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Terceira Estimativa de Oferta e Demanda de Milho no Estado de São Paulo em 2012
Mudanças significativas foram constatadas na terceira estimativa de oferta e
demanda de milho no Estado de São Paulo para 2012, da Câmara Setorial de Milho,
da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), de
setembro de 2012. As estimativas anteriores da produção estão praticamente
consolidadas, enquanto as estimativas de demanda sofreram grandes alterações, em
função das conjunturas dos mercados de milho e de produtos de origem animal,
atrelados aos mercados globais. Os
resultados do levantamento de previsão de safras, da SAA, de junho de 2012,
ratificam aumento da produção da primeira safra (safra de verão), de 3,7% em
relação ao ano precedente. A produção da segunda safra (safrinha), estimada em
1.286,8 mil toneladas, com aumento de 62,9% relativamente a 2010/11, deverá ser
confirmada no levantamento de setembro, tendo em vista a não ocorrência de
adversidades climáticas desde junho. Como
decorrência, a estimativa para 2012 da disponibilidade interna de milho no
Estado de São Paulo foi reajustada, com elevação de 13,8% (Tabela
1). A
terceira estimativa da demanda total de milho no Estado de São Paulo em 2012
registra aumento maior que o do levantamento anterior, com a exportação
crescendo acentuadamente, compensando a retração do consumo em importantes
segmentos da cadeia produtiva do cereal. As
perspectivas dos mercados de aves para corte e de suínos continuam
desfavoráveis, dados os elevados custos de produção desses setores decorrentes
das altas dos preços de milho e de farelo de soja. Na avicultura de corte há
redução de 5% do consumo de milho em relação a 2011; na de postura, manutenção
do consumo e na suinocultura, uma ligeira melhora (de -8,0% para -5,0%), mas
ainda de queda de consumo do cereal. A
pecuária de corte (representada pelo confinamento e semiconfinamento) também
revisa para baixo (redução de 5,0%) o consumo de milho, em razão da previsão de
queda da rentabilidade da atividade, com substituição do cereal por outras
fontes de energia, como polpa cítrica e sorgo. Nos outros segmentos de consumo
animal, permanecem as mesmas estimativas do segundo levantamento (junho de
2012). Foi revista a estimativa de consumo pela indústria de moagem (úmida e
seca), com redução de 2,4% em 2012. Tabela 1 - Oferta e
Demanda de Milho, Estado de São Paulo, 2010 a
20121
O
segmento de exportação (para o mercado internacional) é o maior destaque deste
levantamento, com expressivo crescimento dos embarques de milho, notadamente com
o avanço da colheita da segunda safra, neste início do segundo semestre de 2012.
Este comportamento se deve à conjuntura do mercado global de milho após a
confirmação da quebra da safra americana 2012/13, em decorrência da forte
estiagem que assolou o cinturão do milho nos Estados Unidos. Este evento
provocou altas acentuadas dos preços de milho em todos os mercados mundiais e
também no Brasil. Não fosse esse fato, a supersafra brasileira de milho, com
produção de 72,7 milhões de toneladas, teria ocasionado quedas significativas
dos preços do cereal no País. A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB)
estima, no seu 12o (e último) levantamento da safra 2011/12 de grãos,
uma exportação brasileira de 16,0 milhões de toneladas de milho no corrente
ano--safra1. Acompanhando a evolução das vendas externas do cereal
dos últimos meses, foram exportados pelo Estado de São Paulo 206 mil toneladas
até o fim de agosto de 2012. Nesse ritmo, pode-se prever que São Paulo exporte
pelo menos 350 mil toneladas até o fim de 2012.
Assumindo-se um estoque final (em 31/12/12) de volume correspondente a 30 dias
de consumo comercial (consumo total menos consumo não comercial), uma redução de
2,2% do consumo, e um incremento de 3,7% do consumo não comercial, o volume de
importação do cereal em 2012 diminui 11,2% em relação a 2011, passando a
corresponder a 48,1% do consumo estadual.
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1COMPANHIA NACIONAL DE
ABASTECIMENTO – CONAB. Acompanhamento da safra brasileira: grãos, safra
2011/2012, décimo segundo levantamento. Brasília: CONAB, set.
2012.
Palavras-chave: cadeia produtiva, câmara setorial, consumo,
produção.
Data de Publicação: 05/10/2012
Autor(es):
Alfredo Tsunechiro (tsunechiro@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor
Maximiliano Miura (maximiliano.miura@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor