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Pesquisa aponta queda no rebanho e na produção de leite na última década
Tradicional produtor de leite, mas responsável apenas
por 10,2% do total de leite cru entregue aos laticínios sob inspeção federal no
Brasil, o estado de São Paulo se vê, nos últimos dez anos, em trajetória
decrescente em relação ao tamanho do rebanho leiteiro e à produção de leite
informa a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por
meio do Instituto de Economia Agrícola – IEA/Apta.
Na bovinocultura, de leite ou de corte, a pastagem é
um insumo de grande importância, pois a criação extensiva é dependente da
disponibilidade de área. No Brasil, a criação extensiva é bastante comum e feita
pela maior parte dos criadores. “O Estado de São Paulo tem apresentado
quedas constantes em hectares de pastagens nos últimos dez anos, de acordo com
os dados do levantamento subjetivo do IEA. Entre 2005 e 2014, houve a perda em
pasto natural e pasto cultivado de 3.312 mil hectares. A redução na área de
pastagem é frequentemente associada à demanda de terra por outras atividades de
maior rendimento por hectare; no período analisado, as culturas da
cana-de-açúcar e do eucalipto foram as que demandaram maior espaço”, afirma
Carlos Bueno, pesquisador do IEA.
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado
de São Paulo, Arnaldo Jardim, destaca que o trabalho realizado pelo IEA, de
produzir e disponibilizar informações confiáveis, baseadas em dados obtidos
através critérios científicos de pesquisa, é mais uma forma da Secretaria
apoiar o setor. “Esses dados são direcionados aos produtores e ao mercado. Isso
é fundamental na nossa economia atual. Orientados pelo governador Geraldo
Alckmin estamos cada vez mais próximos do setor produtivo e essa é uma forma de
atuação da nossa Secretaria”, destacou.
A população bovina paulista corresponde
aproximadamente a 4,9% do rebanho brasileiro, segundo o IBGE. O número total de
bovinos no estado de São Paulo foi estimado em 10,3 milhões de cabeças e, da
mesma forma que na área de pastagem, houve uma taxa de crescimento negativa de
3,4% ao ano para o total de animais. A redução na área disponível à criação de
bovinos e à redução no número total de animais é coerente e pode indicar que a
atividade está se readequando às condições do Estado quanto a demanda por área
de outras atividades, ou seja, a pecuária extensiva perde espaço frente a
outras explorações.
A produção de leite é uma das atividades mais
importantes para a economia paulista e está situada na quinta posição no
ranking do valor da produção do agronegócio (VPA). A limitação causada pelos
custos crescentes e rendimento decrescente parece estar influindo na migração
dos produtores para outras atividades, mais competitivas economicamente, por
exemplo, cana-de-açúcar. Para permanecerem na atividade, os produtores devem
manter em seus rebanhos vacas que apresentem resultados em produção de leite
que cubram seus custos totais. “O cenário parece indicar a necessidade de um
novo arranjo, que passa pela seleção de produtores mais técnicos, com economia
de escala e cujo rendimento seja compatível com a viabilidade econômica da
atividade”, conclui o pesquisador.
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Mais informações:
Nara Guimarães
Assessora de Imprensa
Instituto de Economia Agrícola
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Data de Publicação: 15/06/2015
Autor(es): Nara Guimarães (naraguimaraes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor