Artigos
Panorama da suinocultura no Estado de São Paulo
A
suinocultura paulista, diferentemente da praticada no Sul do país, não tem como
característica a concentração em conglomerados de processamento, nos quais a
produção de animais para o abate é obtida pelo sistema de integração aos
abatedouros, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta) da
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Semelhante ao
que ocorre no setor avícola, a suinocultura praticada em São Paulo é
constituída principalmente por uma variada gama de produtores, normalmente
independentes, que podem ou não estar vinculados aos abatedouros.
O número
de suínos enviados para o abate por São Paulo em 2013 foi de aproximadamente
1,77 milhão de cabeças, cerca de 4,9% do total nacional, que é de 36,0 milhões
de cabeças. O rebanho nacional de suínos tem como destaque, com 49,5%, os
estados do Sul. São Paulo aparece em quinto lugar, com 4,6%. “A
produção brasileira está inserida em uma grande cadeia de produção mundial.
Segundo previsão do USDA, espera-se uma produção global de 107,4 milhões de
toneladas. Os principais países produtores são: China, com 53,8 milhões
(50,1%); União Européia, com 22,5 milhões (21%), Estados Unidos, com 10,6
milhões (9,9%), e demais países, com 18,9 milhões (19%). O Brasil com sua
produção prevista para 2014 de 3,3 milhões (3,1%) participa deste ranking na
quarta posição. Nas exportações, a carne suína é menos representativa que as
carnes bovina e de frango”, informa Carlos Bueno, pesquisador do IEA.
O Valor
Bruto da Produção (VBP) paulista para a carne suína, calculado pelo IEA em
2013, ficou em torno de R$434,7 milhões. A produção está concentrada nos
Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) de Sorocaba, Avaré e Bragança
Paulista, que representam 37% do total de suínos abatidos. Comparativamente a
2012, a suinocultura aumentou sua participação no VBP paulista. Esse aumento da
participação ocorreu principalmente devido ao comportamento dos preços médios
recebidos pelo produtor. A média dos valores nominais de 2013 apresentou um
crescimento de 20,7% em relação a 2012, ou seja, a média do valor da arroba
suína em 2012 foi de R$53,00, enquanto em 2013 foi de R$64,00.
O total
de mais de 3 milhões de toneladas de carne suína brasileira produzida em 2013
garantiu o consumo brasileiro estimado de 15,6 kg/per capita/ano. Os
números da suinocultura paulista indicam que ano a ano ocorre queda na produção
e, para 2014, não parece ser diferente.
Contudo,
a suinocultura paulista enfrenta problemas de difícil resolução, como falta de
escala na produção, custos de produção elevados, concorrência com outras
atividades agropecuárias de maior rentabilidade e falta de aptidão
cooperativista. Soma-se a estes problemas a concorrência pelo consumidor que,
quando tem restrições orçamentárias na aquisição de alimentos, escolhe a carne
de frango pelo preço e, quando não tem, escolhe carne bovina pela preferência.
O que resulta destes fatores é o crescente desestímulo aos suinocultores em
permanecer na atividade em que a produção é insuficiente e praticamente toda
consumida no próprio estado.
Para ler
o artigo na íntegra e conferir as tabelas clique aqui.
Data de Publicação: 27/06/2014
Autor(es): Nara Guimarães (naraguimaraes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor