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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro no Primeiro Trimestre de 2014
No primeiro trimestre de 2014, as exportações1 do
Estado de São Paulo somaram US$ 11,63 bilhões (23,5% do total nacional), e as
importações2, US$ 20,57 bilhões (37,0% do total
nacional), registrando déficit de US$ 8,94 bilhões. Em relação ao primeiro trimestre
do ano de 2013, o valor das exportações paulistas caiu 6,6% e o das importações
subiu 5,8%, aumentando em 27,9% o déficit comercial (Figura 1). A queda nas
exportações paulistas (-6,6%), comparando-se os primeiros três meses de 2014 e 2013,
foi maior do que a das exportações brasileiras (-2,5%), enquanto que, nas
importações, ocorreu aumento O agronegócio3 paulista apresentou exportações decrescentes
(-11,2%), atingindo US$ 4,29 bilhões. Como as importações aumentaram (+2,0%),
somando US$ 1,56 bilhão, o saldo, de US$ 2,73 bilhões, foi 17,3% menor que o do
primeiro trimestre do ano de 2013 (Figura 2). Destaque-se que as importações
paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - somaram US$ 19,01 bilhões
para exportações de US$ 7,34 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado,
de US$ 11,67 bilhões no primeiro trimestre de 2014. Assim, conclui-se que o
comércio exterior paulista seria mais deficitário não fosse o desempenho do
agronegócio estadual. Os cinco principais grupos nas
exportações do agronegócio paulista, no primeiro trimestre de 2014, foram: complexo
sucroalcooleiro (US$ 1,61 bilhão), carnes (US$ 597,32 milhões, em que a carne
bovina respondeu por 80,4%), sucos (US$ 451,79 milhões, dos quais 97,5%
referentes a sucos de laranja), produtos florestais (US$ 417,56 milhões) e complexo
soja (US$ 394,08 milhões). Esses cinco agregados
representaram 80,0% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1). Tiveram crescimento na comparação do
primeiro trimestre de 2014 com o de 2013, as exportações paulistas de lácteos
(+57,9%), rações para animais (+34,2%), complexo soja (+22,9%), produtos
apícolas (+22,0%), cacau e seus produtos (+18,4%), couros, produtos de couro e
peleteria (+14,7%), bebidas (+12,3%), frutas (+11,3%), animais vivos (+8,3%),
produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (+6,6%), produtos
alimentícios diversos (+5,2%), carnes (+4,1%) e produtos florestais (+0,2%). Houve
redução nas demais4,
ou seja, cereais, farinhas e preparações (-48,9%), produtos oleaginosos
(-48,0%), fibras e produtos têxteis (-30,9%), sucos (-25,4%), complexo
sucroalcooleiro (-22,2%), plantas vivas e produtos de floricultura (-17,2%), demais
produtos de origem vegetal (-9,6%), demais produtos de origem animal (-8,2),
pescados (-7,4%), chá, mate e especiarias (-4,0%), e café (-2,1%)(Tabela 1).
A participação das exportações do
agronegócio paulista no total do Estado diminuiu 1,9 ponto percentual, enquanto
a participação das importações diminuiu 0,3 ponto percentual, na comparação dos
primeiros trimestres de 2013 e 2014 (Figura 3). A balança comercial brasileira registrou déficit de
US$ 6,07 bilhões no primeiro trimestre de 2014, com exportações de US$ 49,59
bilhões e importações de US$ 55,66 bilhões. O crescimento do déficit comercial
ocorreu em função de queda nas exportações (-2,5%) superior à das importações (-0,6%)
(Figura 4). No
primeiro trimestre de 2014, as exportações do agronegócio brasileiro diminuíram
1,7% em relação a igual período do ano anterior, atingindo US$ 20,23 bilhões (40,8%
do total). Já as importações do setor diminuíram 0,7%, também na comparação com
os três primeiros meses de 2013, somando US$ 4,25 bilhões (7,6% do total). O
superávit do agronegócio no período foi de US$ 15,98 bilhões, 1,9% inferior ao
do primeiro trimestre do ano passado (Figura 5). Portanto, o déficit do
comércio exterior brasileiro só não foi maior devido ao desempenho do
agronegócio, uma vez que os demais setores, com exportações US$ 29,36 bilhões e
importações de US$ 51,41 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 22,05
bilhões. Os cinco principais grupos do agronegócio
brasileiro nas exportações do primeiro trimestre de 2014 foram: complexo
soja (US$ 5,90 bilhões); carnes (US$ 3,83 bilhões); complexo
sucroalcooleiro (US$ 2,36 bilhões); produtos florestais (US$ 2,34 bilhões); e, café
(US$ 1,25 bilhões). Esses cinco agregados responderam
por 77,6% das vendas externas do agronegócio nacional (Tabela 2). Na comparação com o primeiro trimestre
de 2013, aumentaram as exportações de lácteos (+138,3%), chá, mate e
especiarias (+92,0%), complexo soja (+61,3%), animais vivos (+55,8%), produtos
apícolas (+46,7%), rações para animais (+26,1%), couros, produtos de couro e
peleteria (+22,7%), produtos alimentícios diversos (+6,1%), produtos florestais
(+6,0%), demais produtos de origem animal (+3,8%), e cacau e seus produtos
(+1,4%). Diminuíram as exportações de cereais, farinhas e preparações (-57,9%),
fibras e produtos têxteis (-41,7%), produtos oleaginosos (-32,5%), complexo
sucroalcooleiro (-28,3%), produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos
(-27,5%), sucos (-21,4%), fumo e seus produtos (-20,9%), bebidas (-14,3%), plantas
vivas e produtos de floricultura (-14,1%), café (-12,4%), pescados (-11,5%), frutas
(-7,2%), demais produtos de origem vegetal (-3,4%), e carnes (-1,5%)(Tabela 2). A participação do agronegócio no total do País aumentou
0,3 ponto percentual nas exportações, e manteve-se estável nas importações
(Figura 6). A participação paulista no total da balança comercial
brasileira diminuiu em termos das exportações (1,0 ponto percentual) e subiu no
tocante às importações (+2,3 pontos percentuais) (Figura 7). Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações
setoriais de São Paulo no primeiro trimestre de 2014 representaram 21,2%, ou
seja, menos 2,3 pontos percentuais que em igual período de 2013, enquanto as
importações representaram 36,7%, sendo 1,0 ponto percentual superior à
representatividade verificada no mesmo período do ano anterior (Figura 8). A
participação do agronegócio paulista no agronegócio nacional, no primeiro
trimestre de 2014, destacou-se nos grupos de sucos (85,3%), produtos
alimentícios diversos (70,5%), complexo sucroalcooleiro (68,3%), lácteos (57,2%),
plantas vivas e produtos de floricultura (57,1%), demais produtos de origem
vegetal (47,3%), demais produtos de origem animal (44,1%), produtos oleaginosos
(34,5%), rações para animais (32,7%), e produtos apícolas (31,7%)(Tabela 3).
Em
relação ao primeiro trimestre do ano anterior, sobressaíram-se os aumentos nas
participações de São Paulo nos grupos: produtos hortícolas, leguminosas, raízes
e tubérculos (+7,4 pontos percentuais); bebidas (+6,1 pontos percentuais); complexo
sucroalcooleiro (+5,3 pontos percentuais); frutas (+2,8 pontos percentuais); e,
cacau e seus produtos (+2,6 pontos percentuais). Já as maiores quedas ocorreram
nas participações dos grupos: lácteos (-29,1 pontos percentuais); produtos
oleaginosos (-10,3 pontos percentuais); produtos apícolas (-6,4 pontos
percentuais); demais produtos de origem animal (-5,8 pontos percentuais); e,
sucos (-4,6 pontos percentuais) (Tabela 3). ____________________________________________________ 1Estado produtor
(Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de
exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos
agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou
parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi
completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua
forma final. 2Estado importador
(Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do
domicílio fiscal do importador. 3Os
grupos de produtos do agronegócio podem ser vistos em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/
servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat> 4Exceto fumo e seus
produtos (sem exportações nos primeiros trimestres de 2013 e de 2014. Palavras-chave: agronegócio, balança
comercial, exportações, importações. Tabela
Complementar
TABELA 1. Valor das
Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Produtos, Brasil e Estado de São
Paulo, Janeiro a Março, 2013 e 2014.
Data de Publicação: 17/04/2014
Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor