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Como o clima está afetando o mercado e a produção de café
"Anomalia climática & reflexos sobre as
lavouras e o mercado" foi o tema da palestra apresentada por Celso Vegro, pesquisador
científico do Instituto de Economia
Agrícola (IEA/Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de
São Paulo, durante o Ciclo de
Seminários e Estudos IEA. O objetivo do evento era discutir as
interfaces entre a anomalia climática - fenômeno caracterizado pela
escassez de precipitações, baixa umidade relativa do ar e alta incidência de
luminosidade - que incidiu
no primeiro trimestre de 2014 no Centro-Sul, tanto sobre a produtividade das
lavouras quanto a formação de expectativas em torno das cotações para o
produto. A Segunda Estimativa da
Safra Cafeeira Paulista 2014/15, fruto da parceria entre o IEA, a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati)
e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab/Mapa), estima produção comercial
superior a 4,2 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado, resultado 4,68% menor
que o da primeira estimativa da safra 2014/15. Porém, o pesquisador alerta que tanto
o volume como a renda relativos à faixa de produção comercial poderão apresentar
grande oscilação negativa em função do baixo peso das sementes, alerta o
pesquisador. Vegro apresentou ainda os resultados de um estudo
empírico em que analisa os efeitos da anomalia climática sobre uma planta
irrigada e outra de sequeiro. A observação desses dois talhões durante os três
primeiros meses de 2014 permitiu constatar a extensão dos prejuízos que a
combinação de fatores climáticos imprimiu à planta sem irrigação, na qual se
observou um alto percentual de chochamento dos frutos. Os efeitos do clima sobre as lavouras paulistas, em
especial sobre o café, ainda podem reservar prejuízos. Segundo Vegro, existe a
possibilidade de que outro fenômeno já bastante conhecido, o El Niño, provoque chuvas no período de
colheita do fruto, o que acarretaria deterioração da qualidade e consequente
reflexo no mercado já bastante sensível. O próximo levantamento que será
realizado em julho poderá confirmar ou não essa tendência. Para ele, pode-se esperar preços em patamares que
remunerem o cafeicultor ao menos para esta e a próxima safra. Celso Luís Rodrigues Vegro é
engenheiro agrônomo e mestre em Desenvolvimento Agrícola e Sociedade. Para conhecer outros textos do autor, acesse: www.iea.sp.gov.br.
Data de Publicação: 23/05/2014
Autor(es): Nara Guimarães (naraguimaraes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor