Balança Comercial do Agronegócio Paulista, Janeiro a Outubro de 2006

            Nos primeiros dez meses de 2006, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$ 37,73 bilhões (33,3% do total nacional) e as importações2, US$ 30,76 bilhões (40,7% do total nacional), gerando superávit de US$ 6,97 bilhões. Esse resultado mantém a tendência de saldos crescentes da balança comercial paulista (gráfico 1).

Gráfico 1 - Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Outubro, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            O crescimento nas exportações paulistas (+21,0%) nos dez primeiros meses de 2006, em relação ao mesmo período de 2005, foi superior à média brasileira (+17,3%). Nas importações, ocorre tendência inversa, com incremento em São Paulo (+23,3%) inferior ao do Brasil (+25,1%). Assim, o aumento percentual do saldo da balança comercial paulista (+11,7%) foi muito maior que o da brasileira (+4,4%) (tabela 4). Dessa forma, o desempenho paulista, como mais relevante centro importador nacional, sustentou o aumento do saldo da balança comercial brasileira, que cresceria menos pelo resultado das demais unidades da federação (+2,8%).
            O agronegócio paulista também apresentou exportações crescentes (+22,3%), atingindo US$ 12,12 bilhões, enquanto as importações cresceram 19,0%, somando US$ 3,64 bilhões. Estes resultados permitiram alcançar o saldo de US$ 8,48 bilhões3, que se mostra 23,8% maior do que o de janeiro a outubro de 2005 (gráfico 2).

Gráfico 2 - Balança Comercial do Agronegócio, Estado de São Paulo, Janeiro a Outubro, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC


 


            As exportações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio – somaram US$ 25,61 bilhões para importações de US$ 27,12 bilhões, gerando um déficit externo, desse agregado, de US$ 1,51 bilhão de janeiro a outubro de 2006. Isto permite concluir que os superávits do comércio exterior paulista continuam a depender do desempenho do agronegócio, uma vez que os resultados comerciais estaduais dos demais setores foram negativos, conquanto o Estado de São Paulo constitua a principal estrutura industrial e de serviços da economia brasileira.
            A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado aumentou 0,3 ponto percentual, enquanto a participação das importações decresceu 0,5 ponto percentual (gráfico3).

Gráfico 3 - Participação do agronegócio na exportação e na importação, Estado de São Paulo, Janeiro a Outubro, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 37,88 bilhões de janeiro a outubro de 2006, com exportações de US$ 113,37 bilhões e importações de US$ 75,49 bilhões. Esse pequeno incremento do superávit, 4,4% maior do que o do mesmo período em 2005, resultou de aumento nas exportações (+17,3%) muito inferior ao das importações (+25,1%) (gráfico 4).

Gráfico 4- Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Outubro, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 11,8% em relação a janeiro-outubro do ano anterior, atingindo US$ 43,0 bilhões (37,9% do total). Já as importações do setor tiveram aumento superior ao das vendas externas (+17,7%) e somaram US$ 9,69 bilhões (12,8% do total). O superávit do agronegócio de janeiro a outubro de 2006 foi de US$ 33,31 bilhões4, 10,2% superior ao do mesmo período do ano anterior (gráfico 5), percentual este maior que o total nacional (+4,4%). Isso revela incremento da importância relativa dos agronegócios no saldo do comércio externo brasileiro.

Gráfico 5 - Balança comercial do agronegócio, Brasil, Janeiro a Outubro, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            A participação do agronegócio brasileiro no total da balança comercial do País diminuiu relativamente tanto em termos de exportação (-1,9 ponto percentual) quanto de importações (-0,8% ponto percentual) (gráfico 6). Isto decorreu do avanço das transações externas de outros setores e dos preços internalizados que diminuíram a competitividade das commodities agropecuárias.

Gráfico 6 - Participação do agronegócio na exportação e na importação, Brasil, Janeiro a Outubro, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            Em relação à economia brasileira, as exportações de São Paulo de janeiro a outubro de 2006 representavam 33,3% ou 1,0 ponto percentual a mais que as de janeiro-outubro de 2005. Já as importações equivaliam a 40,7% ou 0,6 ponto percentual a menos que no ano anterior (gráfico 7).

Gráfico 7- Participação do Estado de São Paulo no Brasil, exportação e importação, Janeiro a Outubro, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações de São Paulo, de janeiro a outubro de 2006, representavam 28,2% ou 2,4 pontos percentuais a mais que as de janeiro-outubro de 2005. Já as importações respondiam por 37,6% ou 0,4 ponto percentual a mais do que no ano anterior (gráfico 8).

Gráfico 8 - Participação do agronegócio paulista no agronegócio Brasileiro, exportação e importação, Janeiro a Outubro, 2005 e 2006 

Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC


 


            Os agregados da balança comercial do Brasil e de São Paulo, para o total e para o agronegócio, são apresentados nas tabelas 1 a 4.

Tabela 1 - Brasil – Balança comercial, Janeiro a Outubro, 2005 e 2006
(US$ bilhão)

Ano
Total
Agronegócio
Partic. do Agronegócio(%)
Exportação
Importação
Saldo
Exportação
Importação 
Saldo
Exportação
Importação
2005
96,62
60,32
36,30
38,47
8,23
30,24
39,8
13,6
2006
113,37
75,49
37,88
43,00
9,69
33,31
37,9
12,8
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Tabela 2 - Estado de São Paulo - Balança comercial, Janeiro a Outubro, 2005 e 2006
(US$ bilhão)

Ano
Total
Agronegócio
Partic. do Agronegócio(%)
Exportação Importação Saldo Exportação Importação  Saldo Exportação
Importação
2005
31,18
24,94
6,24
9,91
3,06
6,85
31,8
12,3
2006
37,73
30,76
6,97
12,12
3,64
8,48
32,1
11,8
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Tabela 3 - Participação da balança comercial do Estado de São Paulo no brasileiro, total e agronegócio, Janeiro a Outubro, 2005 e 2006
(%)

Ano
Total
Agronegócio
Exportação
Importação
Exportação
Importação 
2005
32,3
41,3
25,8
37,2
2006
33,3
40,7
28,2
37,6
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Tabela 4 - Balança comercial do Brasil e de São Paulo, variação percentual, Janeiro a Outubro, 2006 / 2005

Ano
Total
Agronegócio
Exportação
Importação
Saldo
Exportação
Importação 
Saldo
Brasil
17,3
25,1
4,4
11,8
17,7
10,2
São Paulo
21,0
23,3
11,7
22,3
19,0
23,8
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

______________________________________
1 Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
2 Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
3 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio paulista foi de US$ 9,02 bilhões.
4 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio brasileiro foi de US$35,49 bilhões.

Veja também a tabela: Resumo Mensal da Balança Comercial dos Agronegócios, 2005 e 2006 (janeiro a outubro).

Data de Publicação: 23/11/2006

Autor(es): Sueli Alves Moreira Souza Consulte outros textos deste autor
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José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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