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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Setembro de 2012
                    
             
De janeiro a setembro de 2012, as exportações1 do Estado de São Paulo 
somaram US$ 43,68 bilhões (24,2% do total nacional), e as 
importações2, US$ 58,73 bilhões (35,6% do total nacional), 
registrando déficit de US$ 15,05 bilhões. Em relação a janeiro a setembro de 
2011, o valor das exportações paulistas decresceu 1,4% e o das importações, 
5,2%, diminuindo em 14,7% o déficit comercial (Figura 1). A queda nas 
exportações paulistas (-1,4%), comparando-se os primeiros nove meses de 2012 e 
2011, foi menor do que a observada para as exportações brasileiras, também em 
relação às do mesmo período do ano anterior (-4,9%). Nas importações ocorreu 
maior decréscimo em São Paulo (-5,2%) do que no Brasil (-1,2%) e, na conjunção 
das performances das exportações e importações, o déficit da balança 
comercial paulista diminuiu (-14,7%), enquanto que a brasileira apresentou queda 
expressiva de superávit (-31,8%). 
Figura 1 - Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro, 2011 e 2012.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            
Os agronegócios3 paulistas apresentaram exportações decrescentes 
(-9,4%), atingindo US$ 15,72 bilhões. As importações também diminuíram (-7,3%), 
somando US$ 6,97 bilhões, e o saldo, de US$ 8,75 bilhões, foi 11,0% inferior ao 
do período de janeiro a setembro do ano de 2011 (Figura 2). Destaque-se que as 
importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios - somaram 
US$ 51,76 bilhões para exportações de US$ 27,96 bilhões, gerando um déficit 
externo desse agregado, de US$ 23,80 bilhões de janeiro a setembro de 2012. 
Assim, conclui-se que o comércio exterior paulista seria bem mais deficitário 
não fosse o desempenho dos agronegócios estaduais. 
  
  
Figura 2 - Balança Comercial dos Agronegócios, Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2011 e 2012.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            
Detalhando a balança comercial dos agronegócios paulistas, verifica-se que as 
cadeias de produção apresentaram saldos comerciais decrescentes quando se 
compara o período de janeiro a setembro de 2011 (US$ 11,59 bilhões) com o de 
2012 (US$ 9,87 bilhões). Os indicadores foram menores quando se considera toda 
amplitude das transações setoriais, cujo saldo também recuou de US$ 9,83 bilhões 
nos primeiros nove meses de 2011 para US$ 8,75 bilhões em igual período de 2012. 
Esse resultado ocorreu apesar da queda do déficit na balança comercial de bens 
de capital e insumos, de US$ 1,76 bilhão em 2011 para US$ 1,12 bilhão em 2012 
(Tabela 1). Os bens de capital e insumos são fundamentais para a modernidade da 
produção nacional, notadamente os fertilizantes nos quais têm elevada 
dependência externa. Entretanto, na maioria das vezes não são considerados nas 
análises do comércio exterior setorial, levando a saldos 
superestimados. 
  
  
| TABELA 1. - Estado de São Paulo - Detalhamento da Balança Comercial dos Agronegócios, Janeiro a Setembro de 2011 e 2012 | |||||||||||
| 
       (US$ bilhão)  | |||||||||||
| 
       Cadeias de Produção  | 
    
       Bens de Capital e Insumos  | 
    
       Agronegócios  | |||||||||
| 
       Ano  | 
    
       Exp.  | 
    
       Imp.  | 
    
       Saldo  | 
    
       Exp.  | 
    
       Imp.   | 
    
       Saldo  | 
    
       Exp.  | 
    
       Imp.   | 
    
       Saldo  | ||
| 
       2011  | 
    
       16,63  | 
    
       5,04  | 
    
       11,59  | 
    
       0,72  | 
    
       2,48  | 
    
       -1,76  | 
    
       17,35  | 
    
       7,52  | 
    
       9,83  | ||
| 
       2012  | 
    
       14,72  | 
    
       4,85  | 
    
       9,87  | 
    
       1,00  | 
    
       2,12  | 
    
       -1,12  | 
    
       15,72  | 
    
       6,97  | 
    
       8,75  | ||
| Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC. | |||||||||||
            Os 
cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos 
agronegócios paulistas de janeiro a setembro de 2012, foram: cana e sacarídeas 
(US$ 6,00 bilhões), bovídeos – bovinos (US$ 1,93 bilhão), frutas (US$ 1,78 
bilhão), produtos florestais (US$ 1,62 bilhão) e cereais/leguminosas/oleaginosas 
(US$ 1,33 bilhão). Esses cinco agregados representaram 80,5% das vendas externas 
setoriais paulistas (Tabela 2). 
  
  
| TABELA 2. Exportações dos Agronegócios, por Grupo de Mercadorias, São Paulo, Janeiro a Setembro de 2011 e 2012. | ||||||
| 
       Grupos  | 
    
       2011  | 
    
       2012  | 
    ||||
| 
       US$ 
      milhão  | 
    
       %  | 
    
       US$ 
      milhão  | 
    
       %  | 
    
       Var 
      %  | ||
| 
       Têxteis  | 
    
       196,69  | 
    
       1,13  | 
    
       164,07  | 
    
       1,04  | 
    
       -16,58  | |
| 
       Bovídeos – bovinos  | 
    
       2.174,09  | 
    
       12,53  | 
    
       1.925,53  | 
    
       12,25  | 
    
       -11,43  | |
| 
       Pescado  | 
    
       4,21  | 
    
       0,02  | 
    
       5,66  | 
    
       0,04  | 
    
       34,44  | |
| 
       Café e estimulantes  | 
    
       864,59  | 
    
       4,98  | 
    
       639,56  | 
    
       4,07  | 
    
       -26,03  | |
| 
       Cana e sacarídeas  | 
    
       7.769,00  | 
    
       44,77  | 
    
       5.998,10  | 
    
       38,15  | 
    
       -22,79  | |
| 
       Frutas  | 
    
       1.753,44  | 
    
       10,10  | 
    
       1.784,79  | 
    
       11,35  | 
    
       1,79  | |
| 
       Olerícolas  | 
    
       30,35  | 
    
       0,17  | 
    
       24,04  | 
    
       0,15  | 
    
       -20,79  | |
| 
       Flores e ornamentais  | 
    
       19,71  | 
    
       0,11  | 
    
       23,23  | 
    
       0,15  | 
    
       17,86  | |
| 
       Cereais/leguminosas/oleaginosas  | 
    
       885,49  | 
    
       5,10  | 
    
       1.329,71  | 
    
       8,46  | 
    
       50,17  | |
| 
       Produtos florestais  | 
    
       1.708,01  | 
    
       9,84  | 
    
       1.624,97  | 
    
       10,33  | 
    
       -4,86  | |
| 
       Suínos e aves  | 
    
       477,33  | 
    
       2,75  | 
    
       403,89  | 
    
       2,57  | 
    
       -15,39  | |
| 
       Fumo  | 
    
       1,97  | 
    
       0,01  | 
    
       2,79  | 
    
       0,02  | 
    
       41,62  | |
| 
       Agronegócios especiais  | 
    
       744,19  | 
    
       4,29  | 
    
       798,23  | 
    
       5,08  | 
    
       7,26  | |
| 
       Bens de capital e insumos  | 
    
       724,46  | 
    
       4,17  | 
    
       998,46  | 
    
       6,35  | 
    
       37,82  | |
| 
       Agronegócios  | 
    
       17.353,53  | 
    
       100,0  | 
    
       15.723,01  | 
    
       100,0  | 
    
       -9,40  | |
| 
       Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.  | ||||||
  
            
Tiveram crescimento, na comparação do período de janeiro a setembro de 2012 com 
o de 2011, as exportações paulistas de cereais/leguminosas/oleaginosas (+50,2%), 
fumo (+41,6%), bens de capital e insumos (+37,8%), pescado (+34,4%), flores e 
ornamentais (+17,9%), agronegócios especiais (+7,3%) e frutas (+1,8%). Houve 
redução nas demais, ou seja, café e estimulantes (-26,0%), cana e sacarídeas 
(-22,8%), olerícolas (-20,8%), têxteis (-16,6%), suínos e aves (-15,4%), 
bovídeos – bovinos (-11,4%) e produtos florestais (-4,9%) (Tabela 
2). 
  
            A 
participação das exportações dos agronegócios paulistas no total do Estado 
recuou em 3,2 pontos percentuais, enquanto a participação das importações 
diminuiu 0,2 ponto percentual, na comparação dos períodos de janeiro a setembro 
de 2011 e 2012 (Figura 3). 
  
  
Figura 3 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2011 e 2012.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            A 
balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 15,73 bilhões de janeiro 
a setembro de 2012, com exportações de US$ 180,60 bilhões e importações de US$ 
164,87 bilhões. Esse superávit menor que o dos primeiros nove meses de 2011 
(-31,8%), ocorreu em função da queda nas exportações (-4,9%) superior à das 
importações (-1,2%) (Figura 4). 
  
  
Figura 4 - Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Setembro de 2011 e 2012.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            De 
janeiro a setembro de 2012, as exportações dos agronegócios brasileiros 
cresceram 0,6% em relação a igual período do ano anterior, atingindo US$ 74,17 
bilhões (41,1% do total). Já as importações do setor diminuíram 6,2%, também na 
comparação com os nove primeiros meses de 2011, somando US$ 22,46 bilhões (13,6% 
do total). O superávit dos agronegócios no período foi de US$ 51,71 bilhões, 
3,8% superior ao do período de janeiro a setembro do ano anterior (Figura 5). 
Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial 
brasileira, uma vez que os demais setores, com exportações de US$ 106,43 bilhões 
e importações de US$ 142,41 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 
35,98 bilhões. 
  
            O 
detalhamento da balança comercial dos agronegócios brasileiros mostra que os 
saldos comerciais oriundos das transações externas das cadeias de produção 
aumentaram de US$ 57,64 bilhões de janeiro a setembro de 2011 para US$ 58,72 
bilhões em igual período de 2012. Esses valores são maiores que os resultados 
setoriais – US$ 49,80 bilhões em 2011 e US$ 51,71 bilhões em 2012 – apesar da 
queda no déficit da balança comercial de bens de capital e insumos de US$ 7,84 
bilhões nos primeiros nove meses de 2011 para US$ 7,01 bilhões em igual período 
de 2012 (Tabela 3), reflexo da dependência externa dos agronegócios brasileiros 
- notadamente importações de fertilizantes -, sendo que não considerar essas 
transações produz estimativas de saldos comerciais setoriais 
superestimados. 
  
  
Figura 5 - Balança Comercial dos Agronegócios, Brasil, Janeiro a Setembro de 2011 e 2012.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
| TABELA 3. –Brasil - Detalhamento da Balança Comercial dos Agronegócios, Janeiro a Setembro de 2011 e 2012 | |||||||||||
| 
       ( US$ bilhão)  | |||||||||||
| 
       Cadeias de Produção  | 
    
       Bens de Capital e Insumos  | 
    
       Agronegócios  | |||||||||
| 
       Ano  | 
    
       Exp.  | 
    
       Imp.  | 
    
       Saldo  | 
    
       Exp.  | 
    
       Imp.   | 
    
       Saldo  | 
    
       Exp.  | 
    
       Imp.   | 
    
       Saldo  | ||
| 
       2011  | 
    
       71,71  | 
    
       14,07  | 
    
       57,64  | 
    
       2,03  | 
    
       9,87  | 
    
       -7,84  | 
    
       73,74  | 
    
       23,94  | 
    
       49,80  | ||
| 
       2012  | 
    
       72,05  | 
    
       13,33  | 
    
       58,72  | 
    
       2,12  | 
    
       9,13  | 
    
       -7,01  | 
    
       74,17  | 
    
       22,46  | 
    
       51,71  | ||
| 
       Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.  | |||||||||||
            Em 
âmbito nacional, os cinco principais agregados de cadeias de produção nas 
exportações dos agronegócios foram: cereais/leguminosas/oleaginosas (US$ 27,35 
bilhões), cana e sacarídeas (US$ 9,58 bilhões), bovídeos - bovinos (US$ 7,06 
bilhões), produtos florestais (US$ 7,01 bilhões) e suínos e aves (US$ 6,80 
bilhões). Essas cadeias totalizam 77,9% das vendas externas dos agronegócios 
brasileiros (Tabela 4). 
  
  
| 
       TABELA 4. Exportações dos Agronegócios, por Grupo de Mercadorias, Brasil, Janeiro a Setembro de 2011 e 2012.  | ||||||
| 
       Grupos  | 
    
       2011  | 
    
       2012  | 
    ||||
| 
       US$ 
      milhão  | 
    
       %  | 
    
       US$ 
      milhão  | 
    
       %  | 
    
       Var 
      %  | ||
| 
       Têxteis  | 
    
       1.352,91  | 
    
       1,83  | 
    
       1.807,16  | 
    
       2,44  | 
    
       33,58  | |
| 
       Bovídeos – bovinos  | 
    
       6.940,55  | 
    
       9,41  | 
    
       7.063,17  | 
    
       9,52  | 
    
       1,77  | |
| 
       Pescado  | 
    
       158,54  | 
    
       0,22  | 
    
       157,01  | 
    
       0,21  | 
    
       -0,97  | |
| 
       Café e estimulantes  | 
    
       6.518,70  | 
    
       8,84  | 
    
       4.980,89  | 
    
       6,72  | 
    
       -23,59  | |
| 
       Cana e sacarídeas  | 
    
       11.745,42  | 
    
       15,93  | 
    
       9.584,13  | 
    
       12,92  | 
    
       -18,40  | |
| 
       Frutas  | 
    
       2.488,91  | 
    
       3,38  | 
    
       2.560,81  | 
    
       3,45  | 
    
       2,89  | |
| 
       Olerícolas  | 
    
       173,23  | 
    
       0,23  | 
    
       174,09  | 
    
       0,23  | 
    
       0,50  | |
| 
       Flores e ornamentais  | 
    
       29,91  | 
    
       0,04  | 
    
       32,09  | 
    
       0,04  | 
    
       7,29  | |
| 
       Cereais/leguminosas/oleaginosas  | 
    
       23.500,04  | 
    
       31,87  | 
    
       27.349,86  | 
    
       36,87  | 
    
       16,38  | |
| 
       Produtos florestais  | 
    
       7.483,34  | 
    
       10,15  | 
    
       7.011,09  | 
    
       9,45  | 
    
       -6,31  | |
| 
       Suínos e aves  | 
    
       7.066,86  | 
    
       9,58  | 
    
       6.797,28  | 
    
       9,16  | 
    
       -3,81  | |
| 
       Fumo  | 
    
       2.208,92  | 
    
       3,00  | 
    
       2.529,60  | 
    
       3,41  | 
    
       14,52  | |
| 
       Agronegócios especiais  | 
    
       2.040,21  | 
    
       2,77  | 
    
       2.009,01  | 
    
       2,71  | 
    
       -1,53  | |
| 
       Bens de capital e insumos  | 
    
       2.031,39  | 
    
       2,75  | 
    
       2.118,12  | 
    
       2,86  | 
    
       4,27  | |
| 
       Agronegócios  | 
    
       73.738,92  | 
    
       100,00  | 
    
       74.174,32  | 
    
       100,0  | 
    
       0,59  | |
| 
       Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.  | ||||||
  
  
            
Cresceram as exportações brasileiras de têxteis (+33,6%), 
cereais/leguminosas/oleaginosas (+16,4%), fumo (+14,5%), flores e ornamentais 
(+7,3%), bens de capital e insumo (+4,3%), frutas (+2,9%), bovídeos - bovinos 
(+1,8%) e olerícolas (+0,5%). Nos demais grupos ocorreram diminuições: café e 
estimulantes (-23,6%), cana e sacarídeas (-18,4%), produtos florestais (-6,3%), 
suínos e aves (-3,8%), agronegócios especiais (-1,5%) e pescado (-1,0%) (Tabela 
4). 
  
            A 
participação dos agronegócios nos totais do País aumentou 2,3 pontos percentuais 
nas exportações, mas diminuiu 0,7 ponto percentual nas importações (Figura 
6). 
  
            A 
participação paulista no total da balança comercial brasileira subiu em termos 
das exportações (0,9 ponto percentual) e caiu no tocante às importações (-1,5 
ponto percentual) (Figura 7). 
  
  
Figura 6 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Setembro de 2011 e 2012
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a 
partir de dados básicos da SECEX/MDIC. 
  
  
Figura 7 - Participação da Balança Comercial Paulista no Total do Brasil, Janeiro a Setembro de 2011 e 2012.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            Em 
relação aos agronegócios brasileiros, as exportações setoriais de São Paulo de 
janeiro a setembro de 2012 representaram 21,2%, ou seja, menos 2,3 pontos 
percentuais que em igual período de 2011, enquanto as importações representaram 
31,0%, sendo 0,4 ponto percentual inferior à representatividade verificada no 
mesmo período do ano anterior (Figura 8). 
  
  
Figura 8 - Participação do Agronegócio Paulista no Brasileiro, Balança Comercial, Janeiro a Setembro de 2011 e 2012.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            Nas 
exportações dos agronegócios paulistas, quando se compara os resultados para os 
meses de janeiro a setembro de 2011 e 2012, os produtos básicos apresentaram 
queda (-4,9%), assim como os produtos semimanufaturados (-24,9%) e os 
manufaturados (-0,2%). Os produtos manufaturados tiveram a maior participação 
nas vendas externas (51,4%) totalizando US$ 8,08 bilhões de janeiro a setembro 
de 2012 (Tabela 5). 
  
  
| TABELA 5. Exportações dos Agronegócios por Fator Agregado, São Paulo, Janeiro a Setembro de 2011 e 2012. | ||||||
| 
       2011  | 
    
       2012  | 
    |||||
| 
       Produtos  | 
    
       US$ 
      bilhão  | 
    
       %  | 
    
       US$ 
      bilhão  | 
    
       %  | 
    
       Var 
      %  | |
| 
       Básicos  | 
    
       3,46  | 
    
       19,94  | 
    
       3,29  | 
    
       20,93  | 
    
       -4,91  | |
| 
       Semimanufaturados  | 
    
       5,79  | 
    
       33,37  | 
    
       4,35  | 
    
       27,67  | 
    
       -24,87  | |
| 
       Manufaturados  | 
    
       8,10  | 
    
       46,69  | 
    
       8,08  | 
    
       51,40  | 
    
       -0,25  | |
| 
       Agronegócios  | 
    
       17,35  | 
    
       100,0  | 
    
       15,72  | 
    
       100,0  | 
    
       -9,39  | |
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a 
partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            No 
caso dos agronegócios brasileiros, com menor perfil de agregação de valor em 
relação a São Paulo, ocorreu aumento nos básicos (+7,4%) e queda nos produtos 
semimanufaturados (-13,4%) e nos manufaturados (-3,5%). Os produtos básicos, 
totalizando US$ 45,02 bilhões de janeiro a setembro de 2012, mostraram a maior 
participação nas vendas externas setoriais (60,7%)(Tabela 
6). 
  
  
| TABELA 6. Exportações dos Agronegócios por Fator Agregado, Brasil, Janeiro a Setembro de 2011 e 2012. | ||||||
| 
       2011  | 
    
       2012  | 
    |||||
| 
       Produtos  | 
    
       US$ 
      bilhão  | 
    
       %  | 
    
       US$ 
      bilhão  | 
    
       %  | 
    
       Var 
      %  | |
| 
       Básicos  | 
    
       41,90  | 
    
       56,82  | 
    
       45,02  | 
    
       60,70  | 
    
       7,45  | |
| 
       Semi-manufaturados  | 
    
       16,01  | 
    
       21,71  | 
    
       13,87  | 
    
       18,70  | 
    
       -13,37  | |
| 
       Manufaturados  | 
    
       15,83  | 
    
       21,47  | 
    
       15,28  | 
    
       20,60  | 
    
       -3,47  | |
| 
       Agronegócios  | 
    
       73,74  | 
    
       100,0  | 
    
       74,17  | 
    
       100,0  | 
    
       0,58  | |
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
            Esses 
indicadores mostram as diferenças estruturais dos agronegócios paulistas no 
contexto nacional, uma vez que 60,7% do valor das exportações brasileiras dos 
agronegócios nos primeiros nove meses do ano de 2012 corresponderam a produtos 
básicos. Em São Paulo, os produtos básicos representaram apenas 20,9% e a 
participação de produtos industrializados dos agronegócios foi muito maior 
(79,1%), evidenciando índices superiores de agregação de valor (Tabelas 5 e 
6). 
  
            A 
quantidade exportada de produtos dos agronegócios brasileiros aumentou em 2,9% 
de janeiro a setembro de 2012, quando comparada com ao mesmo período de 2011, 
enquanto a quantidade exportada pelo Estado de São Paulo recuou 9,5%. Os preços 
dos produtos exportados pelos agronegócios caíram 2,2% em nível nacional e 
aumentaram 0,1% no âmbito de São Paulo (Tabela 7). 
  
  
| TABELA 7. Variações Percentuais dos Índices de Quantidade e de Preço das Exportações dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2012(1). | |||||
| 
       Setor  | 
    
       Brasil  | 
    
       São Paulo  | |||
| 
       Quantidade  | 
    
       Preço  | 
    
       Quantidade  | 
    
       Preço  | ||
| 
       Agronegócios  | 
    
       2,9  | 
    
       -2,2  | 
    
       -9,5  | 
    
       0,1  | |
| 
       Cadeias de Produção (2)  | 
    
       3,1  | 
    
       -2,5  | 
    
       -10,6  | 
    
       -0,9  | |
| 
       (1) Variações em relação a igual período do ano anterior, baseadas em índices calculados pela fórmula ideal de Fisher. (2) Exceto bens de capital/insumos.  | |||||
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a 
partir de dados básicos da 
SECEX/MDIC.
            Entre 
as categorias de uso, observa-se que matérias-primas e produtos intermediários 
constituíram o grupo predominante no período de janeiro a setembro de 2012, 
representando 69,5% do valor total de exportações nacionais de mercadorias dos 
agronegócios. No caso do Estado de São Paulo, esse grupo teve participação menor 
(57,7% do valor total) que a brasileira, mas ainda superior no estado à de bens 
de consumo (37,0%)(Tabela 8). 
  
| TABELA 8. Exportações dos Agronegócios por Categoria de Uso, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2012. | |||||||
| 
       Categorias de Uso  | 
    
       Brasil  | 
    
       São Paulo  | 
    
       SP/BR  | ||||
| 
       US$ 
      milhão  | 
    
       %  | 
    
       US$ 
      milhão  | 
    
       %  | 
    
       %  | |||
| 
       Bens de capital  | 
    
       1.749  | 
    
       2,36  | 
    
       835  | 
    
       5,31  | 
    
       47,74  | ||
| 
       Bens de consumo  | 
    
       20.868  | 
    
       28,13  | 
    
       5.819  | 
    
       37,01  | 
    
       27,88  | ||
| 
       Matérias-primas e produtos intermediários  | 
    
       51.557  | 
    
       69,51  | 
    
       9.069  | 
    
       57,68  | 
    
       17,59  | ||
| 
       Agronegócios  | 
    
       74.174  | 
    
       100,00  | 
    
       15.723  | 
    
       100,00  | 
    
       21,20  | ||
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
____________________________________________________________________________
NOTAS
¹Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
²Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
³Os grupos de mercadorias dos agronegócios considerados pelo IEA/APTA podem ser vistos com detalhes em: VICENTE, J.R.; GONÇALVES, J.S.; MARTIN, N.B.; ANEFALOS, L.C.; SOUZA, S.A.M. Sistema de Importações e Exportações dos Agronegócios (SISTEMA IEA): conceituação e síntese dos resultados. São Paulo: APTA, mai. 2002. Disponível em: <https://iea.agricultura.sp.gov.br/out/publicacoes/sistema.php>
Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.
TABELA 1. Exportações, Importações e Saldo de Mercadorias dos Agronegócios por Categoria de Uso, Brasil e Estado de São Paulo
TABELA 2. Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil e Estado de São Paulo
TABELA 3. Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil
TABELA 4. Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Estado de São Paulo
TABELA 5. Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil e Estado de São Paulo
TABELA 6. Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil
TABELA 7. Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Estado de São Paulo
TABELA 8. Variações de Quantidade e Preço das Exportações por Grupo de Mercadorias dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo
TABELA 9. Variações de Quantidade e Preço de Exportações de Produtos dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo
TABELA 10. Exportações, Importações e Saldo de Mercadorias dos Agronegócios por Capítulo, Nomenclatura Comum do MERCOSUL, Brasil e Estado de São Paulo
TABELA 11. Principais Mercadorias Exportadas pelo Agronegócio, Brasil
TABELA 12. Principais Mercadorias Exportadas pelo Agronegócio, Estado de São Paulo
Data de Publicação: 15/10/2012
Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor

                    
                        