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DISPÊNDIO COM DEFENSIVOS AGRÍCOLAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR, ESTADO DE SÃO PAULO E BRASIL
Resumo: São Paulo é detentor de mais de 50% da área plantada com
cana-de-açúcar no País e respondeu por 17,7% das vendas nacionais de defensivos
agrícolas em 2004. O objetivo do trabalho foi analisar a evolução das vendas de
defensivos para a cana no Brasil, de 1991 a 2004, a partir de dados do SINDAG,
corrigidos para 2004 pelo Consumer Prices Index, dos Estados Unidos. Também
foram analisadas as relações de troca entre os preços recebidos pelos produtores
de cana-de-açúcar e uma cesta de defensivos (baseada em quantidades médias por
hectare e número de aplicações em uma safra), no Estado de São Paulo, de outubro
de 2001 a abril de 2005, utilizando-se dados do Projeto IEA/AENDA/FUNDEPAG,
corrigidos para valores de abril de 2005 pelo IGP-DI da FGV. As vendas
brasileiras de defensivos totalizaram US$ 4,495 bilhões em 2004, dos quais US$
292,9 milhões (6,5%) foram destinadas à cultura de cana-de-açúcar. Entre as
classes de defensivos, os gastos com herbicidas representam a maior parcela e
corresponderam a 77,1% do total demandado pela cultura em 2004. As vendas de
defensivos para a cana-de-açúcar, que em 1991 eram de US131,1milhões mostraram
uma trajetória crescente até 1997, quando atingiram US283,8 milhões. Após a
diminuição drástica das vendas ocorridas em 1999, mesmo com a desvalorização do
real a partir daquele ano, houve uma retomada no crescimento, dadas as boas
perspectivas do mercado de açúcar e álcool e expansão da área cultivada. A safra
2004/05 contou com a valorização do real, contudo, o consumo interno de álcool
aumentou pela introdução dos carros flex fuel, assim como as exportações
de álcool devido à alta do petróleo e as de açúcar devido às quebras de safra na
Índia e Austrália. No período em análise, tanto os preços da cesta de defensivos
quanto os preços recebidos pelos canavicultores mostraram o mesmo comportamento:
tendência de queda (embora mais acentuada na cana) com leve recuperação entre
abril e agosto de 2003, exceto a partir de outubro de 2004 quando os preços
recebidos começaram a esboçar uma pequena recuperação. Nesse mesmo período, as
relações de troca entre os valores da cesta e os preços da cana mostraram-se em
geral desfavoráveis para o agricultor, porém apresentando períodos de melhoria,
principalmente entre agosto e outubro de 2003, atingiram seu pior nível em
agosto de 2004, quando os preços da cana foram os menores do período, voltando a
dar sinais de recuperação em outubro de 2004. Trabalho apresentado na
18a
Reunião do Instituto Biológico -
18a RAIB,
realizada no Instituto Biológico, Cidade de São Paulo, no período de 07 a 10 de
novembro de 2005.
Data de Publicação: 16/12/2005
Autor(es):
Maria de Lourdes Barros Camargo (mlcamargo@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Célia Regina Roncato Penteado Tavares Ferreira Consulte outros textos deste autor
Thomaz Fronzaglia (thomazfronzaglia@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Benedito Barbosa de Freitas (bfreitas@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Talita Tavares Ferreira (taferreira@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor