De janeiro a maio de 2009, as exportações do Estado de São Paulo¹ somaram US$ 15,52 bilhões (28,0% do total nacional), e as importações²_, US$18,71 bilhões (40,6% do total nacional), registrando um déficit de US$3,19 bilhões. Em relação aos primeiros cinco meses de 2008, o valor das exportações paulistas diminuiu 28,8% e o das importações, 23,1%, com significativa elevação do déficit comercial (+25,6%) (Figura 1). A redução das exportações paulistas (-28,8%), comparando-se os primeiros cinco meses de 2009 com os de 2008, ficou acima da média brasileira (-23,0%), enquanto que nas importações, a queda foi maior no Brasil (-27,3%) do que em São Paulo (-23,1%). Assim, na conjunção das performances das exportações e importações, o saldo da balança comercial paulista teve aumento do déficit enquanto que a brasileira apresentou elevação do superávit. Em linhas gerais, trata-se da manifestação da realidade da crise econômica mundial mais pronunciada sobre economias industriais, além de que todos os indicadores de comércio exterior apresentam recuos expressivos.

            Os agronegócios paulistas também apresentaram exportações decrescentes (-9,5%), atingindo US$5,60 bilhões; conquanto as importações tenham mostrado maior diminuição (-20,1%), somando US$2,22 bilhões. Ainda assim houve queda de 0,9% no saldo comercial em relação a janeiro-maio de 2008, atingindo US$3,38 bilhões³ (Figura 2). Há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios - somaram US$16,49 bilhões para exportações de US$9,92 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado, de US$ 6,57 bilhões. Assim, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho dos agronegócios estaduais, cujos saldos ainda se mantiveram positivos embora cadentes.

            A participação das exportações dos agronegócios paulistas no total do Estado cresceu 7,7 pontos percentuais, enquanto a participação das importações aumentou apenas 0,5 ponto na comparação dos primeiros cinco meses de 2008 com os de 2009 (Figura 3).
 

            A balança comercial brasileira registrou superávit de US$9,36 bilhões de janeiro a maio de 2009, com exportações de US$55,48 bilhões e importações de US$46,12 bilhões. Esse aumento do saldo comercial (+9,2%) aconteceu em função de queda das exportações (-23,0%) menor do que a diminuição das importações (-27,3%) (Figura 4). Nestes termos, a desvalorização da moeda nacional em decorrência da crise econômica reduziu aquisições externas em maior proporção que as vendas para o exterior, esta última afetada pela redução da demanda internacional além das dificuldades de financiamento do comércio internacional.

            De janeiro a maio de 2009, as exportações dos agronegócios brasileiros recuaram 12,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo US$25,13 bilhões (45,3% do total). Já as importações do setor diminuíram 29,7%, também em comparação com os primeiros cinco meses de 2008, somando US$6,47 bilhões (14,0% do total).

            O superávit dos agronegócios de janeiro a maio de 2009 foi de US$18,66 bilhões⁴, 5,0% inferior ao do mesmo período do ano anterior (Figura 5). Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores, com importações de US$ 39,65 bilhões e exportações de US$ 30,35 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 9,30 bilhões.

            As participações dos agronegócios nos totais do País cresceram em termos das exportações (+5,3 pontos percentuais) e recuaram em relação às importações (-0,5 ponto percentual) (Figura 6). Isso revela a elevada capacidade dos agronegócios brasileiros em enfrentar os desafios derivados dos movimentos da crise internacional.

            A participação paulista no total da balança comercial brasileira caiu em termos das exportações (-2,2 pontos percentuais) mas aumentou no tocante às importações (+2,3 pontos percentuais) (Figura 7).

            Em relação aos agronegócios brasileiros, as exportações setoriais de São Paulo de janeiro a maio de 2009 representaram 22,3%, ou seja, 0,8 ponto percentual a mais que no mesmo período de 2008, enquanto as importações representaram 34,3%, sendo 4,1 pontos percentuais superiores à verificada no ano anterior (Figura 8).