Foram procedidas revisões dos dados de 2013, referentes ao consumo de milho na avicultura de corte e à exportação. No primeiro caso, de acordo com os representantes do segmento animal, embora a relação de troca frango-milho tenha melhorado no ano, os criadores paulistas reduziram seus plantéis, visando recompor suas margens. Assim, estimou-se uma queda de 13,0% do consumo de milho na avicultura de corte do Estado. Quanto às exportações de milho paulista, houve desaceleração nos últimos meses, de sorte a finalizar o ano com redução de 1,2%, em relação a 2012 (Tabela 1).

A terceira estimativa de produção de milho no Estado de São Paulo em 2014 (safra 2013/14), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), de fevereiro deste ano, indica uma drástica queda da produtividade da cultura de verão (primeira safra), em razão da severa estiagem em plena estação das chuvas, associada às altas temperaturas do ambiente em todo o Estado de São Paulo. A queda da produção (30,5%) se deve também à retração da área plantada do cereal, motivada por decisão do produtor de substituir o plantio de milho pelo de soja, dada a previsão de bons preços da oleaginosa. A produção de milho safrinha (segunda safra) também deve cair (18,2%), tanto pela previsão de redução da área plantada, quanto pela menor produtividade esperada, dado o atraso da semeadura.

Se confirmadas as previsões acima, a produção total de milho em 2014, no Estado de São Paulo, de 3,6 milhões de toneladas, será a menor dos últimos 14 anos, diminuindo 27% em relação à safra 2012/13. Com a redução de 1,9% do estoque inicial, a disponibilidade interna de milho no Estado se situa em 4,2 milhões de toneladas, 24,2% a menos do que em 2013.

            Do lado da demanda, as expectativas são otimistas quanto ao consumo de milho em praticamente todos os segmentos da produção animal. Excetuando-se os segmentos da avicultura de postura e da indústria moageira, que indicam manutenção do nível das compras de milho de 2013, os demais setores da produção animal preveem aumentos do consumo. A avicultura de corte, segmento maior consumidor no estado, espera crescer 3,0% no alojamento de aves, com reflexo de mesma magnitude no consumo de milho. Outro segmento que espera aumentar o consumo do cereal em 2014 é o da pecuária de corte (confinamento e semiconfinamento), dada a perspectiva de melhoria da rentabilidade da atividade no presente ano.

A previsão de aumento da exportação de milho pelo Estado de São Paulo, em 2013, da quarta estimativa da Câmara Setorial, não se confirmou, com o ritmo dos embarques para o exterior desacelerando nos últimos meses. Segundo os dados oficiais, o volume exportado pelo estado em 2013 caiu 1,2%, relativamente a 2012. Para 2014, em linha com a previsão de queda da exportação total de milho do Brasil, prevê-se redução de 30% dos embarques ao exterior do cereal do Estado de São Paulo.

O balanço da oferta e demanda de milho no Estado em 2014 indica crescimento de 28,8% da importação do cereal, necessária para compensar a quebra da safra paulista na temporada 2013/14. A relação estoque/consumo no Estado de São Paulo é relativamente estável, em torno de 7,5%. Se confirmado, o volume importado (de outras regiões) passa a corresponder a 61% do consumo, nível recorde no estado.

Palavras-chave: câmara setorial, consumo, demanda, milho, oferta, produção.