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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Outubro de 2009
Nos
primeiros dez meses de 2009, as exportações do Estado de São Paulo1
somaram US$34,46 bilhões (27,4% do total nacional), e as
importações2, US$41,17 bilhões (39,9% do total nacional),
registrando déficit de US$6,71 bilhões. Em relação aos primeiros dez meses do
ano de 2008, o valor das exportações paulistas recuou 29,0% e o das importações,
27,3%, reduzindo em 17,3% o déficit comercial (Figura 1). A queda nas
exportações paulistas (-29,0%), comparando-se os primeiros dez meses de 2009 e
2008, ficou acima da diminuição média brasileira (-25,7%). Nas importações
ocorreu menor redução em São Paulo (-27,3%) do que no Brasil (-30,4%) revelando
maior rigidez das aquisições externas paulistas. Assim, na conjunção das
performances das exportações e importações, em relação aos primeiros dez
meses de 2008, há redução expressiva do déficit da balança comercial paulista
(-17,3%), enquanto o superávit da brasileira apresentou
incremento(+7,5%).
Figura 1 - Balança Comercial, Estado de
São Paulo, Janeiro a Outubro, de 2008 e 2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Os agronegócios paulistas apresentaram exportações decrescentes (-10,1%), atingindo US$12,97 bilhões, enquanto as importações recuaram 21,3%, somando US$5,10 bilhões. Isso gerou saldo de US$7,87 bilhões3, pouco inferior (-0,9%) ao verificado nos primeiros dez meses do ano de 2008 (Figura 2). Em função disso, há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios - somaram US$36,07 bilhões para exportações de US$21,49 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado, de US$14,58 bilhões no acumulado de janeiro a outubro de 2009. Assim, conclui-se que o comércio exterior paulista seria bem mais deficitário não fosse o desempenho dos agronegócios estaduais.
Figura 2 - Balança Comercial dos
Agronegócios, Estado de São Paulo, Janeiro a Outubro, de 2008 e
2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir
de dados básicos da SECEX/MDIC.
A participação das exportações dos agronegócios paulistas no total do Estado aumentou em 7,9 pontos percentuais, enquanto a participação das importações aumentou 1,0 ponto percentual, na comparação dos primeiros dez meses de 2008 e 2009 (Figura 3).
Figura 3 - Participação dos Agronegócios
na Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Outubro de 2008 e
2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir
de dados básicos da SECEX/MDIC.
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$22,59 bilhões de janeiro a outubro de 2009, com exportações de US$125,88 bilhões e importações de US$103,29 bilhões. Esse superávit 7,5% maior que dos primeiros dez meses de 2008 - ocorreu em função de queda nas exportações (-25,7%) inferior à das importações (-30,4%) (Figura 4).
Figura 4 - Balança Comercial, Brasil,
Janeiro a Outubro de 2008 e 2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA
a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
Nos primeiros dez meses de 2009, as exportações dos agronegócios brasileiros reduziram-se em 13,0% em relação a igual período do ano anterior, atingindo US$57,14 bilhões (45,4% do total). Já as importações do setor recuaram 33,1%, também em comparação com os dez primeiros meses de 2008, somando US$15,24 bilhões (14,8% do total). O superávit dos agronegócios em 2008 foi de US$41,90 bilhões4, 2,2% inferior ao de janeiro a outubro do ano anterior (Figura 5). Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores, com exportações de US$ 68,74 bilhões e importações de US$ 88,05 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 19,31 bilhões.
Figura 5 - Balança Comercial dos
Agronegócios, Brasil, Janeiro a Outubro de 2008 e
2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir
de dados básicos da SECEX/MDIC.
As participações dos agronegócios nos totais do País cresceram 6,6 pontos percentuais nas exportações e recuaram 0,6 ponto percentual nas importações (Figura 6).
Figura 6 - Participação dos Agronegócios
na Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Outubro de 2008 e
2009
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir
de dados básicos da SECEX/MDIC.
A participação paulista no total da balança comercial brasileira caiu em termos das exportações (-1,3 ponto percentual) e aumentou no tocante às importações (+1,7 ponto percentual) (Figura 7).
Figura 7 - Participação da Balança
Comercial Paulista no Total do Brasil, Janeiro a Outubro de 2008 e
2009.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir
de dados básicos da SECEX/MDIC.
Em relação aos agronegócios brasileiros, as exportações setoriais de São Paulo nos primeiros dez meses de 2009 representaram 22,7%, ou seja, 0,7 ponto percentual a mais que em igual período de 2008, enquanto as importações representaram 33,6%, sendo 5,1 pontos percentuais superior à representatividade verificada no mesmo período do ano anterior (Figura 8).
Figura 8 - Participação do Agronegócio
Paulista no Brasileiro, Balança Comercial, Janeiro a Outubro de 2007 e
2008.
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir
de dados básicos da SECEX/MDIC.
NOTAS
1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
3Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios paulistas foi de US$9,18 bilhões.
4Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios brasileiros foi de US$46,81 bilhões.
Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.
Data de Publicação: 03/12/2009
Autor(es):
José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor