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Floricultura: desempenho do comércio exterior em 2007
                                 As 
exportações dos produtos da floricultura brasileira atingiram em 2007, o valor 
de US$35,3 milhões, o que representou um aumento de 9,1% em relação ao ano 
anterior, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do 
Desenvolvimento (SECEX/MDIC)1. 
             Por 
outro lado, valor das importações no período (US$10,8 milhões) teve crescimento 
expressivo de 23,2% em comparação ao valor de 2006. O saldo comercial apresentou 
superávit de US$24,5 milhões em 2007, representando crescimento de 3,9% no ano 
em questão (Tabela 1). 
Tabela 1 - Balança Comercial Brasileira dos Produtos da Floricultura, 2006 e 2007
(Milhões de US$ FOB)
2006  | 2007  | Var. %  | |
| Exportação | 32,3  | 35,3  | 9,1  | 
| Importação | 8,8  | 10,8  | 23,2  | 
| Saldo | 23,6  | 24,5  | 3,9  | 
A análise da tendência histórica evidencia que no período de 1997 a 2002, os valores da balança comercial brasileira oscilaram num certo intervalo de patamares, apresentando aproximadamente a mesma tendência de crescimento. A partir de 2003, enquanto os valores tanto das exportações como do saldo comercial cresciam concomitantemente o valor das importações apresentavam tendência decrescente até 2005. A partir desse ponto, a tendência é de crescimento no valor importado por dois anos consecutivos (Figura 1).
O valor exportado da floricultura brasileira em 2007, apresentou variação positiva em três grupos2 de produtos (mudas, bulbos e folhagens) e números negativos no caso de flores frescas. O grupo de mudas ocupa o primeiro lugar nas exportações com US$15,3 milhões, representando 43,4% do valor total exportado e crescimento de 6,3%. Por outro lado, o grupo de bulbos apresentou melhor desempenho em valor exportado (+39,8%) embora no segundo lugar no valor de exportado (US$14,0 milhões). Em terceiro lugar, o grupo de flores frescas deteve a fatia de 10,7% (US$3,8 milhões), porém com menor desempenho (-29,0%). Por último, o grupo de folhagens - com a fatia de 6,1% (US$2,2 milhões) do valor total exportado - apresentou variação positiva de pequena magnitude (+1,5%) (Figura 2).
Figura 1 - Balança Comercial Brasileira dos Produtos da Floricultura, 1997 a 2007.

Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA) com base em SECEX (2008).
Figura 2 - Balança Comercial Brasileira dos Produtos da Floricultura, por Grupo, 2006 e 2007.
 
Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA) com base em SECEX (2008).
Holanda e Estados Unidos continuam como parceiros comerciais mais importantes da floricultura brasileira entre os 38 países de destino em 2007, sendo responsáveis por 78,4% do valor das exportações brasileiras do setor. O primeiro continua imbatível como destino principal em termos de valor comercializado (US$20,2 milhões), respondendo por 57,3% do total, além de apresentar resultado consistente (+22,9%) em relação ao período anterior. Em segundo lugar no ranking de países de destino, os Estados Unidos ocupam 21,1% da fatia exportada com US$7,4 milhões apresentando, no entanto, tímido crescimento (+1,6%). Outros destinos de destaque em termos de volume são Itália (7,0%), Japão (2,3%) e Bélgica (2,1%). Os países que já foram clientes de produtos da floricultura brasileira em 2006, mas sem registro das transações na base de dados da SECEX durante 2007, são: Hungria, Namíbia, Guatemala, Cabo Verde, África do Sul, Suriname, Nova Caledônia, Costa Rica e República Centro Africana. No conjunto, esses países movimentaram cerca de US$110,2 mil em 2006 (Tabela 2).
Um indicador importante para os exportadores brasileiros é o valor da exportação mensal e sua variação em relação ao período anterior, para fins de prospecção de demanda e futuro contato com clientes. Embora o incremento no valor das exportações mensais em 2007, tenha ocorrido também nos meses de janeiro (+15,0%), março (13,3%) e julho (+11,3%), o destaque não só em comparação a 2006, mas também em relação aos dados desde 2003, fica para o crescimento anual de agosto (+67,3%) (Figura 3)3.
A análise do desempenho do comércio exterior brasileiro em 2007, em comparativo ao ano anterior, revela um dado preocupante para o setor: para um crescimento líquido de US$2,9 milhões no valor exportado, o crescimento no valor importado correspondente foi de US$2,0 milhões, isto é, grande parte do resultado favorável líquido nas exportações foi realizada às custas da divisa nacional. Além disso, preocupa-se também com a queda significativa no valor das exportações de flores para buquês da ordem de 29%.
Outro ponto a ser melhor estudado é o caso dos Estados Unidos que embora continue como segundo parceiro comercial mais importante da floricultura brasileira, em 2007, apresentou um acréscimo muito conservador de apenas +1,6% no valor comercializado a este destino.
Como indicador positivo, os analistas de mercado e os agentes do setor de flores devem atentar para o r favorável apresentado pela Alemanha (+69,5% no valor exportado) passando de US$359 milhões em 2006, para US$608 milhões em 2007. Outro parceiro comercial do Brasil de destaque em termos de oportunidades é o Paraguai que apresentou crescimento anual de 7.531,1%, passando do ranking de 33a em 2006, para 14a posição.
Tabela 2 - Exportação dos Produtos da Floricultura Brasileira, por País de Destino, 2006-2007
| Países | |||||||||
US$ FOB  | Ranking  | Part. %  | US$ FOB  | Ranking  | Part. %  | Part. acum. %  | |||
| Holanda | 16.461.654  | 1  | 50,9  | 20.223.474  | 1  | 57,3  | 57,3  | 22,9  | |
| EUA | 7.315.232  | 2  | 22,6  | 7.428.815  | 2  | 21,1  | 78,4  | 1,6  | |
| Itália | 2.728.302  | 3  | 8,4  | 2.455.798  | 3  | 7,0  | 85,3  | -10,0  | |
| Japão | 1.133.061  | 4  | 3,5  | 809.744  | 4  | 2,3  | 87,6  | -28,5  | |
| Bélgica | 713.434  | 6  | 2,2  | 755.384  | 5  | 2,1  | 89,8  | 5,9  | |
| Canadá | 566.951  | 7  | 1,8  | 638.964  | 6  | 1,8  | 91,6  | 12,7  | |
| Alemanha | 358.977  | 10  | 1,1  | 608.290  | 7  | 1,7  | 93,3  | 69,5  | |
| Portugal | 542.282  | 8  | 1,7  | 576.660  | 8  | 1,6  | 95,0  | 6,3  | |
| Espanha | 476.920  | 9  | 1,5  | 328.110  | 9  | 0,9  | 95,9  | -31,2  | |
| Chile | 87.544  | 16  | 0,3  | 223.928  | 10  | 0,6  | 96,5  | 155,8  | |
| Argentina | 153.810  | 13  | 0,5  | 212.442  | 11  | 0,6  | 97,1  | 38,1  | |
| México | 280.042  | 11  | 0,9  | 195.339  | 12  | 0,6  | 97,7  | -30,2  | |
| Uruguai | 782.413  | 5  | 2,4  | 170.580  | 13  | 0,5  | 98,2  | -78,2  | |
| Paraguai | 1.300  | 33  | 0,0  | 99.204  | 14  | 0,3  | 98,4  | 7.531,1  | |
| Suíça | 215.497  | 12  | 0,7  | 64.446  | 15  | 0,2  | 98,6  | -70,1  | |
| Rep. Tcheca | 11.838  | 24  | 0,0  | 62.956  | 16  | 0,2  | 98,8  | 431,8  | |
| Polônia | 92.769  | 15  | 0,3  | 59.901  | 17  | 0,2  | 99,0  | -35,4  | |
| França | 18.682  | 21  | 0,1  | 51.551  | 18  | 0,1  | 99,1  | 176,0  | |
| Reino Unido | 40.119  | 19  | 0,1  | 46.467  | 19  | 0,1  | 99,2  | 15,8  | |
| Rússia | 4.762  | 29  | 0,0  | 38.676  | 20  | 0,1  | 99,4  | 712,2  | |
| Angola | 27.670  | 20  | 0,1  | 35.865  | 21  | 0,1  | 99,5  | 29,6  | |
| Dinamarca | 132.967  | 14  | 0,4  | 33.336  | 22  | 0,1  | 99,6  | -74,9  | |
| Equador | 10.300  | 25  | 0,0  | 27.835  | 23  | 0,1  | 99,6  | 170,2  | |
| Índia | -  | -  | -  | 25.300  | 24  | 0,1  | 99,7  | -  | |
| Venezuela | -  | -  | -  | 23.700  | 25  | 0,1  | 99,8  | -  | |
| Hong Kong | 9.140  | 26  | 0,0  | 16.017  | 26  | 0,0  | 99,8  | 75,2  | |
| China | 45.484  | 18  | 0,1  | 15.778  | 27  | 0,0  | 99,9  | -65,3  | |
| Irlanda | -  | -  | -  | 15.000  | 28  | 0,0  | 99,9  | -  | |
| Gâmbia | -  | -  | -  | 9.100  | 29  | 0,0  | 99,9  | -  | |
| Grécia | -  | -  | -  | 5,981  | 30  | 0,0  | 99,9  | -  | |
| Taiwan | 544  | 36  | 0,0  | 5.030  | 31  | 0,0  | 100,0  | 824,6  | |
| Bolívia | 495  | 38  | 0,0  | 4.098  | 32  | 0,0  | 100,0  | 727,9  | |
| Tailândia | 700  | 35  | 0,0  | 2.648  | 33  | 0,0  | 100,0  | 278,3  | |
| Peru | 5.000  | 28  | 0,0  | 2.539  | 34  | 0,0  | 100,0  | -49,2  | |
| Noruega | -  | -  | -  | 2.276  | 35  | 0,0  | 100,0  | -  | |
| Rep. Dominicana | -  | -  | -  | 1.781  | 36  | 0,0  | 100,0  | -  | |
| Haiti | -  | -  | -  | 1.242  | 37  | 0,0  | 100,0  | -  | |
| Colômbia | 1.040  | 34  | 0,0  | 131  | 38  | 0,0  | 100,0  | -87,4  | |
| Hungria | 66.158  | 17  | 0,2  | -  | -  | -  | -  | -100,0  | |
| Namíbia | 16.998  | 22  | 0,1  | -  | -  | -  | -  | -100,0  | |
| Guatemala | 12.246  | 23  | 0,0  | -  | -  | -  | -  | -100,0  | |
| Cabo Verde | 5.937  | 27  | 0,0  | -  | -  | -  | -  | -100,0  | |
| África do sul | 3.273  | 30  | 0,0  | -  | -  | -  | -  | -100,0  | |
| Suriname | 3.155  | 31  | 0,0  | -  | -  | -100,0  | |||
| Nova Caledônia | 1.729  | 32  | 0,0  | -  | -  | -  | -  | -100,0  | |
| Costa Rica | 518  | 37  | 0,0  | -  | -  | -  | -  | -100,0  | |
| Rep. Centro Africana | 208  | 39  | 0,0  | -  | -  | -  | -100,0  | ||
| Total | 32.329.151  | 100,0  | 35.278.392  | 100,0  | 9,12  | ||||
Fonte: Instituto de Economia Agrícola com base em SECEX (2008).
Figura 3 - Exportação Mensal dos Produtos da Floricultura Brasileira, 2003 a 2007.

Fonte: Instituto de Economia Agrícola com base em SECEX (2008).
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1Considerou-se nesta análise o 
grupo de produtos especificados na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM 06) da 
Secretaria de Comércio Exterior. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e 
Comércio Exterior (SECEX/MDIC). Exportação, importação e o saldo da balança 
comercial brasileira de plantas vivas e produtos da floricultura. Disponível 
em: <http://aliceweb.mdic.gov.br/consulta_nova/resultadoConsulta.asp>. 
Acesso em: 16 jan. 2008. 
2O Capítulo 06 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) é 
composto por quatro agrupamentos de produtos: de Bulbos (bulbos, tubérculos, 
rizomas etc.), de Mudas (mudas de plantas ornamentais, de orquídeas etc.), de 
Flores (flores cortadas para buquês, frescas ou secas) e Folhagens (folhas, 
folhagens e musgos para floricultura). No grupo de mudas, estão incluídos os de 
não-ornamentais como café, cana e videira, em valores 
ínfimos. 
Palavras-chave: produtos da floricultura, flores, exportação, comércio exterior.
Data de Publicação: 30/01/2008
                Autor(es): 
                Ikuyo Kiyuna Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Paulo José Coelho (pjcoelho@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor              

                    
                        