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Defensivos Agrícolas: vendas batem novo recorde em 2012 e segue em ritmo forte em 2013
Em 2012, as
quantidades totais vendidas de defensivos agrícolas no Brasil cresceram quando
comparadas com aquelas contabilizadas no ano anterior. Observou-se que, em
termos de produto comercial, foram transacionadas 823.226 t (acréscimo de 12,7%
em relação a 2011), correspondendo a 346.583 t de princípio ativo (incremento
de 0,5%), de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos
para Defesa Agrícola (SINDAG) (Figura 1). Comparativamente com
o ano anterior, o incremento na comercialização em 2012 resultou de melhores
vendas, em quantidade de produto comercial, para importantes culturas como:
soja (20,8%), cana-de-açúcar (15,4%), milho safrinha (24,0%) e milho safra
(14,7%), que exibiam nesse ano relação de troca favorável para os agricultores.
Outros produtos que também tiveram crescimento da demanda de defensivos agrícolas
foram: café (43,9%), feijão (38,5%), arroz irrigado (29,0%), amendoim (27,2%),
pastagem (24,0%), reflorestamento (9,2%), fumo (8,2%) e culturas de inverno
(3,1%). Em contrapartida, outras importantes culturas registraram retração, por
exemplos: citros (32,8%), uva (23,4%), maçã (20,2%), algodão (20,0%) e batata
inglesa (5,5%). A classe de
defensivos que apresentou maior acréscimo nas vendas em quantidade de produto
comercial foi a dos inseticidas, que em 2012 aumentou 27,4% (em relação a
2011). Cresceram, também, as vendas de herbicidas (16,9%) e acaricidas (8,1%),
enquanto as de fungicidas e “outras” apresentaram retração de 11,3% e de 4,1%,
respectivamente, no referido período. Essa queda na quantidade vendida de
fungicidas em parte é um reflexo da estiagem que comprometeu a produção de
grãos na região Sul do país na safra 2011/121 e, consequentemente, a
demanda por defensivos. As vendas brasileiras
em dólar perfizeram o total de US$9,71 bilhões em 2012 contra US$8,49 bilhões
em 2011, representando aumento de 14,4% em doze meses. Transformadas em reais,
estima-se que o valor das vendas do setor,
apresentaram, em 2012, aumento de 32,0% em relação a 2011, em função do efeito
cambial2. No Brasil, em Em 2012, os
herbicidas movimentaram US$3,14 bilhões, ou seja, 32,3% do faturamento total do
setor, e responderam por 57,1% da quantidade total vendida em produto comercial
(Figura 2), totalizando 469.719 t, assim distribuídos: 326.433 t de herbicidas
não seletivos e 143.286 t de herbicidas seletivos, os quais se destinaram,
principalmente, para a soja, cana-de-açúcar, milho safra e safrinha e algodão. A comercialização de
fungicidas, em 2012, movimentou US$2,45 bilhões no Brasil, o que correspondeu a
96.993 t de produto comercial e 37.852 t de ingrediente ativo. Observou-se que
96,0% dos fungicidas vendidos, em produto comercial, foram para aplicação
foliar e 4,0% para tratamento de sementes. As vendas de fungicidas, em valor,
destinaram-se principalmente para a soja (cerca de 50%), café, feijão, milho,
algodão, batata inglesa e culturas de inverno. Os acaricidas, em
2012, foram responsáveis por 1,0% do faturamento total do setor. O consumo de
acaricidas no Brasil está concentrado mais da metade da totalidade em São Paulo.
Em 2012, o mercado paulista representou 60,1% (6.005 t) das vendas brasileiras
em quantidade de produto comercial e 55,0% (US$55,55 milhões) do faturamento
dessa classe. Isso pode ser explicado pelo fato de a citricultura ser
responsável por 59,9% do valor comercializado de acaricidas e o Estado deter a
maior área colhida com laranja no Brasil. A soja é a principal
consumidora de defensivos no Brasil, sendo responsável, em 2012, por 47,0% do
valor total das vendas. Em seguida, aparecem a cana-de-açúcar (12,8%), o milho
(9,4%) e o algodão (9,3%). Somadas as vendas para essas quatro culturas
concentram-se mais de 78,0% do total comercializado no país. Outras importantes
culturas, como o café, o feijão e o citros demandaram, respectivamente, 3,5%,
2,8% e 2,3%. No ranking
das vendas, em termos de valor, por unidade da Federação, Mato Grosso se
destacou como o maior Estado consumidor em 2012, representando 21,4%, ou seja,
US$2,08 bilhões (correspondendo a 22,0% em termos de produto comercial). Em
seguida, aparecem: São Paulo (14,7%), Paraná (11,6%), Goiás (10,2%), Rio Grande
do Sul (9,5%), Minas Gerais (8,3%), Bahia (7,9%) e Mato Grosso do Sul (4,9%).
As demais unidades da Federação, juntas, responderam por 11,4% do valor total. No mercado brasileiro, os defensivos agrícolas genéricos
vêm ocupando maior espaço em relação às especialidades. Em 2012, do valor total
de defensivos comercializados (US$9,71 bilhões), 60,8% foram dos genéricos (US$5,90
bilhões) e 39,2% (US$3,81 bilhões) das especialidades. O destaque foi a
predominância de genéricos na classe de acaricidas, em termos de valor, 90,0%,
seguido de “outras” (69,8%), inseticidas (61,7%), fungicidas (60,9%) e
herbicidas (57,5%), de acordo com o SINDAG. No Brasil, nos cinco
primeiros meses de 2013, estima-se que as vendas de defensivos agrícolas
totalizaram R$4,82 bilhões, ou seja, aumento de 28,3% em relação ao mesmo
período de 2012, impulsionadas pelas culturas de soja, milho e feijão3. A classe dos
inseticidas, no período de janeiro a maio de 2013, em relação ao mesmo período
de 2012, foi a que mais cresceu (35,3%), totalizando R$1,91 bilhão, graças ao
crescimento nos mercados de soja, feijão e milho. Por sua vez, registrou-se
queda nas vendas para algodão, cana-de-açúcar e citros. Os herbicidas, cujas
vendas perfizeram R$1,84 bilhão, no referido período, apresentaram incremento
de 29,7%, tendo em vista o acréscimo nos mercados de soja, milho, feijão e
trigo. Em contrapartida, observou-se queda
nos mercados de algodão e cana--de-açúcar. No caso dos
fungicidas, as vendas brasileiras aumentaram em 25,1% no período de janeiro a
maio de 2013, somando R$818 milhões. Esse fato é explicado pelo crescimento nos
mercados de soja, milho e trigo. Por outro lado, constatou-se retração nas
vendas para algodão e feijão. De
acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA)4 nas principais regiões
produtoras da agricultura paulista, quando se comparam os preços dos defensivos
agrícolas comercializados no Estado em abril de 2013 com os do mesmo mês de Na análise das
relações de troca, constatou-se que, em abril de 2013, as culturas de café beneficiado, cana-de-açúcar, laranja para
indústria, milho e soja6 apresentaram relações de troca
desfavoráveis, quando comparadas com abril de 2012, ou seja, perda do poder
aquisitivo dos produtores paulistas na compra da cesta de defensivos, enquanto
a cultura de feijão das águas, ao
contrário, apresentou relações de troca favorável. A previsão de vendas
da indústria de defensivos agrícolas no Brasil para 2013 é de que haja
crescimento em relação ao ano anterior. Estimando-se um bom desempenho
comercial do mercado de defensivos voltados
para a soja, milho e feijão. Segundo lideranças da
agropecuária brasileira, a produção da safra 2013/2014, poderá ser afetada por
incidência de problemas fitossanitários, como: da lagarta Helicoverpa armigera e da “mosca branca” e, ainda, caso, as
condições climáticas favoreçam a infestação por “ferrugem asiática”. Excetuando
a primeira das citadas, as demais são conhecidas dos agricultores e existindo
produtos capazes de detê-los com relativa eficiência. Assim, embora o segmento
de produção esteja em alerta, quanto aos riscos fitossanitários da próxima
safra, há boas chances de ao final dela se comemorar mais um recorde de
colheita. 1FREITAS JUNIOR, G. Vendas de
defensivos batem novo recorde. Valor
Econômico, São Paulo, 17 abr. 2013. Disponível em: <http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/4/17/vendas-de-defensivos-batem-novo-recorde>.
Acesso em: 25 jun. 2013 2BRASIL. Ministério da Agricultura. Mercado de defensivos: câmara temática
de insumos agropecuários. Brasília, jan./mar. 2013. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/camaras_ 3______. Ministério da Agricultura. Mercado de Defensivos: câmara temática de insumos agropecuários. Brasília,
jan./maio 2013. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/ 4INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA. Defensivos agrícolas, São Paulo: IEA, 2013. Disponível em:
<http://ciagri.iea.sp.gov.br/nia1/defensivos.aspx>. Acesso em: 07 jun.
2013. 6Cumpre destacar que a
relação desfavorável observada para soja em abril
de 2013 é ainda melhor do que a contabilizada em abril dos anos de 2008-2011. Palavras-chave: mercado de
defensivos, indústria de defensivos, fitossanidade, pragas, doenças.
tematicas/Insumos_agropecuarios/67RO/App_Defensivos_Insumos.pdf>.
Acesso em: 02 jul. 2013.
camaras_tematicas/Insumos_agropecuarios/68RO/App_Defensivo_Insumos.pdf >. Acesso em: 25 jun. 2013.5FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – FGV. Instituto Brasileiro de Economia. Índices gerais de preços. Rio de Janeiro: FGV/IBRE, 2013. Disponível em: <http://portalibre.fgv.br/main.jsp?lumChannelId=402880811D8E34B9011D92B6B6420E96>. Acesso
em: 15 maio 2013.
Data de Publicação: 25/07/2013
Autor(es):
Célia Regina Roncato Penteado Tavares Ferreira Consulte outros textos deste autor
Maria de Lourdes Barros Camargo (mlcamargo@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Celso Luís Rodrigues Vegro (celvegro@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor