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Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2014/15, Abril de 2015
1 - INTRODUÇÃO A
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do
Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica
Integral (CATI) realizou, entre 1 e 23 de abril de 2015, o levantamento da
previsão e estimativa da safra agrícola 2014/15 para as principais culturas do
Estado de São Paulo (Tabela 1). Os
resultados foram obtidos aplicando o método subjetivo2, que consiste
da coleta e sistematização dos dados fornecidos pelos técnicos das Casas de
Agricultura, em cada um dos 645 municípios do Estado de São Paulo. 2 – INDICADORES GERAIS A colheita de grãos nesta safra está prevista em 7,25
milhões de toneladas, o que representa acréscimo de 14,5% em relação ao ano
anterior. Esse resultado, em parte, é atribuído à recuperação da produtividade,
prejudicada negativamente pela anomalia climática do ano anterior. Embora a
safra de 2014/15 também tenha sofrido com falta de chuvas na época do plantio
das principais culturas, o clima apresentou-se menos agressivo. As
culturas que apresentaram, por um lado, os maiores aumentos em percentual de
volumes produzidos e esperados foram: amendoim da seca (68,3%), amendoim das
águas (35,1%), soja primeira safra (34,3%), milho primeira safra (14,0%), arroz
de sequeiro e de várzea (3,9%) e feijão de inverno (3,3%). Por outro, as
maiores quedas em produções previstas foram: soja safrinha (-73,2%), algodão
(-65,6%), feijão da seca (-22,4%), triticale (-18,2%), trigo (-16,3%), feijão
das águas (-13,8%) e arroz irrigado (-13,0%). Essas quedas são reflexos da
diminuição das áreas cultivadas, uma vez que essas culturas apresentaram ganhos
de produtividade, com exceção do algodão (Tabela 1). Tabela 1 - Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do
Estado de São Paulo, Comparativo de Área, Produção e Produtividade, Ano
Agrícola 2014/15, Abril de 20151 Produto Área (1.000 ha) Produção (1.000 t) Produtividade (kg/ha) Final Abr./2015 Var. Final Abr./2015 Var. Final Abr./2015 Var. Algodão 11,65 4,58 -60,7 38,64 13,28 -65,6 3.317 2.900 -12,6 Amendoim da seca 3,25 4,45 37,0 7,82 13,16 68,3 2.407 2.957 22,9 Amendoim das águas2 96,00 105,63 10,0 262,20 354,36 35,1 2.731 3.355 22,8 Arroz de sequeiro e várzea 3,14 2,70 -14,1 7,98 8,29 3,9 2.541 3.073 21,0 Arroz irrigado 10,85 9,32 -14,1 61,51 53,53 -13,0 5.670 5.747 1,3 Arroz
total 13,99 12,01 -14,1 69,48 61,82 -11,0 4.968 5.147 3,6 Banana 59,14 58,40 -1,2 1.162,08 1.105,34 -4,9 21.310 20.362 -4,4 Batata das águas2 7,83 6,67 -14,8 194,03 160,45 -17,3 24.780 24.039 -3,0 Batata da seca 8,46 7,53 -11,0 245,40 211,53 -13,8 28.992 28.092 -3,1 Batata de inverno 11,35 11,00 -3,0 324,84 316,25 -2,6 28.633 28.740 0,4 Café beneficiado3 215,78 213,21 -1,2 275,65 239,94 -13,0 1.355 1.190 -12,2 Cana para forragem 76,00 75,60 -0,5 4.376,28 4.509,63 3,0 57.583 59.650 3,6 Cana para indústria3 6.119,04 6.108,78 -0,2 404.104,63 414.267,33 2,5 72.947 74.486 2,1 Cebola de bulbinho (soqueira) 0,55 0,57 3,7 19,03 19,22 1,0 34.908 34.009 -2,6 Cebola de muda 2,68 2,26 -15,8 85,74 81,62 -4,8 31.981 36.147 13,0 Cebola em plantio direto 2,39 1,94 -18,9 99,09 114,78 15,8 41.390 59.134 42,9 Feijão das águas2 59,37 46,27 -22,1 112,67 97,12 -13,8 1.898 2.099 10,6 Feijão da seca 23,69 17,76 -25,0 45,01 34,95 -22,4 1.900 1.967 3,6 Feijão de inverno 7,22 6,88 -4,8 7,48 8,15 9,0 1.036 1.186 14,5 Feijão de inverno irrigado 22,00 19,78 -10,1 51,61 52,88 2,5 2.346 2.674 13,9 Feijão
de inverno total 29,22 26,65 -8,8 59,09 61,03 3,3 2.022 2.290 13,2 Laranja3 481,08 477,54 -0,7 11.860,23 11.623,48 -2,0 26.350 26.022 -1,2 Mandioca para indústria3 59,61 58,69 -1,5 969,39 1.050,91 8,4 26.534 26.970 1,6 Mandioca para mesa3 16,48 16,16 -1,9 211,20 207,42 -1,8 16.692 16.745 0,3 Milho (primeira safra) 434,08 410,39 -5,5 1.983,59 2.283,98 15,1 4.570 5.565 21,8 Milho irrigado (primeira safra) 48,01 45,98 -4,2 381,99 413,91 8,4 7.957 9.001 13,1 Milho
total (primeira safra) 482,09 456,37 -5,3 2.365,58 2.697,89 14,0 4.907 5.912 20,5 Milho safrinha 322,66 320,49 -0,7 1.475,34 1.513,44 2,6 4.572 4.722 3,3 Soja (primeira safra) 670,03 708,09 5,7 1.492,64 2.025,08 35,7 2.228 2.860 28,4 Soja irrigada (primeira safra) 35,77 39,26 9,7 127,44 150,43 18,0 3.563 3.832 7,6 Soja
total (primeira safra) 705,80 747,35 5,9 1.620,08 2.175,50 34,3 2.295 2.911 26,8 Soja safrinha 3,58 0,95 -73,4 9,40 2,52 -73,2 2.629 2.653 0,9 Tomate envarado 8,17 7,94 -2,7 589,55 562,00 -4,7 72.201 70.752 -2,0 Tomate rasteiro 3,22 2,67 -17,1 260,38 225,95 -13,2 80.768 84.557 4,7 Trigo 75,62 62,44 -17,4 233,64 195,66 -16,3 3.089 3.134 1,4 Triticale 11,04 8,77 -20,6 34,70 28,38 -18,2 3.143 3.238 3,0 Uva para indústria2, 3 0,06 0,07 19,7 1,31 1,31 0,7 24.714 21.825 -11,7 Uva para mesa3 7,39 7,27 -1,6 147,35 136,42 -7,4 20.188 18.963 -6,1 1Este levantamento foi efetuado de 1 a 23 de abril
de 2015. 2Estimativa final da safra agrícola 2014/15. 3Somatório da área
nova e da área em produção. Fonte: Instituto de Economia Agrícola e
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Para
a elaboração dos índices que refletem a evolução da agricultura paulista no ano
agrícola 2014/15, em comparação ao de 2013/14, foram selecionadas as atividades
mais significativas em valor da produção no estado calculado pelo IEA. Os
resultados agregados indicam ganhos na produtividade de 2,4%, o que resultou no
aumento de 2,3% no volume produzido, em uma área plantada 0,5% menor que a da
safra passada (Tabela 2). Tabela 2 – Evolução da Agricultura, Ano Agrícola 2014/15
Relativamente a 2013/14, Estado de São Paulo Culturas/produtos Produção1 Área2 Produtividade Anuais4 109,91 98,76 111,29 Grãos5 117,02 98,79 118,45 Perenes e semiperenes6 100,73 99,70 100,45 Total 102,27 99,50 102,35 1Índice Laspeyres; ano-base 2013/14 e base de
ponderação 2013/14=100. 2Índice simples de área cultivada 2013/14=100. 3Índice Laspeyres de produção/índice simples de área
em produção. 4Abóbora; abobrinha; alface; algodão; amendoim das
águas e da seca; arroz em casca; batata das águas, de inverno e da seca; batata-doce;
beterraba; cebola de muda e de bulbinho (soqueira); cenoura; feijão das águas,
de inverno e da seca; melancia; milho e safrinha; pimentão; repolho; soja e
safrinha; sorgo granífero da seca e das águas; tomate envarado e rasteiro; e
trigo. 5Algodão; amendoim das águas e da seca; arroz em
casca; feijão das águas, de inverno e da seca; milho e safrinha; soja e
safrinha; sorgo granífero da seca e das águas; e trigo. 6Abacate; abacaxi; banana; café; cana para
indústria; caqui; figo para mesa; goiaba de mesa; goiaba para indústria;
laranja; limão; mandioca; manga; maracujá; pêssego para mesa; seringueira;
tangerina; e uva para mesa. Fonte: Instituto de Economia Agrícola e
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. O
conjunto das culturas anuais apresenta maior produção (9,9%) por conta da
produtividade positiva (11,3%), em uma área plantada menor (-1,2%). No caso dos
grãos, houve comportamento similar, porém com ganhos de produtividade (18,5%) e
de produção (17,0%) mais intensos. Quando são
consideradas as culturas perenes e semiperenes, observa-se que os índices se
mostram estáveis: produtividade (0,5%), produção (0,7%) e área plantada (-0,3%)
(Tabela 2). 3 – ACOMPANHAMENTO DA SAFRA AGRÍCOLA
2014/15 3.1 - Amendoim As estimativas finais da cultura do amendoim das águas
apontaram aumento de 35,1% na produção, com 354,4 mil toneladas colhidas,
resultado da recuperação da produtividade, 22,8% superior à safra de 2014 e do
incremento de 10,0% na área plantada (105,6 mil hectares), com destaque para as
regionais de Tupã, Catanduva, São José do Rio Preto e Marília. As mesmas
condições acompanham o amendoim da seca (safra em andamento) que responde por
aproximadamente 5% da produção total de amendoim do estado, aumento de 37% na
área plantada, e destaque para as regionais de Presidente Prudente e Lins, que
obtiveram ganhos de 22,9% em produtividade e 68,3% em produção em comparação à safra 2014. Essas estimativas apontam uma produção total para o ano de 2015 em torno de 370 mil toneladas,
superior à média de produção alcançada nos últimos anos3. 3.2 - Algodão A previsão de safras de abril de 2015 para a
cotonicultura paulista apresenta recuo de 60,7% na área, que ficou em 4,6 mil
hectares. É esperada produção de 13,3 mil toneladas, quantidade 65,6% menor que
a passada. As condições de mercado desfavoráveis em função de estoques elevados
e os efeitos da estiagem configuraram o desestímulo ao plantio e a menor produtividade
das lavouras algodoeiras nesta temporada 2014/15. 3.3 - Arroz É
esperada uma produção de 61,8 mil toneladas de arroz (de sequeiro, várzea e
irrigado), 11,0% inferior à obtida na safra passada, por conta das perdas de
área (14,1%) e elevação na produtividade (3,6%). A produção de arroz com
irrigação corresponde a cerca de 85% da produção total do estado. 3.4 – Batata da seca e de inverno O
mercado de batata tem menor oscilação de ofertas por ser abastecido com a
produção de quatro regiões brasileiras (Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste)
e três cultivos: águas, seca e inverno. No cultivo paulista da batata da seca,
iniciados em janeiro-fevereiro, apontou-se retração de área
cultivada em 11,0% e produção de 13,8%, com perdas esperadas na produtividade
de 3,1%. Para o cultivo da
batata de inverno, principal produção no Estado de São Paulo com início do
plantio em abril-maio, as primeiras informações coletadas indicam retração de
área (3,0%) e produção prevista em 316,3 mil toneladas, 2,6% menor em relação à
safra 2013/14. Três EDRs respondem por 80% da área cultivada para a safra de
inverno: São João da Boa Vista (55%), Itapeva e Itapetininga (juntas somam
25%). 3.5 - Cebolas bulbinho, de muda e
plantio direto Em 2015 o mercado de cebola
teve a oferta de cebola do Sul em menor quantidade e pouca qualidade. O mesmo
acontecendo com a produção argentina, porém com preços maiores devido à alta do
dólar. Para contribuir com o desabastecimento a produção nordestina diminuiu,
enquanto o aumento de 1,0% (19,2 mil toneladas), indicado na previsão da
produção paulista de cebola de bulbinho, é insuficiente para suprir a demanda
pelo produto. O plantio direto de
cebola é o principal cultivo O cultivo de cebola de
mudas, segundo em importância no estado, teve redução de área de 15,8% em 2015
relativamente a 3.6 - Feijão da seca e de inverno O
levantamento realizado no campo em abril aponta queda da área plantada de
feijão da seca (25,0%) e espera-se produção de 35,0 mil toneladas, 22,4%
inferior em relação à safra passada, com produtividade maior de 3,6% (1.967
kg/ha). Para
a safra de feijão de inverno (irrigado e sem irrigação), o primeiro
levantamento apresenta retração de área plantada (8,8%), porém é esperado
volume maior a ser colhido (3,3%), ultrapassando 61,0 mil toneladas, devido ao
incremento de 13,2% na produtividade com 2.290 kg/ha do cultivo de inverno.
Ressalta-se que o plantio irrigado representa 85% da produção paulista com
produtividade média esperada de 2.674 kg/ha, enquanto o feijão sem irrigação
deverá atingir 1.967 kg/ha. 3.7 - Tomate A
previsão de safra de tomate para mesa (envarado), realizada em abril de 2015
indica redução de 2,7% na área cultivada frente à safra 2013/14, queda de 4,7%
na produção esperada de 562,0 mil toneladas e produtividade (70,8 t/ha) menor
em 2,0%. Os Estados de São Paulo e de Minas
Gerais respondem por 45,0% da produção brasileira para consumo in natura. O mercado de tomate
para indústria (rasteiro) tem o Estado de Goiás como o principal produtor
nacional (80,0%) complementado pela produção paulista e mineira. Em 2015 o Estado
de São Paulo deverá ter redução de 17,1% na área e 13,2% na produção (226,0 mil
toneladas), relativamente a 2014, porém a produtividade (84,6 t/ha) apresenta
crescimento de 4,7%. 3.8 - Mandioca para Indústria e para
Mesa Para a cultura de
mandioca para indústria é esperada produção de 1,05 milhão de toneladas,
aumento de 8,4% em relação à safra anterior, e ganhos de 1,6% na produtividade.
Quanto à área total cultivada (58,7 mil hectares) aponta-se queda de 1,5%,
porém a área em produção (39,0 mil hectares) aumenta 6,7%. O EDR de Assis, com
35% de área cultivada, é a principal região produtora do estado. No caso da mandioca
para mesa, cultivada em menor escala, observa-se área de 16,2 mil hectares e
produção estimada em 207,4 mil toneladas, 1,8% menor que a safra passada.
Destaque para a região de Mogi Mirim que responde por 21% da produção no Estado
de São Paulo. 3.9 - Milho O
levantamento realizado em abril de 2015 apontou que aproximadamente ¾ da área plantada com milho de 1ª safra já havia
sido colhida. Em relação à safra anterior houve uma retração de -5,5% nas áreas
não irrigadas e de -4,2% nas áreas irrigadas, totalizando uma área total de
456,4 mil hectares. O retorno das chuvas regulares, em especial nas regiões de
maior produção (Itapetininga, São João da Boa Vista, Itapeva e Avaré, que
juntas possuem aproximadamente 1/3 da área plantada de milho), ocasionou
expressivos ganhos de produtividade. O milho sem irrigação aumentou de 4.570
kg/ha para 5.565 kg/ha, equivalente a um aumento de 21,8% e, com isso, houve
incremento na produção do milho total (irrigado e não irrigado) de 14%, ou
seja, mesmo com uma área plantada menor houve um aumento de produção de milho
de 1ª safra (2,7 milhões toneladas) no Estado de São Paulo. O milho safrinha ou
de 2ª safra está em fase final de plantio, e as primeiras estimativas apontam
pouca variação em relação à área, produção e rendimento quando comparadas à
safra anterior. 3.10
- Soja A
área plantada com soja da primeira safra 2014/15 no Estado de São Paulo é
estimada em 747,4 mil hectares, crescimento de 5,9% em relação à anterior, com
aproximadamente 90% dessa área já colhida em abril de 2015. A produção, por sua
vez, deve alcançar 2,2 milhões de toneladas, acréscimo de 34,3% e ganhos de
26,8% na produtividade em comparação à obtida na temporada precedente. A
liquidez da oleaginosa nos mercados doméstico e internacional aliada à
recuperação da produtividade justificam o comportamento do cultivo nesta safra.
Em termos de participações de área
cultivada com a soja no estado, os principais EDRs são: Itapeva (23,6%), Assis
(18,8%), Orlândia (9,6%), Ourinhos (8,5%), Avaré (7,6%), Presidente Prudente
(6,7%), Barretos (5,1%) e Araçatuba (4,2%). 3.11 - Trigo A
área plantada deverá sofrer retração de 17,4% e produção menor de 16,3%. O
mesmo comportamento se dá para a cultura do triticale, e os resultados mostram
quedas de área (20,6%) e produção (18,2%), comparativamente à safra passada. Esse
resultado não confirma a expectativa de ampliar o cultivo por parte dos
produtores paulistas devido à alta do dólar e consequente encarecimento nas
importações. Segundo informes dos técnicos das Casas de Agricultura, o alto
custo de produção pode ter sido o principal motivo. 3.12 - Banana Para
a cultura da banana há indicação de reduções na área cultivada (1,2%), de
produtividade (4,4%) e na produção (4,9%) relativamente a 2014. Nesta safra, a
atividade poderá atingir o total de 1,1 milhão de toneladas da fruta. Esses
números confirmam a tendência observada no levantamento de fevereiro de 2015. 3.13
- Café Na terceira previsão de safra de café 2014/15, no Estado de São Paulo,
estimou-se quantidade colhida de 3.998.943 sc. (239,9 mil toneladas) de café
beneficiado. Esse montante situa-se ligeiramente acima (1,2%) daquele
registrado em fevereiro de 2015, quando foi estimada safra de 3.952.878 sc. A
variação positiva poderia ser robustecida caso o principal cinturão cafeeiro do
estado, a Alta Mogiana de Franca, não tivesse exibido nova redução no volume de
colheita que, de 1.032.255 sc. contabilizadas em fevereiro, baixou para
1.016.660 sc. no atual levantamento. Todavia, no segundo maior polo de produção
cafeeira, região de São João da Boa Vista, a nova estimativa de colheita
elevou-se para 985.275 sc., representando incremento de 4,8% frente ao
registrado anteriormente. Tendo a colheita já se iniciado em todos os cinturões
produtores, passa a preocupar a qualidade da bebida a ser obtida, pois maio foi
um mês com chuvas acima da média, estando previsto pelos meteorologistas que haverá
um inverno igualmente chuvoso, em decorrência da consolidação do fenômeno
climático “El Niño”. 3.14 - Cana-de-açúcar Neste
levantamento, as informações obtidas para a cultura da cana-de-açúcar em termos
estaduais são permanência na diminuição na área nova (5,6%), estabilidade na
área em produção (+0,4%), pequeno incremento na produção (2,5%), com volume de
414 mil toneladas e rendimento de 74,5 t/ha, ligeiramente superior aos
registrados nos levantamentos de novembro de 2014 e fevereiro de 2015 quando
estavam em torno de 73,0 t/ha, o que sugere uma leve recuperação da cultura
diante dos baixos índices pluviométricos registrados na safra passada, visto
que a área em produção pouco se alterou. Em termos dos principais
EDRs produtores, os aspectos negativos, tanto na questão hídrica, quanto nas
relativas às políticas econômicas que vêm comprometendo as perspectivas para o
setor, ainda podem ser detectadas. Dentre essas regiões pode-se
destacar as situadas na região central do estado (casos de Araraquara com
-18,3%, -12,0% e -8,1%, Piracicaba com -14,1%, -2,4%, -2,7% e Jaboticabal
-10,1%. +0,1%, -4,2%), onde ocorreram quedas na área nova, área em produção e
produção, respectivamente. Embora também para essa mesma região do estado seja
registrada no EDR de Jaú evolução na área nova (10,3%), área em produção (7,6%)
e na produção (8,1%), vindo a comprovar/demonstrar a existência de uma gama
diversificada no comportamento da produção dessa atividade nas diferentes
regiões do estado. Assim, pode-se citar essas
discrepâncias em relação aos índices de produtividade, embora estejam aquém na
maioria das regiões por apresentarem produtividades médias em torno das 75 t/ha
(cuja produtividade potencial da cultura seja superior a 120 t/ha), ainda se
destacam com valores menores os EDRs de Araraquara, Dracena, Piracicaba e
Presidente Vensceslau em torno de 66,0 t/ha. Cabe salientar que condições como
variedades utilizadas, solo e clima, entre outros fatores influenciam
positivamente ou não no rendimento dessa gramínea. 3.15
- Laranja Os resultados para a cultura da laranja apontam
para um volume total produzido para o Estado de São Paulo de 284,89 milhões de
caixas de Esses números incluem tanto as frutas
comerciais quanto os frutos provenientes de pomares não expressivos
economicamente e as perdas relativas ao processo produtivo e às de colheita.
Estima-se produtividade agrícola de 26.022 kg/ha, inferior àquela obtida na
estimativa final da safra ao redor de 1,0% (equivalente a 1,74 cx./pé ou 640
cx./ha), e muitos pomares não receberam tratos culturais
necessários para obter boa produtividade, devido à descapitalização do
citricultor. Quanto à área total
plantada (que inclui área com plantas ainda não produtivas), o levantamento
prevê área plantada ligeiramente menor (0,7%) à da safra 2013/14. Na atual
safra continua o decréscimo das plantas em produção, já registrado em
levantamentos anteriores, levando à dedução de maior erradicação, por conta da
eliminação de pomares comprometidos com a incidência do greening. Com isso, a área total plantada atinge a marca de 477,54
mil hectares, para a safra 2014/15. Os
resultados deste levantamento encontram-se nas tabelas 1 e 3 para o Estado de
São Paulo, por Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) na tabela 4 e por
Região Administrativa (RA) na tabela 5. O próximo levantamento das safras
agrícolas do Estado de São Paulo, a ser realizado em junho, deverá trazer
informações mais precisas sobre produções e produtividades para o ano agrícola
2014/15. __________________________________________________________ 1Os autores
agradecem aos técnicos do DEXTRU, das Casas de Agricultura e diretores dos
EDRs, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) pelo desempenho
no levantamento. Também agradecem os comentários dos pesquisadores do CPDEEA do
IEA, a colaboração dos técnicos de apoio do CPDIEA Getúlio Benjamin da Silva e
Maria Cristina T. J. Rowies, da estagiária do CPDIEA Maristela Maria da Silva,
de Irene Francisca Lucatto do Departamento Administrativo e da equipe do Núcleo
de Informática para os Agronegócios do IEA. 2Entende-se por método subjetivo a coleta
e sistematização de dados fornecidos pelos técnicos da Casa de Agricultura, em
função de seu conhecimento regional e/ou da coleta de dados de forma
declaratória, fornecida pelo responsável pela unidade de produção. 3SAMPAIO, R. M.
Amendoim: recuperação e recorde de produção na safra paulista 2014/2015. Análises e Indicadores do Agronegócio,
São Paulo, v. 10, n. 5, maio 2015. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=13678>. Acesso em: jun. 2015. Palavras-chave: previsão
de safra, área e produção, Estado de São Paulo
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2014/15
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da terra3
Data de Publicação: 19/06/2015
Autor(es):
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Roberto Ferreira Bueno Consulte outros textos deste autor
Celma Da Silva Lago Baptistella (csbaptistella@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Denise Viani Caser (dcaser@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Felipe Pires de Camargo (fpcamargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Mario Pires De Almeida Olivette (olivette@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Vagner Azarias Martins (vagnermartins@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor