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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro no Primeiro Semestre de 2014
No primeiro semestre de 2014, as exportações1 do
Estado de São Paulo somaram US$ 24,90 bilhões (22,5% do total nacional), e as
importações2, US$ 41,85 bilhões (37,0% do total
nacional), registrando déficit de US$ 16,95 bilhões. Em relação ao primeiro semestre
do ano de 2013, o valor das exportações paulistas caiu 6,6% e o das importações
3,5%, aumentando em 2,0% o déficit comercial (Figura 1). A queda nas
exportações paulistas (-6,6%), comparando-se os primeiros seis meses de 2014 e 2013,
foi maior do que a das exportações brasileiras (-3,4%), enquanto que, nas
importações, a diminuição O agronegócio3 paulista apresentou exportações decrescentes
(-12,1%), atingindo US$ 8,90 bilhões. Como as importações aumentaram (+0,7%),
somando US$ 3,03 bilhões, o saldo, de US$ 5,87 bilhões, foi 17,6% menor que o
do primeiro semestre do ano de 2013 (Figura 2). Destaque-se que as importações
paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - somaram US$ 38,82 bilhões
para exportações de US$ 16,00 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado,
de US$ 22,82 bilhões no primeiro semestre de 2014. Assim, conclui-se que o
comércio exterior paulista seria mais deficitário não fosse o desempenho do
agronegócio estadual. Os cinco principais grupos nas
exportações do agronegócio paulista, no primeiro semestre de 2014, foram complexo
sucroalcooleiro (US$ 3,09 bilhões), carnes (US$ 1,23 bilhão, em que a carne
bovina respondeu por 79,7%), complexo soja (US$ 1,09 bilhão), produtos florestais (US$ 869,74 milhões) e sucos (US$
833,45 milhões, dos quais 98,0% referentes a sucos de laranja). Esses cinco
agregados representaram 79,9% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1). Tiveram crescimento na comparação do
primeiro semestre de 2014 com o de 2013, as exportações paulistas de produtos
apícolas (+68,5%), lácteos (+59,9%), chá, mate e especiarias (+37,3%), rações
para animais (+32,6%), frutas (+26,4%), cacau e seus produtos (+19,2%), animais
vivos (+19,0%), bebidas (+17,4%), café (+8,14), couros, produtos de couro e
peleteria (+6,9%), complexo soja (+6,1%), produtos alimentícios diversos (+4,5%)
e carnes (+4,1%). Houve redução nas demais4,
ou seja, produtos oleaginosos (-52,9%), pescados (-52,1%), cereais, farinhas e
preparações (-32,2%), fibras e produtos têxteis (-25,8%), complexo
sucroalcooleiro (-25,7%), sucos (-24,6%), produtos hortícolas, leguminosas,
raízes e tubérculos (-14,2%), demais produtos de origem animal (-12,3), plantas
vivas e produtos de floricultura (-6,8%), produtos florestais (-3,5%) e demais
produtos de origem vegetal (-1,0%), e (Tabela 1). A participação das exportações do
agronegócio paulista no total do Estado diminuiu 2,3 pontos percentuais,
enquanto a participação das importações aumentou 0,3 ponto percentual, na comparação
dos primeiros semestres de 2013 e 2014 (Figura 3). A balança comercial brasileira registrou déficit de
US$ 2,49 bilhões no primeiro semestre de 2014, com exportações de US$ 110,53
bilhões e importações de US$ 113,02 bilhões. O decréscimo do déficit comercial (-19,2%)
ocorreu em função de queda nas exportações (-3,4%) inferior à das importações (-3,8%)
(Figura 4). No
primeiro semestre de 2014, as exportações do agronegócio brasileiro diminuíram 0,9%
em relação a igual período do ano anterior, atingindo US$ 49,11 bilhões (44,4%
do total). Já as importações do setor aumentaram 0,1%, também na comparação com
os seis primeiros meses de 2013, somando US$ 8,33 bilhões (7,4% do total). O
superávit do agronegócio no período foi de US$ 40,78 bilhões, 1,1% inferior ao
do primeiro semestre do ano passado (Figura 5). Portanto, o déficit do comércio
exterior brasileiro só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio, uma
vez que os demais setores, com exportações US$ 61,42 bilhões e importações de
US$ 104,69 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 43,27 bilhões. Os cinco principais grupos do agronegócio
brasileiro nas exportações do primeiro semestre de 2014 foram: complexo
soja (US$ 20,20 bilhões); carnes (US$ 8,15 bilhões); produtos
florestais (US$ 4,87 bilhões); complexo sucroalcooleiro (US$ 4,50 bilhões); e, café
(US$ 2,91 bilhões). Esses cinco agregados responderam
por 82,7% das vendas externas do agronegócio nacional (Tabela 2). Na comparação com o primeiro semestre
de 2013, aumentaram as exportações de lácteos (+174,0%), produtos apícolas
(+83,8%), chá, mate e especiarias (+35,7%), animais vivos (+30,6%), couros,
produtos de couro e peleteria (+18,5%), complexo soja (+16,7%), rações para
animais (+9,4%), café (+4,8%), produtos florestais (+4,4%), produtos
alimentícios diversos (+4,3%), demais produtos de origem vegetal (+4,2%), cacau
e seus produtos (+0,6%) e carnes (+0,3%). Diminuíram as exportações de cereais,
farinhas e preparações (-52,7%), fumo e seus produtos (-35,0%), complexo
sucroalcooleiro (-27,9%), fibras e produtos têxteis (-25,9%), produtos
oleaginosos (-23,8%), sucos (-20,9%), pescados (-10,1%), produtos hortícolas,
leguminosas, raízes e tubérculos (-6,1%), frutas (-4,8%), demais produtos de
origem animal (-4,3%), bebidas (-3,4%) e plantas vivas e produtos de
floricultura (-1,5%). (Tabela 2). A participação do agronegócio no total do País aumentou
1,1 ponto percentual nas exportações e 0,3 ponto percentual nas importações
(Figura 6). A participação paulista no total da balança comercial
brasileira diminuiu em termos das exportações (-0,8 ponto percentual) e subiu
no tocante às importações (+0,1 ponto percentual) (Figura 7). Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações
setoriais de São Paulo no primeiro semestre de 2014 representaram 18,1%, ou
seja, menos 2,3 pontos percentuais que em igual período de 2013, enquanto as
importações representaram 36,4%, sendo 0,2 ponto percentual superior à
representatividade verificada no mesmo período do ano anterior (Figura 8). A
participação do agronegócio paulista no agronegócio nacional, no primeiro semestre
de 2014, destacou-se nos grupos de sucos (85,4%), plantas vivas e produtos de
floricultura (72,1%), produtos alimentícios diversos (70,2%), complexo
sucroalcooleiro (68,8%), lácteos (50,2%), demais produtos de origem vegetal (46,7%),
demais produtos de origem animal (45,1%), rações para animais (39,3%), produtos
apícolas (33,4%) e produtos oleaginosos (31,0%) (Tabela 3). Em
relação ao primeiro semestre do ano anterior, sobressaíram-se os aumentos nas
participações de São Paulo nos grupos: rações para animais (+6,9 pontos
percentuais); frutas (+5,2 pontos percentuais); bebidas (+3,9 pontos
percentuais); cacau e seus produtos (+2,9 pontos percentuais); e complexo
sucroalcooleiro (+2,0 pontos percentuais). Já as maiores quedas ocorreram nas
participações dos grupos: lácteos (-35,8 pontos percentuais); produtos
oleaginosos (-19,1 pontos percentuais); sucos (-4,2 pontos percentuais); demais
produtos de origem animal (-4,1 pontos percentuais); e, plantas vivas e
produtos de floricultura (-4,1 pontos percentuais) (Tabela 3). NOTAS 1Estado produtor
(Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de
exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos
agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou
parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi
completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua
forma final. 2Estado importador
(Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do
domicílio fiscal do importador. 3Os
grupos de produtos do agronegócio podem ser vistos em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/
servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat> 4Exceto fumo e seus
produtos (sem exportações nos primeiros semestres de 2013 e de 2014. Palavras-chave: agronegócio, balança
comercial, exportações, importações. Tabela
Complementar TABELA 1. Valor das
Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Produtos, Brasil e Estado de São
Paulo, Janeiro a Junho, 2013 e 2014.
Data de Publicação: 10/07/2014
Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor