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Novos Rumos da Agricultura e suas Implicações para as Políticas de Inovações Regionais
O objetivo do trabalho é discutir os novos rumos da
agricultura, suas especificidades e as implicações para as políticas de
inovações regionais, em face das transformações da economia brasileira. Para tanto se busca
entender como ocorreram as transformações
do setor agropecuário na economia brasileira, primeiro em função das
mudanças ocorridas entre meados do século XX até próximo aos anos 1990 e,
segundo, em função das transformações posteriores da economia brasileira até o
início do século XXI. Pretende-se situar o
setor agrário nesse panorama, comentando sobre as mudanças decorrentes. Um
objetivo específico é mostrar que há diferenças nas agriculturas desses dois
períodos e que isso implica transformações nas políticas públicas voltadas para
a produção de conhecimento/inovação tecnológica. Desde já se esclarece que a análise
é um voo panorâmico, de natureza rasante, com intuito didático de reforçar a
necessidade de aprofundar reflexões nessa temática. A agricultura
brasileira e especialmente a agricultura da região Sudeste do País foram
induzidas, a partir de políticas públicas praticadas nos anos 1960-80, a
processos de transformações que resultaram em um setor modernizado
tecnologicamente, integrado aos demais setores da economia, a montante com a
indústria fornecedora de insumos e máquinas, e a jusante com a indústria processadora
de alimentos, fibras e energia e ligada aos segmentos de logística e
distribuição; em contraposição à agricultura autarquizada dos anos 1950,
produtora de parte substancial dos insumos utilizados, parcialmente
processadora de seus produtos, voltada a alguns poucos produtos de exportação,
praticante e utilizadora de tecnologias tradicionais. As políticas
preconizadas e praticadas foram as de crédito subsidiado pelo governo federal,
para alimentos (grãos: milho, feijão, arroz e soja principalmente), preços
mínimos com objetivo de seguro de preços para os alimentos e seguro de renda
para produtos de algumas regiões mais deprimidas, ao lado de manter e
incentivar as tradicionais instituições de defesa, proteção e fomento de
algumas importantes atividades como cacau, café, cana-de-açúcar e trigo, e, por
fim, reestruturação dos sistemas de armazenagem de grãos e criação de centrais
de abastecimento para dar conta dos mercados de hortifrutigranjeiros. Coroando a criação
desse sistema de apoio à agricultura contou-se também com a reestruturação da
pesquisa agrícola e da extensão rural para dar suporte ao desenvolvimento pela
geração de conhecimento/tecnologia e sua transferência. O desenvolvimento do
setor rural decorre deste contexto, em que havia um projeto nacional de
desenvolvimento econômico a ser construído. Assim, a modernização do agro fazia
parte e era integrada ao sistema tecnológico nacional, dependente da indústria
química, da indústria de máquinas e equipamentos, da indústria fornecedora de insumos,
como as de sementes melhoradas geneticamente, entre outras. Esse período pode ser
caracterizado como de fomento tecnológico de um pacote que previa aumentos de
produção associados à melhoria da produtividade do trabalho e da terra, por
força da adoção de tecnologias mecânicas e biológicas, com objetivo de obter
uma integração diferente da agricultura
de então, mais autárquica e menos integrada ao sistema econômico. Esse
edifício foi pensado e posto em prática no âmbito de uma economia fechada, com
baixíssima integração aos mercados internacionais, tendo como objetivo o
desenvolvimento de uma economia industrializada, dentro do chamado modelo de
substituição de importações, que vigorou até os anos finais da década de 1980,
desenvolvendo uma indústria de insumos modernos que pudesse sustentar a
modernização da agricultura. Um aspecto importante
da economia era o de contar com a formação bruta de capital por iniciativa do
Governo Federal, apoiando-se também nas características do regime político ditatorial,
em vigor a partir do início dos anos 1960, para acirrar as ações de natureza
intervencionista, chegando o Governo Federal a comandar a formação de preços em
inúmeros mercados. No
entanto, o desenvolvimento econômico atingiu seus limites, resultando em desarranjos
de setores importantes da economia, caracterizando-se pela existência de um
processo de inflação crescente, desordenado e resistente às ações dos governos.
Todos os planos de estabilização monetária criados: Cruzado, Bresser, Verão e
Collor acarretaram distorções nos mercados, incluindo os mercados agrícolas,
afetando ainda mais o processo inflacionário pelos choques de preços dos
alimentos e outros produtos de origem agrícola, até desembocar em uma
hiperinflação no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, atingindo o
patamar de 81% no mês de março de 1990, medido pelo IGP-DI da FGV. Nesse nível
inflacionário o repasse dos aumentos de preços generalizou-se de maneira quase
que automática, afora os salários. O Plano Real, implantado em 1994, adotou uma sistemática de ajuste para todos os
preços da economia, através do mecanismo da Unidade Real de Valor (URV), que
neutralizava o repasse inflacionário. O Plano Real foi o
início de um novo processo de transformação radical da economia brasileira,
passando a formação bruta de capital para os setores de iniciativa privada,
através das privatizações das áreas de comunicações, ferrovias, siderurgia,
financeiro, prospecção de petróleo e da distribuição de derivados, etc. Por sua
vez, a redução da inflação permitiu aumento de renda para muitas camadas da
população brasileira, incentivando uma reestruturação e aumento do mercado
interno. A economia brasileira
passou por transformações substanciais entrando no século XXI na direção da
globalização de capitais em vários ramos industriais, inserção às novas ondas
de inovação mundial, como a era da tecnologia da informação e comunicação e a
era da biotecnologia e nanotecnologia, com a sociedade civil tornando-se cada
vez mais atenta aos valores da sustentabilidade social e ambiental. O setor agrário foi
impactado pela transferência ao setor privado de funções antes exercidas pelo
Estado, cujos instrumentos anteriores deixaram de ser aplicados, alguns deles
chegando a ser desativados/alterados, como aquelas organizações oficiais
responsáveis pela política agrícola (remodelagem da Comissão de Financiamento
da Produção (CFP) para CONAB, extinção do Instituto do Açúcar e do álcool (IAA),
extinção do Instituto Brasileiro do Café (IBC), para ficar em exemplos emblemáticos
desse período). Não cabe aqui
analisar os novos instrumentos de apoio criados pelo Governo Federal,
registrando-se apenas que houve mudança substancial na política de crédito, incorporação
explícita da antiga pequena produção, substituída pelo conceito de agricultura
familiar e apoiada via Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF),
implantação de vários programas de crédito para investimento, via BNDES, com
objetivo de atender os diferentes perfis de produtores rurais. Conforme estudos
realizados,1,2 o financiamento, especialmente das atividades de
custeio e comercialização, foram, através de medidas de política pública, sendo
repassadas ao setor privado. De um lado, o governo passou a subvencionar a
comercialização através de vários mecanismos, de modo a reduzir a sua
responsabilidade de manutenção e gestão de estoques de produtos. De outro, com
a dificuldade para ampliar a oferta de recursos de acordo com a demanda do
agronegócio nacional, o governo apoiou a criação de instrumentos que permitissem ao capital privado financiar
especialmente o custeio da produção. Assim, pelo apoio aos Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACCs) e
Cédula do Produtor Rural (CPRs), física e financeira, possibilitou-se maior
legalidade a esse mercado de antecipação de recursos. Posteriormente,
buscando trazer mais investidores para o mercado agropecuário, especialmente os
fundos de pensão e os fundos de investimentos privados lastreados em títulos, criaram-se
os Certificados de Depósitos Agropecuários (CDA) e Warrant Agropecuário (WA), a
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), o Certificado de Direitos Creditórios do
Agronegócio (CDCA) e o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) (Lei
11.076/2004), agregando-se a este pacote a utilização do mercado futuro como
proteção de preços para commodities
de origem agrícola. Ressalte-se que a
descentralização das decisões de políticas públicas criou oportunidade para que
o Estado de São Paulo implantasse o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP),
financiando subsidiariamente atividades
da agricultura paulista, além de subvencionar prêmios de seguro para a produção
de atividades da agropecuária. -
A Inserção do Setor Agrário na Economia O primeiro momento do
período analisado mostra um setor agrário pautado pela intervenção
governamental direta, sendo plasmado objetivamente para tornar-se um setor mais
integrado ao sistema econômico nacional. O segundo momento,
pelas mudanças ocorridas, resulta em um setor agrícola pautado pelo mercado,
obrigando-o a tornar-se competitivo pela exploração do seu potencial interno,
via redução de custos, adoção de tecnologias e reorganização gerencial, embora
enfrentando as mesmas dificuldades dos demais setores da economia pelo lado do
custo Brasil decorrente das questões não resolvidas ainda atualmente pelos
governos federais, por exemplo, relativas à logística de transporte, ao sistema
conflitante do regime tributário brasileiro e à infraestrutura. Nesse contexto como
situar a agropecuária sob a ótica do processo de inovação? Objetivando-se
garantir o pleno aproveitamento das forças produtivas do setor, uma tarefa
prioritária é estudar como a agropecuária (paulista em nosso caso) pode contribuir
para a continuidade do desenvolvimento econômico regional e nacional, condicionado
às questões do crescimento da produção dentro da ótica de segurança alimentar
no sentido do acesso universal aos alimentos e fibras visando o mercado
interno, co-participar da matriz energética de maneira mais protagonista,
contribuir para o aumento das receitas de divisas pela exportação, superando as
chamadas barreiras tarifárias e não-tarifárias dos países importadores, e
produzir novos bens e serviços que atendam às demandas internas por produtos
diferenciados. Para isso é preciso
entender mais detalhadamente como essa agricultura se estrutura. Usando das
palavras de José Sidnei Gonçalves3, em texto não publicado,
preparado para o PPA 2012-15, estudos do IEA-APTA focando
produtos mostram "monoculturas regionais" típicas como a cana para indústria
que consolidada no eixo Campinas-Ribeirão avança sobre áreas de pastagens do
Oeste, ainda que também se irradie para as zonas de grãos do Nordeste Paulista
de Guaíra-Ituverava e mesmo nos espaços dos laranjais de Matão-Bebedouro. As
lavouras florestais avançam no Alto Paranapanema substituindo pastagens
degradadas e também lavouras alimentares como o feijão. Esse mesmo produto concorre
com a soja no circuito de grãos e fibras Taquarivaí-Paranapanema. Novos
laranjais surgem no eixo da rodovia Castelo Branco próximo a Bauru-Botucatu,
somando-se ao feijão já concentrado nas imediações de
Itararé-Itaberá-Taquarituba no Sudoeste Paulista e da banana da Baixada
Santista-Vale do Ribeira. A banana do Vale do Ribeira apresenta componente
varietal distinto da banana de Avaré e do Noroeste Paulista, da mesma maneira
que o café de Tejupá-Piraju apresenta singularidades diferenciadoras dos cafés
de Franca e São Sebastião da Grama. O eixo metropolitano concentra-se na
produção de olerícolas e frutíferas e na associação de ‘atividades rurais
não-agropecuárias’ para elevar a renda das propriedades. Em suma, a especialização regional consiste numa regra definidora da
dinâmica não apenas da agropecuária como de toda agricultura paulista,
tornando-se por isso mesmo inexorável eixo ordenador das políticas públicas
setoriais exitosas porque atentas ao axioma típico da produção biológica de que
a agricultura se mostra específica quanto ao local4. Estudo realizado5 recentemente confirma e demonstra que
há especialização regional por diferenciação local mesmo em culturas
disseminadas em todo o território paulista. Isso se verifica pelos
enfoques/objetivos dos projetos de pesquisa desenvolvidos pelas unidades
departamentais da APTA em todo o Estado de São Paulo. Para exemplificar destacam-se os resultados
obtidos para a cana-de-açúcar, cultivada
na maioria dos municípios
paulistas. A comparação entre as pesquisas desenvolvidas nos polos regionais da
APTA Regional e no Centro Avançado de Cana do IAC/APTA evidenciam, conforme as
palavras do autor, que: O tema
central de abordagem das pesquisas da APTA Regional com este produto está
relacionado à produtividade, adubação, utilização de nitrogênio e plantio” e
que “o tema central da abordagem das pesquisas do IAC está relacionado à
eficiência e genótipos. Observa-se, portanto, que para a cadeia de
cana-de-açúcar não existem sobreposições de pesquisa entre a APTA Regional e
IAC, uma vez que este atua com grande ênfase no melhoramento genético da
cana-de-açúcar, enquanto que a APTA Regional atua nas diversas linhas de
pesquisa baseadas na produtividade e adubação mineral com atuação regionalizada. O estudo evidencia que as
pesquisas diferem entre si, embora desenvolvidas por instituições congêneres da
APTA, porque a agricultura é regional/local, confirmando os resultados de José
Sidnei Gonçalves acima apontados. -
Comentários Finais Com esses
argumentos desenvolvidos, iniciando com a contextualização do setor agrícola no
processo de modernização dos anos 1960, procurou-se demonstrar que a tarefa era
a de fomentar o desenvolvimento tecnológico na direção da integração aos demais
setores da economia. Já no período
pós 1994 não se tratava mais de fomentar, mas de decifrar um setor que se
tornara também complexo, com várias formas organizacionais que necessitavam e
continuam necessitadas de conhecimento relativo à sua dinâmica, para entender
como funcionam, e que tipos de problemas de desenvolvimento estão em sua base
de sustentação ou de impedimento. Atualmente,
sabe-se que o setor se organiza em sistemas familiares simples (como os
assentados ou quilombolas), em sistemas agroindustriais complexos, em arranjos
produtivos locais, em cadeias produtivas altamente integradas ou pouco
integradas, e assim por diante. Não mais caberia, portanto, aquela divisão
entre agricultura dentro da porteira e fora da porteira como unidade analítica,
além de que tais arranjos são submetidos às condições regionais tornando-os
singulares e diferenciados quando comparados com outras regiões. Por sua vez,
compreender essas formas organizacionais muda a perspectiva do estudioso sobre
o assunto, na medida em que passa de uma condição de ofertar conhecimento para
outra postura que envolve desvendamento; identificação dos problemas frente a
um futuro carregado de incertezas, sujeito aos efeitos diretos dos mercados
internacionais; elaboração e concepção de cenários para construção de futuro,
frequentemente revistos frente aos novos fatos da economia e da sociedade;
avaliação de impactos de tecnologias; e estudos de avaliação de investimentos
sob a ótica de impactos de várias ordens, dentre outros. Assim, o
conhecimento sobre as necessidades tecnológicas que podem suprir e dar
sustentação às atividades econômicas do setor rural adquire importância
crescente, ressaltando-se que não se deve confundir problemas técnicos
derivados do manejo produtivo, de natureza pontual, os quais são perfeitamente
atendidos pela extensão rural e/ou assistência técnica privada, com as demandas
de médio e longo prazos, as quais têm a ver com a competitividade das cadeias
ou complexos frente aos mercados internos e externos, relacionados à geração de
novos produtos ou processos que atendam à busca por redução de custos e/ou
aumento de produtividade nesse contexto de restrições ambientais e que levem em
conta questões sociais, como qualidade e quantidade de emprego e/ou redução de
postos de trabalho. A compreensão
das realidades regionais adquire cada vez mais importância, passando por
entender como os arranjos produtivos se articulam nesses espaços territoriais,
compondo cadeias ou outras formas, o(s) grau(s) de integração à economia
regional e nacional, a dinâmica de financiamento, de produção e comercialização,
a estrutura de apoio técnico-científico e inserção ao setor produtivo, a
compreensão da composição e do relacionamento entre o setor público e privado
em suas várias segmentações, incluindo aqui a interface política como ponte
entre a sociedade e o(s) governo(s), para ficar-se em apenas alguns temas que
assumem relevância. Para realçar
os argumentos desenvolvidos e os fatos demonstrados, termina-se com a seguinte
frase6: Numa leitura territorial da agricultura paulista,
verifica-se um amplo mosaico de situações definindo territorialidades
características que cada vez mais problematizam a possibilidade de sucesso de
políticas setoriais genéricas.7 _________________________________________________ 1AOUN, S. Financiamento da produção agrícola: expansão do mercado derivativo. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 7, n. 9, set. 2012. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php? codTexto=12446>. Acesso em: 23 set. 2013. 2FRANCA, T. J. F. A novidade dos fundos de investimentos como financiadores do agronegócio. São Paulo: IEA, 2004. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=1303>. Acesso em: 13 set. 2013. 3GONÇALVES, J. S. Agricultura e diretrizes estratégicas no PPA 2012-2015 do Governo do Estado de São Paulo. Diagnóstico Setorial, 2011. (Mimeografado). 4A temática da regionalidade é um dos assuntos prioritários de pesquisa do IEA. Entretanto, a escolha da citação de José Sidnei Gonçalves, em texto não publicado, em detrimento de citar os estudos acadêmicos acima referenciados, se justifica porque sua análise tem alta correlação com a criação dos Polos Regionais da APTA, agência da qual foi o primeiro Coordenador e principal responsável pela sua formulação e implantação. 5FIRETTI, R. Utilização da técnica de mineração de dados para determinação de padrões distintivos identificadores de sobreposições nos projetos de pesquisa em andamento na APTA. São Paulo: APTA. Disponível em: <http://www.aptaregional.sp.gov.br/index.php/26-prestando-contas-a-sociedade/1067-prestando-contas-a-sociedade>. Acesso em: 11 set. 2013. 6GONÇALVES, J. S.; ANGELO, J. A.; SOUZA, S. A. M. Economias regionais paulistas no período 2005-2007: desconcentração na agropecuária com concentração na agricultura revelando diferenças estruturais. Informações Econômicas, São Paulo, v. 39, n. 2, fev. 2009. 7Os autores agradecem os comentários de Ricardo Firetti e ao parecerista anônimo da AIA a outra versão deste artigo. Como de praxe ressalte-se que eventuais erros ou inadequações são de inteira responsabilidade dos autores, assim como os argumentos desenvolvidos para se chegar às evidências e conclusões.
Data de Publicação: 26/11/2013
Autor(es):
Alceu De Arruda Veiga Filho Consulte outros textos deste autor
Terezinha Joyce Fernandes Franca (terezinha.franca@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor