
primeiros semestres de 2014 e 2015 (Figura 3). A balança comercial brasileira
registrou superavit de US$2,22
bilhões no primeiro semestre de 2015, com exportações de US$94,33 bilhões e
importações de US$92,11 bilhões. O superavit
ocorreu em função de queda nas importações (-18,5%), superior à das exportações
(-14,7%) (Figura 4). No primeiro semestre de 2015, as
exportações do agronegócio brasileiro diminuíram 11,9% em relação a igual
período do ano anterior, atingindo US$43,26 bilhões (45,9% do total). Já as
importações do setor diminuíram 15,3%, também na comparação com os seis
primeiros meses de 2014, somando US$7,06 bilhões (7,7% do total). O superavit do agronegócio no período foi
de US$36,20 bilhões, 11,2% inferior ao do primeiro semestre do ano passado
(Figura 5). Portanto, o superavit do comércio exterior brasileiro deve-se ao desempenho do
agronegócio, uma vez que os demais setores, com exportações de US$51,07 bilhões
e importações de US$85,05 bilhões, produziram no período um deficit de US$33,98 bilhões. Os cinco principais grupos do
agronegócio brasileiro nas exportações do primeiro semestre de 2015 foram: complexo
soja (US$15,97 bilhões), carnes (US$6,94 bilhões),
produtos florestais (US$4,96 bilhões), complexo sucroalcooleiro (US$3,85
bilhões) e café (US$3,16 bilhões). Esses cinco
agregados responderam por 80,6% das vendas externas do agronegócio nacional
(Tabela 2). Na comparação com o primeiro
semestre de 2014, aumentaram as exportações de produtos hortícolas,
leguminosas, raízes e tubérculos (+44,4%), fibras e produtos têxteis (+22,7%),
produtos oleaginosos (+21,7%), sucos (+14,3%), fumo e seus produtos (+11,5%),
pescados (+9,9%), cereais, farinhas e preparações (+9,3%), café (+8,7%), frutas
(+3,7%), produtos florestais (+2,0%), demais produtos de origem animal (+0,5%)
e demais produtos de origem vegetal (+0,0%). Diminuíram as exportações de
animais vivos (-64,4%), lácteos (-37,1%), plantas vivas e produtos de
floricultura (-28,8%), complexo soja (-20,9%), produtos apícolas (-17,9%),
carnes (-14,9%), couros, produtos de couro e peleteria (-14,7%), complexo
sucroalcooleiro (-14,4%), rações para animais (-7,1%), bebidas (-7,0%), produtos alimentícios diversos (-4,7%), chá, mate
e especiarias (-3,8%) e cacau e seus produtos (-0,6%) (Tabela 2). A participação do agronegócio no
total do país aumentou 1,5 ponto percentual nas exportações, e 0,3 ponto
percentual nas importações (Figura 6). Em relação ao agronegócio brasileiro,
as exportações setoriais de São Paulo no primeiro semestre de 2015
representaram 18,1%, percentual igual ao do primeiro semestre de 2014, enquanto
as importações representaram 38,1%, sendo 1,8 ponto percentual superior à
representatividade verificada no mesmo período do ano anterior (Figura 8). A participação do agronegócio
paulista no agronegócio nacional, no primeiro semestre de 2015, destacou-se nos
grupos de sucos (90,0%), produtos alimentícios diversos (74,5%), plantas vivas
e produtos de floricultura (65,3%), complexo sucroalcooleiro (63,1%), demais
produtos de origem vegetal (48,9%), demais produtos de origem animal (43,7%),
rações para animais (42,0%), produtos oleaginosos (41,8%), lácteos (29,4%),
produtos apícolas (23,2%), couros, produtos de couro e peleteria (22,1%) e
bebidas (21,1%) (Tabela 3).
Em relação ao primeiro semestre do
ano anterior, sobressaíram-se os aumentos nas participações de São Paulo nos
grupos: produtos oleaginosos (+10,9 pontos percentuais), animais vivos (+10,9
pontos percentuais), sucos (+4,6 pontos percentuais), produtos alimentícios
diversos (+4,3 pontos percentuais) e couros, produtos de couro e peleteria
(+2,9 pontos percentuais). Já as maiores quedas ocorreram nas participações dos
grupos: lácteos (-20,6 pontos percentuais), produtos apícolas (-10,1 pontos
percentuais), produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (-7,8
pontos percentuais), plantas vivas e produtos de floricultura (-6,7 pontos
percentuais) e complexo sucroalcooleiro (-5,7 pontos percentuais) (Tabela 3). ______________________________________________ 1Estado produtor (unidade
da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação,
é aquela onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou
fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o
estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de
fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador
(unidade da Federação importadora) é definido como aquela do domicílio fiscal
do importador. 3Os grupos de
produtos do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat.
Brasília: MAPA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/ 4Exceto fumo e
seus produtos (sem exportações no primeiro semestre de 2014 e 2015). Palavras-chave: agronegócio,
balança comercial, exportações, importações.
portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat>.
Acesso em: jul. 2015.
Data de Publicação: 17/07/2015
Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor