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IEA comenta a cultura da Tangerina no Estado de São Paulo
Em
2012, a área ocupada com tangerinas no mundo foi de 2.345.020 hectares, com
produção de 27.060.756 toneladas e com rendimento médio de 11,5 t/ha. Ásia e
América são os principais continentes produtores com 18.604.283 toneladas
(68,8%) e 3.251.753 toneladas (12%), respectivamente, de acordo com o Instituto
de Economia Agrícola (IEA/Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo. Entre os 71 países produtores, os principais foram a China
(50,3%), Espanha (6,9%), Brasil (3,5%).
No Brasil,
a safra ocorre entre maio e dezembro. A maioria das tangerinas vem da espécie Citrus
reticulata, mas cada variedade possui tamanho, aroma e sabores próprios. As
variedades mais comuns são: cravo, dancy, satsuma, mexerica do rio, tangor
murcote, poncã, mexerica montenegrina e fremont. No entanto, a preferida pelos
brasileiros é a poncã, que tem gosto mais doce em comparação com as outras.
Outro tipo popular é a cravo, que amadurece antes da poncã e produz frutos mais
ácidos. Como a fruta precisa de clima ameno para crescer, as principais
plantações ficam nas regiões Sul e Sudeste.
“Entre
2009 a 2013, a colheita da tangerina no Estado de São Paulo foi, em média
anual, de 20.827,4 milhões de caixas de 25-27 kg, com média de colheita
homem/dia de 52 caixas de 25-27 kg/dia em 180 dias trabalhados por safra. Ou
seja, pode-se estimar em torno de 2.141 pessoas envolvidas na cultura nesta
etapa do processo produtivo, auferindo renda média no período de R$21.314,5
milhões pagos aos colhedores”, afirmam Celma Baptistella e Paulo José
Coelho, pesquisadores do IEA.
O cultivo
da tangerina ocorre em todo Estado de São Paulo e totalizou, em 2013, 4.833 mil
pés. Deste total, 59,5% está plantado nos EDRs de Sorocaba, São João da Boa
Vista, Jaboticabal, Catanduva, Bragança Paulista, Bauru, Barretos, Mogi Mirim e
Campinas. Os EDRs que possuem o maior número de pés (acima de 400 mil pés) são
também os que detêm a maior produção do estado (mais de 1 milhão de caixas de
40,8 kg). São eles: Sorocaba, São João da Boa Vista e Jaboticabal. Merece
destaque o EDR de Itapetininga, que de 2009 a 2011 esteve entre os principais
produtores de tangerina. Em 2009, produziu 1.744 mil caixas de 40,8 kg e em
2013, apenas 308 mil caixas de 40,8 kg, ou seja, apresentou queda de 37,9%.
Os
municípios que compõem os EDRs de Sorocaba, Jaboticabal, São João da Boa Vista,
Catanduva, Bragança Paulista, Mogi Mirim e Mogi das Cruzes obtiveram,
anualmente, renda acima de R$1 milhão, oriunda da colheita da tangerina, ou
seja, ao se observar somente essa etapa do processo produtivo e respectiva
renda auferida pelos trabalhadores, ressalta a importância desta cultura no
comércio e serviços municipais, pois, certamente, grande parte desta renda será
gasta no local de moradia do colhedor.
Os informes
da cultura da tangerina nos aspectos pés plantados (novos e em produção),
produção obtida e valor da produção do estado (em reais) estão disponíveis no
site do Instituto (www.iea.sp.gov.br).
O
principal mercado para a tangerina é o interno como fruta de mesa. A indústria
é a segunda opção de comercialização para o produtor. O mercado externo tem
muito a se trabalhar. Pode-se considerar que, se for mantida sob controle a
proliferação de doenças e pragas, o Estado de São Paulo possui boas
perspectivas para manter e expandir sua posição de grande produtor de
tangerinas, com base na disponibilidade de solos, climas propícios para o
cultivo e produção de tangerinas de boa qualidade.
Uma das
principais ameaças desta cultura reside no difícil controle de pragas e doenças
já existentes e na possibilidade do surgimento de novas doenças que podem
comprometer ou elevar o custo de produção.
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Nara Guimarães
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naraguimaraes@sp.gov.br
Data de Publicação: 23/12/2014
Autor(es): Nara Guimarães (naraguimaraes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor