O aumento mais acentuado na quantidade de grão armazenado ocorre nos Estados Unidos onde passa de 2,5 milhões de toneladas para 9,5 milhões de toneladas em 2014/15 ou 280% a mais. Nos demais países principais produtores os estoques são ampliados em 51% no Brasil e em 23% na Argentina em virtude de safras recordes também na América do Sul.

Para a temporada 2015/16 a produção mundial é prevista em 317,3 milhões de toneladas, praticamente a mesma da em andamento. Ainda que o processamento cresça 4,6% e se situe em 266,2 milhões de toneladas o estoque mantém a tendência crescente e deve alcançar 96,2 milhões de toneladas, o mais elevado dos últimos anos (Figura 1).

Os Estados Unidos, novamente, apresentam o crescimento mais acentuado de 43% em seus estoques, seguidos pelo Brasil onde o grão armazenado deve aumentar 24,5%. Destaca-se, entretanto, que a maior quantidade encontra-se na Argentina que deve deter 32,8 milhões de toneladas, o equivalente a um terço de toda soja armazenada no mundo.

A Argentina é a principal exportadora de farelo e óleo de soja e em 2015/16 as vendas do país devem alcançar 31 milhões de toneladas e 5,1 milhões de toneladas, respectivamente, quantidades que representam a metade do total transacionado desses derivados.

O consumo mundial de farelo de soja em 2015/16 deve crescer 5% e alcançar 207,1 milhões de toneladas impulsionado pelo mercado chinês. O estoque final do derivado é previsto em 11 milhões de toneladas e apesar de 3,5% menor que o da temporada em andamento ainda é elevado comparativamente a anos anteriores.

A exemplo do farelo, o consumo de óleo de soja deve ser determinado principalmente pela China. No âmbito mundial serão consumidas 48,9 milhões de toneladas, 4% a mais, dos quais um terço corresponde a demanda do país asiático. Já o estoque deve crescer 6% e totalizar 3,5 milhões de toneladas.

Nessa conjuntura os preços internacionais apresentam tendência de queda. A cotação média do grão praticada no primeiro quadrimestre de 2015, de US$407/t, encontra-se em patamar 27% abaixo da registrada no mesmo período do ano passado, enquanto no óleo a redução é de 22% e no farelo de 28% (Figura 2). 

No Brasil a produção de soja na safra 2014/15 alcançou 95,1 milhões de toneladas, com aumento de 10,4% comparativamente a passada. O processamento cresce na mesma proporção e alcança 44,2 milhões de toneladas. O destaque do quadro de suprimento brasileiro consiste no aumento do estoque do grão cujo volume salta de 1,9 para 6,6 milhões de toneladas, conforme aponta a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB)³. O panorama de estoques elevados nos mercados internacional e doméstico tende a refrear oscilações mais significativas no sentido de alta nos preços do grão e dos derivados de soja.   

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¹Projeto cadastrado no SIGA, NRP-4836. 

²UNITED STATES DEPARTAMENT OF AGRICULTURE - USDA. Oilseeds: world markets and trade. Washington: USDA, May 2015. Disponível em: <http://www.fas.usda.gov>. Acesso em: 18 maio 2015. 

³COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Acompanhamento safra brasileira, grãos: oitavo levantamento, maio 2015. Brasília: CONAB. Disponível em: <http://www.conab.gov.br>. Acesso em: 20 maio 2015. 

Palavras-chave: soja, mercado, estoques.