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Anomalia climática afeta a produtividade da safra de grãos
A
colheita de grãos nesta safra está prevista em 6,1 milhões de toneladas, o que
representa decréscimo de pouco mais de 20% em relação ao ano anterior, devido
principalmente à anomalia climática (fenômeno que combinou escassez de
precipitações, temperaturas médias elevadas e maior exposição solar) que
influenciou a produtividade, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola
(IEA/Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
As
culturas que apresentaram as maiores quedas em percentual de volumes produzidos
e esperados foram: arroz de sequeiro e várzea (-35,8%), milho sequeiro e
irrigado, da primeira safra (-30,7%), soja safrinha (-22,3%), amendoim das
águas (-17,3%), soja e soja irrigada, primeira safra (-14,8%), milho safrinha
(-14,4%), feijão de inverno (-11%) e o feijão da seca (- 6%). Os maiores
percentuais de acréscimos em suas produções foram: triticale (178,0%) e trigo
(51,5%), em menor proporção, algodão e feijão das águas, informam José Alberto
Angelo, Ana Montragio Camargo, Carlos Bueno, Denise Caser, Mário Olivette e
Vera Lúcia Francisco, pesquisadores do IEA.
O
levantamento realizado no campo em abril aponta queda da área plantada (5,7%)
com a cultura de feijão, da safra da seca e espera-se uma produção de 44,9 mil
toneladas, 6% menor que a safra passada, com a produtividade praticamente
inalterada (-0,4%). Situação semelhante é verificada no primeiro levantamento
de feijão de inverno (irrigado e sem irrigação), com expectativa de menor área
plantada (12,5%) e de produção (11%).
Na
cultura de mandioca para indústria há expectativa de quedas na área (2,8%),
totalizando 54,9 mil hectares, na produção (4,7%), devendo ser colhidas 922,2
mil toneladas, e na produtividade (3,3%). No caso da mandioca de mesa,
produzida em menor escala (15,3 mil hectares), a produção deverá ser de 187,8
mil toneladas, 7,7% menor que a da safra 2012/13. Esse quadro de queda nesta
atividade é decorrente da competição por terras, principalmente com as culturas
de milho, soja e cana para indústria, como também pelo fato da colheita ser
pouco mecanizada elevam-se os custos de produção com a contratação de
mão-de-obra.
A
cultura do milho sequeiro e irrigado, primeira safra 2013/14, com cerca de 90%
da colheita realizada até à época do levantamento, aponta para uma produção
prevista em 2,43 milhões de toneladas, queda de 30,7% em relação à safra
2012/13. Quanto à segunda safra do milho, milho safrinha, o levantamento aponta
retração de 16,0% de área plantada (277,9 mil hectares) ante a safra 12/13 e
queda de 14,4% na produção (1,22 milhão de toneladas), com ganhos de
produtividade em torno de 2%.
A
cultura do trigo vem sendo estimulada, dado os bons retornos econômicos, o que
determina a decisão dos produtores paulistas de ampliar sua participação na
área e nos tratos culturais, resultando em crescimento de área (16,1%).
Para a
cultura da cana de açúcar os resultados apontam diminuição na área nova (9,5%)
e na produção (7,8%), com um volume de 409,8 milhões de toneladas,
principalmente pela queda da produtividade que foi de 7,2%, em relação à safra
passada, visto que a área em produção pouco se alterou. Esse quadro sugere à
conjunção de dois fatores: o primeiro refere-se à crise do setor em relação ao
preço do etanol, o que causa desestímulo ao setor sucroalcooleiro, e o segundo
devido as condições climáticas adversas ocorridas no inicio da presente safra
afetando a produtividade.
Para a
cultura da laranja, o levantamento demonstra a redução na área plantada,
comparativamente à safra 2012/13. Na atual safra registra-se acréscimo de novas
plantas, porém este aumento não compensa a diminuição das plantas em produção.
Com isso a área total plantada apresenta-se 3,5% menor que a de 2012/13,
atingindo a marca de 486 mil hectares, para a safra 2013/14. O volume total a
ser produzido poderá atingir 289,6 milhões de caixas de 40,8kg (cerca de 11.815
mil toneladas), 1,1% maior que a obtida na safra passada que foi de 286,3
milhões de caixas de 40,8 quilos, visto que a florada foi abundante no final do
ano passado. Esses números incluem tanto as frutas comerciais como os frutos
provenientes de pomares não expressivos economicamente, e as perdas relativas
ao processo produtivo e às de colheita. Espera-se uma produtividade agrícola de
26.390 kg/ha, superior àquela obtida na estimativa final da safra em 4,9%.
O
próximo levantamento das safras agrícolas do Estado de São Paulo, a ser
realizado em junho, deverá trazer informações mais precisas sobre produções e
produtividades, para o ano agrícola 2013/14.
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Nara Guimarães
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naraguimaraes@sp.gov.br
Data de Publicação: 17/06/2014
Autor(es): Nara Guimarães (naraguimaraes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor