Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro no ano de 2010

 

1. São Paulo agroindustrial-exportador num Brasil primário-exportador
 

            As exportações dos agronegócios paulistas aumentaram em 27,02% quando se compara os resultados para os anos de 2009 e 2010. Os produtos semimanufaturados apresentaram maior aumento (+50,40%), seguidos dos básicos (+25,75%) e dos manufaturados (+14,68%). Os produtos manufaturados apresentam a maior participação (47,96%) totalizando US$ 9,69 bilhões (Tabela 1).
 
 

Tabela 1. Exportações dos Agronegócios por Fator Agregado, São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2009 e 2010.
2009
2010
Produtos
US$ bilhão
%
US$ bilhão
%
Var %
Básicos
2,85
17,90
3,58
17,72
25,75
Semimanufaturados
4,61
28,98
6,93
34,31
50,40
Manufaturados
8,45
53,12
9,69
47,96
14,68
AGRONEGÓCIOS
15,90
100,00
20,20
100,00
27,02
 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.


            No caso dos agronegócios das demais unidades da federação brasileira o incremento das vendas externas foi menor que a paulista, alcançando 15,68%. Mostram também menor perfil de agregação de valor em relação a São Paulo, uma vez que os produtos básicos totalizando US$ 38,44 bilhões no ano de 2010 apresentam maior participação nas vendas externas setoriais (64,32%). O maior aumento em relação a 2009 foi nos produtos semimanufaturados (41,93%), seguido dos produtos manufaturados (12,51%) e dos produtos básicos (10,49%) (Tabela 2).
 

            Em função disso, nos agronegócios brasileiros o incremento das vendas externas foi menor que a paulista, atingindo 18,35%. Demonstram também menor perfil de agregação de valor em relação a São Paulo, já que os produtos básicos totalizaram US$ 42,02 bilhões no ano de 2010, a maior participação nas vendas externas setoriais (52,55%). O maior aumento em relação a 2009 foi nos produtos semimanufaturados (45,03%), seguido dos produtos manufaturados (13,57%) e dos produtos básicos (11,64%) (Tabela 3).
 
 

Tabela 2. Exportações dos Agronegócios por Fator Agregado, Demais Unidades da Federação, Janeiro a Dezembro de 2009 e 2010.
2009
2010
Produtos
US$ bilhão
%
US$ bilhão
%
Var %
Básicos
34,79
67,35
38,44
64,32
10,49
Semimanufaturados
7,97
15,42
11,31
18,92
41,93
Manufaturados
8,90
17,23
10,01
16,76
12,51
AGRONEGÓCIOS
51,66
100,00
59,76
100,00
15,68
 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.



 

Tabela 3. Exportações dos Agronegócios por Fator Agregado, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2009 e 2010.
2009
2010
Produtos
US$ bilhão
%
US$ bilhão
%
Var %
Básicos
37,64
55,71
42,02
52,55
11,64
Semimanufaturados
12,57
18,61
18,24
22,81
45,03
Manufaturados
17,35
25,68
19,70
24,64
13,57
AGRONEGÓCIOS
67,56
100,00
79,95
100,00
18,35


 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
 

            Esses indicadores mostram as diferenças estruturais dos agronegócios paulistas no contexto nacional, uma vez que nas demais unidades da federação os produtos básicos são preponderantes (64,32%), perfazendo a condição primário-exportadora das exportações brasileiras dos agronegócios no ano de 2010 (52,55%) diferenciando-se da realidade paulista onde os produtos básicos representam apenas 17,72%. Em São Paulo, a participação de produtos industrializados nas exportações dos agronegócios se mostra muito maior (81,28%), evidenciando índices superiores de agregação de valor (Tabelas 1 a 3).
 

            Entre as categorias de uso, observa-se que matérias-primas e produtos intermediários foi o grupo predominante no ano de 2010, representando 63,83% do valor total de exportações nacionais de mercadorias dos agronegócios. No caso do Estado de São Paulo, esse grupo também predomina, com 56,29% do valor total (Tabela 4).
 
 

Tabela 4. Exportações dos Agronegócios por Categoria de Uso, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2010.
Categorias de Uso
Brasil
São Paulo
  SP/BR
US$ bilhão
%
US$ bilhão
%
%
Bens de capital
1,96
2,45
0,70
3,46
35,64
Bens de consumo 
26,96
33,72
8,13
40,25
30,15
Matérias-primas e produtos intermediários
51,03
63,83
11,37
56,29
22,28
Agronegócios
79,95
100,00
20,20
100,00
25,26

 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.



 

2. Detalhamento do comércio exterior paulista

 

            No ano de 2010, as exportações do Estado de São Paulo (1) somaram US$52,29 bilhões (25,9% do total nacional), e as importações (2) US$67,77 bilhões (37,3% do total nacional), registrando déficit de US$15,48 bilhões. Em relação ao ano de 2009, o valor das exportações paulistas aumentou 23,4% e o das importações, 34,2%, levando a crescimento de 90,9% no déficit comercial (Figura 1). O aumento nas exportações paulistas (23,4%), comparando-se os anos de 2010 e 2009, ficou abaixo do verificado na média brasileira (32,0%). Nas importações também ocorreu menor incremento em São Paulo (34,2%) do que no Brasil (42,2%) revelando maior rigidez das aquisições externas paulistas. Na conjunção das performances das exportações e importações, em relação ao ano de 2009, houve elevação expressiva do déficit da balança comercial paulista (90,9%), enquanto verificou-se queda (-19,8%) no superávit da brasileira.
 

Figura 1 - Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro, de 2009 e 2010.
 
 

 

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

Os agronegócios paulistas apresentaram exportações crescentes (27,0%), atingindo US$20,20 bilhões, enquanto as importações aumentaram 27,9%, somando US$8,06 bilhões, com saldo de US$12,14 bilhões, superior (26,5%) ao verificado no ano de 2009 (Figura 2). Em função disso, há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios - somaram US$59,71 bilhões para exportações de US$32,09 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado, de US$27,62 bilhões no acumulado de janeiro a dezembro de 2010. Assim, conclui-se que o comércio exterior paulista seria bem mais deficitário não fosse o desempenho dos agronegócios estaduais.
 
 

Figura 2 - Balança Comercial dos Agronegócios, Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro, de 2009 e 2010.


  
 

 

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            A participação das exportações dos agronegócios paulistas no total estadual aumentou 1,1 ponto percentual, enquanto a participação das importações recuou 0,6 ponto percentual, na comparação dos anos de 2009 e 2010 (Figura 3).
 
 

Figura 3 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2009 e 2010.
 


 

 

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            A participação paulista no total da balança comercial brasileira caiu em termos das exportações (-1,8 pontos percentuais) e também no tocante às importações (-2,2 pontos percentuais) (Figura 4).
 
 

Figura 4 - Participação da Balança Comercial Paulista no Total do Brasil, Janeiro a Dezembro de 2009 e 2010.
 


 

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            Em relação aos agronegócios brasileiros, as exportações setoriais de São Paulo no ano de 2010 representaram 25,3%, ou seja, 1,8 ponto percentual a mais que em 2009, enquanto as importações representaram 34,0%, mesmo percentual de representatividade verificada no ano anterior (Figura 5).
 

Figura 5- Participação do Agronegócio Paulista no Brasileiro, Balança Comercial, Janeiro a Dezembro de 2009 e 2010.


 


 

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            Detalhando a balança comercial dos agronegócios paulistas, verifica-se que as cadeias de produção apresentaram saldos comerciais maiores quando se compara os anos de 2009 (US$ 11,11 bilhões) com o ano de 2010 (US$ 13,78 bilhões). Esses indicadores são menores quando se considera toda amplitude das transações setoriais, cujo saldo passou de US$ 9,60 bilhões no ano de 2009 para os US$ 12,14 bilhões em igual período de 2010. Isso ocorreu a despeito do maior déficit na balança comercial de bens de capital e insumos de US$ 1,51 bilhão em 2009 para US$ 1,64 bilhão em 2010 (Tabela 5).
 
 

Tabela 5. - Estado de São Paulo - Detalhamento da Balança Comercial dos Agronegócios, Janeiro a Dezembro de 2009 e 2010
( US$ bilhão)
Cadeias de Produção  
Bens de Capital e Insumos
Agronegócios
Ano
Exp.
Imp.
Saldo
Exp.
Imp. 
Saldo
Exp.
Imp. 
Saldo
2009
15,21
4,10
11,11
 
0,69
2,20
-1,51
 
15,90
6,30
9,60
2010
19,31
5,53
13,78
 
0,89
2,53
-1,64
 
20,20
8,06
12,14
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir dos dados básicos da SECEX/MDIC


 

            Os bens de capital e insumos são fundamentais para a modernidade da produção nacional, notadamente a maquinaria e peças e os fertilizantes nos quais têm elevada dependência externa. Exatamente os maiores gastos com esses itens levaram ao aumento das importações e do déficit da conta de bens de capital e insumos, que na maioria das vezes não são considerados nas análises do comércio exterior setorial, levando a saldos setoriais superestimados.
 

            Os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos agronegócios paulistas no ano de 2010, foram: cana e sacarídeas (US$ 9,29 bilhões), bovídeos – bovinos (US$2,73 bilhões), produtos florestais (US$2,03 bilhões), frutas (US$ 1,90 bilhão) e agronegócios especiais (US$926 milhões). Esses cinco agregados representam 83,5% das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 6).
 
 
 

Tabela 6. Exportações dos Agronegócios, por Grupo de Mercadorias, São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2009 e 2010.
Grupos
2009
2010
US$ milhão
%
US$ milhão
%
Var %
Têxteis
226,74
1,43
280,51
1,39
23,71
Bovídeos – bovinos 
2.218,14
13,95
2.725,36
13,50
22,87
Pescado
12,49
0,08
6,30
0,03
-49,55
Café e estimulantes
606,80
3,82
830,05
4,11
36,79
Cana e sacarídeas
6.672,79
41,97
9.294,57
46,02
39,29
Frutas
1.755,12
11,04
1.897,03
9,39
8,09
Olerícolas
18,74
0,12
26,24
0,13
39,99
Flores e ornamentais
26,41
0,17
21,69
0,11
-17,88
Cereais/leguminosas/oleaginosas
722,88
4,55
781,38
3,87
8,09
Produtos florestais
1.711,27
10,76
2.025,40
10,03
18,36
Suínos e aves
435,18
2,74
489,41
2,42
12,46
Fumo
1,27
0,01
1,59
0,01
25,30
Agronegócios especiais
807,07
5,08
925,56
4,58
14,68
Bens de capital e insumos
684,70
4,31
890,08
4,41
30,00
Agronegócios
15.899,60
100,00
20.195,15
100,00
27,02
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.


 

            Crescimento expressivo - na comparação de 2010 com 2009 – apresentou a exportação paulista de cana e sacarídeas (+39,29%), principal grupo das vendas externas estaduais, em especial pelo aumento das vendas externas de açúcar (+49,7%) indo de US$5,76 bilhões para US$8,63 bilhões, enquanto que as operações com álcool recuaram 26,6% passando de US$ 911 milhões para US$ 669 milhões. Isso representa mais uma prova de fogo para a política nacional de biocombustíveis dado que, não apenas o álcool não se firmou como produto de exportação, como a prioridade para a moagem de cana para produção de açúcar elevou os preços internos do álcool combustível, mesmo em plena safra.
 
 

            Também apresentaram aumento, as olerícolas (+39,99%), o café e estimulantes (+36,79%), os bens de capital e insumos (+30,00%), fumo (+25,30%), têxteis (+ 23,71%), os bovídeos (+22,87%), os produtos florestais (+18,36%), os agronegócios especiais (+14,68%), os suínos e aves (+12,46%), os cereais, leguminosas e oleaginosas (+8,09%) e as frutas (+8,09%). Mostraram quedas apenas as flores e ornamentais (-17,88%) e o pescado (-49,55%) (Tabela 6).
 
 

3. Detalhamento do comércio exterior brasileiro

 

            A balança comercial brasileira registrou superávit de US$20,27 bilhões de janeiro a dezembro de 2010, com exportações de US$201,92 bilhões e importações de US$181,65 bilhões. Esse superávit 19,8% menor que do ano de 2009 ocorreu em função de incremento nas exportações (32,0%) inferior ao das importações (42,2%) (Figura 6).
 

Figura 6 - Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2009 e 2010.
 

 


 

 

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.



            No ano de 2010, as exportações dos agronegócios brasileiros cresceram 18,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo US$79,95 bilhões (39,6% do total). Já as importações do setor aumentaram 28,1%, também em comparação com o ano de 2009, somando US$23,73 bilhões (13,1% do total). O superávit dos agronegócios em 2010 foi de US$56,22 bilhões, 14,7% superior ao do ano anterior (Figura 7). Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores, com importações de US$ 157,92 bilhões e exportações de US$ 121,97 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 35,95 bilhões.

 

Figura 7 - Balança Comercial dos Agronegócios, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2009 e 2010.


  
 

 

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

 


 

            As participações dos agronegócios nos totais do País recuaram 4,6 pontos percentuais nas exportações e 1,4 ponto percentual nas importações (Figura 8.)
 
 

Figura 8 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2009 e 2010
 


 

 

 

 

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.


 
 

            O detalhamento da balança comercial dos agronegócios brasileiros mostra que os saldos comerciais oriundos das transações externas das cadeias de produção aumentaram de US$ 54,69 bilhões no ano de 2009 para US$ 62,69 bilhões em igual período de 2010. Esses valores são maiores que os resultados setoriais – US$ 49,03 bilhões em 2009 e US$ 56,22 bilhões em 2010 - em função do déficit da balança comercial de bens de capital e insumos que cresceu de US$ 5,66 bilhões no ano de 2009 para US$ 6,47 bilhões em 2010 (Tabela 7), reflexo da maior dependência externa dos agronegócios brasileiros das importações de fertilizantes, cujas importações cresceram 27,2%, saltando de US$ 3,93 bilhões em 2009 para US$ 5,00 bilhões em 2010. O crescimento da agropecuária brasileira, em especial nos cerrados, tem elevado essa dependência e não considerar essas transações nas estimativas de saldos comerciais setoriais, leva a resultados superestimados.
 
 
 

Tabela 7. –Brasil - Detalhamento da Balança Comercial dos Agronegócios, Janeiro a Dezembro de 2009 e 2010
( US$ bilhão)
Cadeias de Produção  
Bens de Capital e Insumos
Agronegócios
Ano
Exp.
Imp.
Saldo
Exp.
Imp. 
Saldo
Exp.
Imp. 
Saldo
2009
65,7
11,01
54,69
 
1,86
7,52
-5,66
 
67,56
18,53
49,03
2010
77,49
14,8
62,69
 
2,46
8,93
-6,47
 
79,95
23,73
56,22
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir dos dados básicos da SECEX/MDIC


 

           

            Em âmbito nacional, os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos agronegócios foram: cereais, leguminosas e oleaginosas (US$ 20,33 bilhões); cana e sacarídeas (US$13,82 bilhões), produtos florestais (US$ 9,56 bilhões), bovídeos - bovinos (US$ 8,89 bilhões) e suínos e aves (US$ 8,18 bilhões). Essas cadeias totalizam 76,0% das vendas externas dos agronegócios brasileiros (Tabela 8).
 
 

            No ano de 2010, comparados com 2009, tiveram crescimento as exportações brasileiras de cana e sacarídeas (+41,65%), café e estimulantes (+33,36%), bens de capital e insumos (+32,44%), produtos florestais (+27,98%), bovídeos (+21,72%), agronegócios especiais (+16,38%), suínos e aves (+16,29%), têxteis (+13,45%), pescado (+10,80%) frutas (+8,73%) cereais/leguminosas/ oleaginosas (+4,11%) e olerícolas (+2,75%). Mostraram recuo o fumo (-9,32%) e as flores e ornamentais (-14,69%) (Tabela 8)
 
 
 

Tabela 8. Exportações dos Agronegócios, por Grupo de Mercadorias, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2009 e 2010.
Grupos
2009
2010
US$ milhão
%
US$ milhão
%
Var %
Têxteis
1.534
2,27
1.741
2,18
13,45
Bovídeos – bovinos 
7.301
10,81
8.886
11,11
21,72
Pescado
200
0,30
222
0,28
10,80
Café e estimulantes
4.684
6,93
6.247
7,81
33,36
Cana e sacarídeas
9.754
14,44
13.816
17,28
41,65
Frutas
2.705
4,00
2.942
3,68
8,74
Olerícolas
177
0,26
182
0,23
2,75
Flores e ornamentais
39
0,06
34
0,04
-14,69
Cereais/leguminosas/oleaginosas
19.530
28,91
20.333
25,43
4,11
Produtos florestais
7.467
11,05
9.555
11,95
27,98
Suínos e aves
7.036
10,42
8.182
10,23
16,29
Fumo
3.046
4,51
2.762
3,45
-9,32
Agronegócios especiais
2.224
3,29
2.588
3,24
16,38
Bens de capital e insumos
1.861
2,76
2.465
3,08
32,44
Agronegócios
67.558
100,00
79.955
100,00
18,35
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.


 

4. Variações dos índices de Preços e de Quantidades das exportações dos agronegócios paulistas e brasileiros
 
 

            Na comparação do desempenho em 2010 com o ano anterior, no incremento das exportações setoriais brasileiras destacou-se, principalmente, o expressivo incremento - tanto das quantidades (+11,0%) como dos preços (+30,7%) - dos produtos semimanufaturados. Os produtos básicos que representam o principal componente das vendas externas nacionais da ótica da agregação de valor tiveram incrementos menores de quantidade (+4,0%) e de preços (+13,8%), percentuais, contudo, expressivos (Tabela 9).
 
 
 

Tabela 9. Variações de Quantidade e de Preço das Exportações Por Fator Agregado e para os Principais Grupos de Mercadorias dos Agronegócios, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2010(1).
Setor, Grupo de Mercadorias e Fator Agregado
Quantidade
Preço
BOVÍDEOS - BOVINOS 
2,4
18,8
Carne Bovina
-1,0
17,4
CAFÉ E ESTIMULANTES
9,8
21,5
CAFÉ 
9,9
22,6
CANA E SACARÍDEAS
7,2
32,2
CANA 
7,2
32,2
Álcool 
-41,5
31,0
Açúcar
15,1
32,3
CEREAIS/LEGUMINOSAS/OLEAGINOSAS
6,5
-2,2
GRÃOS/FARINHAS/FARELO/PELLETS/SEMEAS
7,9
-3,5
GORDURAS VEGETAIS
1,2
11,4
GRÃOS PARA CONSUMO DIRETO
-46,2
9,4
Milho
39,4
21,0
Soja
4,1
-4,7
PRODUTOS FLORESTAIS
2,9
24,3
CELULOSE 
6,4
11,2
MADEIRA
1,6
28,5
BORRACHA
35,9
13,4
SUÍNOS E AVES
1,8
14,2
AVES
4,7
12,5
SUÍNOS 
-10,9
22,8
AGRONEGÓCIOS
4,0
13,8
Produtos Básicos
3,3
8,1
Produtos Semimanufaturados
11,0
30,7
Produtos Manufaturados
0,0
13,6
(1) Variações em relação a igual período do ano anterior, baseadas em índices calculados pela fórmula de Fisher.
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.


 

            Dentre os principais grupos de mercadorias das exportações setoriais brasileiras, que representam 83,8% da soma de divisas obtidas, destaca-se o fato de que o grupo cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou elevação da quantidade (+6,5%) e redução nos preços médios (-2,2%), fundamentalmente em função do comportamento da soja em grão cujas quantidades negociadas foram maiores (+4,1%), mas a preços inferiores (-4,7%). Numa realidade de valorização cambial verifica-se a redução da rentabilidade dessa lavoura uma vez que isso implica em preços internos inferiores (Tabela 9).
 

            Nos índices de quantidade, destaca-se a redução dos volumes de álcool (-41,5%), das toneladas de grãos para o consumo direto (-46,2%) e de produtos de suínos (-10,9%). Nos preços, os maiores acréscimos foram no açúcar (+32,3%), no álcool (+31,0%), na madeira (+28,5%) e no café (+22,6%). Ressalte-se que a maioria dos preços obtidos em 2010 nas vendas externas de produtos da agricultura é significativamente superior aos que vigoraram em 2009(Tabela 9).
 

            Nas exportações dos agronegócios paulistas, o comportamento guarda similaridade com o nacional, sendo que os acréscimos nos valores obtidos com as exportações derivam do incremento nas quantidades dos produtos semimanufaturados (+11,2%) e dos produtos básicos (+10,2%), associados à significativa elevação dos preços dos semimanufaturados (+35,3%). Deve ser realçado o fato de que os produtos manufaturados que correspondem ao maior percentual das vendas setoriais paulistas no exterior, tiveram recuo na quantidade embarcada (-1,6%). Esse desempenho foi compensado com preços mais altos (Tabela 10).
 

            Destacando os maiores incrementos de quantidade dos principais grupos de mercadorias e dos produtos a eles associados - e que correspondem a 83,5% da geração setorial de divisas -, em ordem decrescente tem-se a borracha (+53,0%), os agronegócios especiais de origem animal (+25,6%) e o açúcar (+13.4%). Nos preços têm-se o álcool (+38,5%), a madeira (+38,0%) e o açúcar (+32,1%). O complexo canavieiro volta-se para o açúcar aproveitando os maiores preços externos, com redução das vendas externas de álcool (Tabela 10). Ressalve-se o fato de que as diferenças de comportamento entre índices de preços e de quantidades dos agronegócios paulistas e os nacionais derivam das diferenças estruturais, sendo a principal delas o padrão de agregação de valor.
 
 
 

Tabela 10. Variações de Quantidade e de Preço das Exportações Por Fator Agregado e para os Principais Grupos de Mercadorias dos Agronegócios, São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2010(1).
Setor, Grupo de Mercadorias e Fator Agregado
Quantidade
Preço
BOVÍDEOS - BOVINOS 
0,5
22,2
Carne Bovina
-2,2
17,3
CANA E SACARÍDEAS
4,9
32,7
CANA 
4,9
32,7
Álcool 
-47,0
38,5
Açúcar
13,4
32,1
FRUTAS
-8,1
17,6
FRUTAS PROCESSADAS
-8,0
17,6
Laranja 
-7,4
17,2
FRUTAS FRESCAS
-10,8
17,5
PRODUTOS FLORESTAIS
-0,3
18,7
CELULOSE 
5,3
8,4
MADEIRA
-12,9
38,0
BORRACHA
53,0
17,5
SUÍNOS E AVES
1,3
11,0
AVES
1,4
11,6
SUÍNOS 
-2,0
-8,8
AGRONEGÓCIOS ESPECIAIS
13,2
1,3
NICHOS DA PRODUÇÃO ANIMAL
25,6
-14,6
NICHOS DA PRODUÇÃO VEGETAL
5,7
13,2
AGRONEGÓCIOS
4,4
21,7
Produtos Básicos
10,2
14,1
Produtos Semimanufaturados
11,2
35,3
Produtos Manufaturados
-1,6
16,5
(1) Variações em relação a igual período do ano anterior, baseadas em índices calculados pela fórmula de Fisher.
Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

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NOTAS

(1) Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

 

(2) Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.

 

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.

 



 

Tabelas Complementares

 

TABELA 1HP. Exportações, Importações e Saldo de Mercadorias dos Agronegócios por Categoria de Uso, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2010

 

TABELA 2HP. Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2010

 

TABELA 3HP. Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2009 e Janeiro a Dezembro de 2010

 

TABELA 4HP. Exportações, Importações e Saldo por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2009 e Janeiro a Dezembro de 2010

 

TABELA 5HP - Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2010

 

TABELA 6HP - Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2009 e Janeiro a Dezembro de 2010

 

TABELA 7HP - Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2009 e Janeiro a Dezembro de 2010

 

TABELA 8HP. Variações de Quantidade e Preço das Exportações por Grupo de Mercadorias dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2010

 

TABELA 9HP. Variações de Quantidade e Preço de Exportações de Produtos dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2010

 

TABELA 10HP. Exportações, Importações e Saldo de Mercadorias dos Agronegócios por Capítulo, Nomenclatura Comum do MERCOSUL, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2010

 

TABELA 11HP. Principais Mercadorias Exportadas pelo Agronegócio, Brasil, Janeiro a Dezembro de 2010

 

TABELA 12HP. Principais Mercadorias Exportadas pelo Agronegócio, Estado de São Paulo, Janeiro a Dezembro de 2010.

 

Data de Publicação: 18/01/2011

Autor(es): José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor