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Terceira florada dos Cafezais Brasileiros eleva as expectativas de colheita
Comprova-se
estatisticamente que, em anos de ciclo bienal de baixa, o primeiro trimestre do
ano constitui período de alta nas cotações internacionais do arábica,
influenciado, especialmente, pela entressafra brasileira e o recrudescimento do
inverno no Hemisfério Norte, destaca o Instituto de Economia Agrícola
(IEA/Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Na Bolsa de Nova York, os contratos de café arábica (em segunda posição –
março/2015) exibiram três semanas consecutivas de incremento das cotações
médias futuras com pequena variação na margem na quarta semana. Na posição
futura de julho/2015, a média das cotações da terceira semana foi de
US$¢197,25/lbp. As incertezas quanto ao percentual de pegamento das duas
primeiras floradas foram parcialmente minimizadas na terceira, pois, com o
retorno das precipitações e a normalização do clima, aumentou a chance do país
ao menos a colheita da safra 2014/15, trazendo as cotações para patamar
inferior.
A cotação
futura do café de julho/2015 do café em Nova York, trazido para São Paulo
(diferença entre o preço de NY e da BM&F para o primeiro vencimento em
aberto), convertido pelo dólar médio futuro de julho/2015 da BM&F, foi de
R$634,84/sc. (na média das cotações de novembro/2014). Se comparada com a média
dos preços recebidos, no mesmo mês, pelos cafeicultores em Franca, de
R$458,05/sc. 60 kg de café beneficiado bebida dura, tem-se R$176,79/sc. de
valor adicional para aqueles que optarem por contratar concomitantemente o
hedge do café na bolsa estadunidense e o câmbio na bolsa paulista.
Na Bolsa
de Londres, o mercado de robusta acompanhou as variações nas cotações de
arábica, elevando-se na média das três primeiras semanas, sem exibir, porém,
queda na média da quarta. Na posição futura de julho/2015, a média das cotações
na quarta semana do mês registrou US$¢95,81/lbp, mantendo o diferencial para o
arábica ligeiramente acima de 2x1, considerado patamar psicológico além do qual
a substituição do arábica no blend se torna irrefreável.
Em
novembro, os gestores dos fundos e grandes investidores incrementaram suas
posições compradas em café arábica. Na primeira semana, a posição líquida
contabilizava 28.231 contratos saltando para 35.433 na última semana do mês.
Tendo o carregamento de contratos avançando positivamente, sinaliza que a maior
parte do mercado entende que o suprimento para 2015/16 poderá ser comprometido,
com consequente repercussão sobre as cotações.
Em
novembro/2013, comparativamente, havia déficit na posição líquida de
contratos transacionados pelos fundos e grandes investidores da ordem de 36 mil
contratos vendidos. Essa constatação denota a avidez dos investidores pelo
ativo café.
“Se
2014 tem sido marcado por grandes incertezas para a produção e preços do café
no Brasil, há uma probabilidade de que elas persistam em 2015 em razão do
pegamento majoritário de frutos ocorrer somente na terceira florada. Como
consequência desse fenômeno, existe a possibilidade de que as cotações se
mantenham alavancadas até as vésperas do início da próxima colheita, concluem Celso
Vegro, pesquisador do IEA e Félix Schouchana, economista e consultor de
Mercados Futuros, autores do artigo.
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Nara Guimarães
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Data de Publicação: 17/12/2014
Autor(es): Nara Guimarães (naraguimaraes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor