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Análise De Custos E Rentabilidade De Alternativas De Plantio Direto E Convencional: Estudo De Caso Para Um Sistema De Rotação Em São Paulo
Dos 13,47 milhões de hectares ocupados com o
plantio direto no Brasil, por volta de 4 milhões (ou 31%) localizam-se no
Paraná. O restante encontra-se concentrado nos estados federativos das regiões
centro-oeste, sudoeste e sul (COMO LER, 2001). Em relação ao total, a
participação paulista é bastante baixa (em torno de 4%). Informa-se uma
participação de 550 mil hectares, significando atualmente 35% da área total de
grãos no Estado (PLANTIO, 2001). O aumento dessa área tem sido estimulado por
meio da implantação recente de políticas públicas do governo estadual.
Custos de produção
Este
estudo tem o objetivo fazer uma avaliação econômica do sistema de plantio direto
na produção de grãos. Para isso, foram levantadas informações de uma propriedade
rural da região de Ourinhos (SP), que utiliza alta tecnologia na produção e já
adota essa técnica tradicionalmente.
As
culturas analisadas foram milho, soja, girassol e aveia, formando um modelo de
rotação. Os sistemas de produção foram classificados conforme os sistemas de
plantio (direto na palha e convencional), associados ao controle de ervas
daninhas com diferentes aplicações de herbicidas: plantio direto onde T1 =
plantio e aplicação simultânea de herbicida, T2 = plantio seguido de aplicação
de herbicida pré-emergente e T3 = plantio seguido de aplicação de herbicida
pós-emergente; e convencional onde T4 = plantio seguido de aplicação de
herbicida pré-emergente e T5 = plantio e aplicação simultânea de herbicida.
Nos
custos de produção e análise de rentabilidade, considerou-se apenas o ano
agrícola 2000/2001, conforme metodologia de MARTIN et al. (1998). A estrutura é
a seguinte: custo operacional (CO), que são as despesas efetuadas com insumos,
operações de máquinas, veículos e equipamentos; e custo operacional total (COT)
que é o custo operacional acrescido de encargos sociais, contribuição à
seguridade social rural, seguro para as culturas de verão de acordo com a região
de plantio, juros de custeio, depreciação de máquinas, outros custos fixos de
máquinas relativos a abrigo, seguro e juros sobre o capital investido em
máquinas.
Para as culturas de milho, soja e girassol consideraram-se produtividades de 110
sacas por hectares, 50sc/ha e 39sc/ha, respectivamente. Para a cultura da aveia,
consideraram-se duas situações: 1) produção de grão para a extração de óleo
(1500 quilos por hectare); e 2) utilização da matéria verde cortada como
cobertura. O protótipo citado nos sistemas de produção T1 e T5 refere-se à
montagem de um equipamento de semeadoras-adubadoras-pulverizador que realiza
simultaneamente as operações de plantio, adubação e aplicação de herbicidas.
Resultados
Apresentam-se os resultados obtidos nos cálculos dos custos de produção e a
análise dos indicadores de rentabilidade para as culturas estudadas.
Para a
cultura do milho, o sistema T1 apresentou os menores valores de COT (R$615,89/ha
ou R$5,60/sc de 60 kg) (Tabela 1). Esse resultado é favorável devido ao uso do
protótipo na operação de plantio, aliado ao preço relativo dos herbicidas
utilizados para o controle de plantas daninhas.
Tabela 1. Participação percentual dos itens componentes do custo de produção para a cultura do milho, para 5 sistemas de produção, produção de 6.600kg (110sc de 60 kg), hectare, Fazenda Velha Lagoa, Município de Campos Novos Paulista, Estado de São Paulo, safra 2000/2001
Item | T1 R$ |
% CO |
%
COT |
T2 R$ |
%
CO |
%
COT |
T3 R$ |
%
CO |
%
COT |
T4 R$ |
%
CO |
%
COT |
|
%
CO |
%
COT |
Máquinas |
55,46 |
11 |
9 |
58,24 |
11 |
9 |
61,20 |
10 |
9 |
95,57 |
18 |
14 |
92,92 |
18 |
14 |
Mão-de-obra |
11,21 |
2 |
2 |
12,56 |
2 |
2 |
13,61 |
2 |
2 |
20,33 |
4 |
3 |
19,28 |
4 |
3 |
Operação de máquinas |
66,67 |
13 |
11 |
70,80 |
14 |
11 |
74,81 |
13 |
11 |
115,90 |
22 |
17 |
112,20 |
22 |
17 |
Herbicida |
92,80 |
18 |
15 |
92,80 |
18 |
15 |
169,50 |
29 |
24 |
62,80 |
12 |
9 |
62,80 |
12 |
10 |
Outros materiais |
344,43 |
68 |
56 |
344,43 |
68 |
55 |
344,43 |
59 |
48 |
3444,43 |
66 |
52 |
344,43 |
66 |
53 |
Despesas com Material |
437,22 |
87 |
71 |
437,22 |
86 |
69 |
513,73 |
87 |
72 |
407,22 |
78 |
61 |
407,22 |
78 |
62 |
Custo Operacional |
503,90 |
100 |
82 |
508,02 |
100 |
80 |
588,73 |
100 |
83 |
523,13 |
100 |
79 |
519,42 |
100 |
79 |
Depreciação de máquinas |
27,73 |
5 |
37,80 |
6 |
30,49 |
4 |
40,29 |
6 |
38,07 |
6 | |||||
Outros custos fixos de máquinas |
29,63 |
5 |
30,32 |
5 |
31,34 |
4 |
41,36 |
6 |
40,67 |
6 | |||||
Custos fixos da cultura |
54,63 |
9 |
55,30 |
9 |
59,95 |
8 |
58,67 |
9 |
55,72 |
9 | |||||
Custo Operacional Total |
615,89 |
100 |
631,43 |
100 |
|
100 |
663,43 |
100 |
653,89 |
100 | |||||
Custo por sc |
5,60 |
5,74 |
6,46 |
6,03 |
5,94 |
Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa
Os sistemas de plantio convencional (T4 e T5) apresentam os maiores valores de custo por hectare e por saca produzida, assim como maior participação percentual do item operação de máquinas (18% no CO e 14% no COT), devido ao maior número de horas máquinas utilizadas principalmente nas operações de preparo do solo (Tabela 2).
Tabela 2. Utilização de horas máquinas por hectare para as culturas analisadas nos diferentes sistemas de produção, em h/ha
|
|
|
| ||||||||||||||
|
|
dora |
|
Colhedora |
|
dora |
|
Colhedora | |||||||||
|
|
Total |
|
|
Total |
|
|
|
|
|
|
| |||||
T1 |
0,67 |
1,04 |
0,71 |
2,42 |
0,77 |
1,08 |
0,67 |
2,52 |
0,67 |
0,80 |
0,67 |
2,14 |
Palha |
0,5 |
1,84 |
- |
2,34 |
T2 |
0,67 |
1,28 |
0,71 |
2,66 |
0,67 |
1,56 |
0,67 |
2,90 |
0,67 |
1,04 |
0,67 |
2,38 |
Grão |
0,5 |
0,60 |
0,50 |
1,60 |
T3 |
0,67 |
1,52 |
0,71 |
2,90 |
0,67 |
1,32 |
0,67 |
2,66 |
0,67 |
1,28 |
0,67 |
2,62 |
|||||
T4 |
2,20 |
2,28 |
0,71 |
5,19 |
2,24 |
2,32 |
0,67 |
5,23 |
2,20 |
2,04 |
0,67 |
4,91 |
|||||
T5 |
2,20 |
2,04 |
0,71 |
4,95 |
2,34 |
2,08 |
0,67 |
5,09 |
2,20 |
1,80 |
0,67 |
4,67 |
Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa
Entre
os sistemas de plantio direto, o sistema T3 apresenta o maior custo de produção,
inviabilizado pelo preço relativo do herbicida. Enquanto nos sistemas T1 e T2 a
participação percentual deste item é de 18% no CO e 15% no COT, em T3 essa
participação eleva-se para 29% e 24%, respectivamente.
Na
cultura da soja, o sistema T3 apresentou o menor custo de produção, com COT de
R$387,80 por, hectare e R$7,76 por saca de 60kg (Tabela 3).
Tabela 3. Participação percentual dos itens
componentes do custo de produção para a cultura da soja, para 5 sistemas de
produção, produção de 3.000kg (50 sacos de 60 kg), hectare, Fazenda Velha Lagoa,
Município de Campos Novos Paulista, Estado de São Paulo, safra 2000/2001
Item | T1 R$ |
%
CO |
%
COT |
T2 R$ |
%
CO |
%
COT |
|
%
CO |
%
COT |
T4 R$ |
%
CO |
%
COT |
|
%
CO |
%
COT |
Máquinas |
57,40 |
20 |
15 |
60,84 |
21 |
15 |
57,87 |
20 |
15 |
95,95 |
31 |
22 |
95,52 |
31 |
22 |
Mão-de-obra |
12,13 |
4 |
3 |
13,92 |
5 |
3 |
12,87 |
4 |
3 |
20,76 |
7 |
5 |
20,02 |
7 |
5 |
Operação de máquinas |
69,53 |
24 |
18 |
74,76 |
25 |
19 |
70,74 |
25 |
18 |
116,71 |
38 |
27 |
115,54 |
38 |
27 |
Herbicida |
76,20 |
26 |
20 |
76,20 |
26 |
19 |
70,88 |
25 |
18 |
46,20 |
15 |
11 |
46,20 |
15 |
11 |
Outros materiais |
144,56 |
50 |
37 |
144,56 |
49 |
36 |
144,56 |
51 |
37 |
144,56 |
47 |
33 |
144,56 |
47 |
33 |
Despesas com Material |
220,76 |
76 |
57 |
220,76 |
75 |
55 |
215,44 |
75 |
56 |
190,51 |
62 |
44 |
190,77 |
62 |
44 |
Custo Operacional |
290,29 |
100 |
74 |
295,52 |
100 |
74 |
286,18 |
100 |
74 |
307,23 |
100 |
71 |
306,31 |
100 |
70 |
Depreciação de máquinas |
29,33 |
8 |
30,35 |
8 |
28,75 |
7 |
40,38 |
9 |
40,81 |
9 | |||||
Outros custos fixos de máquinas |
29,69 |
8 |
30,22 |
8 |
29,20 |
8 |
40,45 |
9 |
40,27 |
9 | |||||
Custos fixos da cultura |
46,63 |
12 |
50,65 |
13 |
49,74 |
13 |
53,65 |
12 |
53,33 |
12 | |||||
Custo Operacional Total |
390,65 |
100 |
400,67 |
100 |
387,80 |
100 |
435,60 |
100 |
435,21 |
101 | |||||
Custo por sc |
7,81 |
8,01 |
7,76 |
8,71 |
8,70 |
Fonte: Elaborada a partir dos dados da
pesquisa
Para os sistemas T1, T2 e T3, o item de despesa com máquinas apresentou a mesma
participação no CO e no COT, de 20% e 15% respectivamente, com pequenas
diferenças no uso de mão-de-obra, o que os diferencia no item operações de
máquinas. A vantagem apresentada no sistema T3, em relação ao T2, é o número de
aplicações de herbicidas e inseticidas. No sistema T2, fazem-se cinco
pulverizações, enquanto no sistema T3 a combinação entre herbicidas e
inseticidas permite a realização de somente quatro pulverizações.
Os
sistemas T4 e T5, que realizam o plantio convencional, apresentaram os maiores
custos totais e também as maiores participações no item operações de máquinas,
com 38% no CO e 27% no COT. A alta participação deste item acarreta aumento de
pelo menos 10 pontos percentuais nos itens referentes à depreciação e outros
custos fixos de máquinas, em relação aos sistemas de plantio direto, em
conseqüência principalmente do maior número de horas máquinas utilizadas nas
operações que envolvem o preparo do solo (Tabela 2).
O menor
custo de produção do girassol foi o do sistema T3 com COT de R$415,78/ha e
R$3,78/sc de 60kg. Embora este sistema tenha apresentado participação percentual
maior que a dos sistemas T1 e T2 (Tabela 4), o menor gasto no item herbicida é
que viabilizou o menor custo de T3. Enquanto os sistemas T1 e T2 apresentam
participação de 37% no CO e de 30% no COT, o dispêndio com herbicidas no sistema
T3 onera o custo em 19% e 15% respectivamente. A diminuição neste item em T3
anula o efeito causado pelo maior custo do item operações de máquinas.
Tabela 4. Participação percentual dos itens
componentes do custo de produção para a cultura do girassol, para 5 sistemas de
produção, produção de 2.350kg (39sc de 60 kg), hectare, Fazenda Velha Lagoa,
Município de Campos Novos Paulista, Estado de São Paulo, safra 2000/2001
Item | T1 R$ |
%
CO |
%
COT |
T2 R$ |
%
CO |
%COT |
|
%
CO |
%
COT |
T4 R$ |
%
CO |
%
COT |
|
%
CO |
% COT |
Máquinas |
46,28 |
11 |
10 |
49,05 |
12 |
10 |
52,02 |
16 |
13 |
86,39 |
20 |
16 |
83,72 |
20 |
16 |
Mão-de-obra |
9,29 |
2 |
2 |
10,33 |
3 |
2 |
11,38 |
3 |
3 |
18,10 |
4 |
3 |
17,06 |
4 |
3 |
Operação de máquinas |
55,57 |
14 |
12 |
59,38 |
15 |
12 |
63,40 |
19 |
15 |
104,49 |
25 |
20 |
100,78 |
24 |
19 |
Herbicida |
151,50 |
37 |
31 |
151,50 |
37 |
30 |
62,90 |
19 |
15 |
121,50 |
29 |
23 |
121,50 |
29 |
23 |
Outros materiais |
197,30 |
49 |
41 |
197,30 |
48 |
40 |
197,30 |
59 |
47 |
197,30 |
47 |
37 |
197,30 |
47 |
38 |
Despesas com Material |
348,80 |
86 |
72 |
348,80 |
85 |
70 |
270,20 |
81 |
65 |
318,80 |
75 |
60 |
318,80 |
76 |
61 |
Custo Operacional |
404,36 |
100 |
84 |
408,18 |
100 |
82 |
333,59 |
100 |
80 |
423,29 |
100 |
80 |
419,58 |
100 |
80 |
Depreciação de máquinas |
24,09 |
5 |
34,16 |
7 |
26,85 |
6 |
36,64 |
7 |
34,43 |
7 | |||||
Outros custos fixos de máquinas |
26,60 |
6 |
27,29 |
5 |
28,31 |
7 |
38,33 |
7 |
37,64 |
7 | |||||
Custos fixos da cultura |
27,85 |
6 |
28,28 |
6 |
27,03 |
7 |
31,17 |
6 |
30,75 |
6 | |||||
Custo Operacional Total |
482,91 |
100 |
497,91 |
100 |
415,78 |
100 |
529,42 |
100 |
522,40 |
100 | |||||
Custo por sc |
4,39 |
4,53 |
3,78 |
4,81 |
4,75 |
Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa
Os
sistemas T2 e T3, de plantio direto, diferem em relação ao número de herbicidas
utilizados. Enquanto o sistema T2 utiliza dois produtos em uma única aplicação,
o sistema T3 utiliza dois produtos em duas aplicações, evidenciando que o preço
relativo dos herbicidas é maior que o custo relativo da operação de aplicação
dos produtos.
Também
nesta cultura os sistemas T4 e T5, de plantio convencional, apresentam os
maiores custos e os maiores números de horas-máquinas nas operações, com
comportamento semelhante ao das culturas de milho e soja onde apresentam níveis
de utilização 50% superiores aos do plantio direto (Tabela 2).
A cultura
da aveia apresentou um sistema de produção diferenciado do das outras culturas,
optando-se por dois sistemas. A comparação entre eles é dificultada pelo fato de
serem utilizados com diferentes objetivos (Tabela 5).
Tabela 5. Participação percentual dos itens
componentes do custo de produção para a cultura da aveia, para 2 sistemas de
produção, produção de 1.500kg de grão, hectare, Fazenda Velha Lagoa, Município
de Campos Novos Paulista, Estado de São Paulo, safra 2000/2001
Item | GRÃO R$ |
% CO |
% COT |
|
%
CO |
% COT |
Máquinas |
39,10 |
13 |
11 |
31,58 |
9 |
9 |
Mão-de-obra |
7,59 |
3 |
2 |
8,76 |
3 |
3 |
Operação de máquinas |
86,35 |
16 |
13 |
40,34 |
12 |
12 |
Herbicida |
54,09 |
18 |
16 |
84,09 |
25 |
24 |
Outros materiais |
192,07 |
66 |
55 |
192,07 |
56 |
55 |
Despesas com Material |
246,15 |
84 |
71 |
276,15 |
81 |
79 |
Custo Operacional |
292,85 |
100 |
84 |
341,49 |
100 |
91 |
Depreciação de máquinas |
19,48 |
6 |
16,40 |
5 | ||
Outros custos fixos de máquinas |
20,54 |
6 |
12,23 |
4 | ||
Custos fixos da cultura |
14,97 |
4 |
2,89 |
1 | ||
Custo Operacional Total |
347,84 |
100 |
348,01 |
100 | ||
Custo por sc |
0,23 |
Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa
O
custo de produção de grãos é muito próximo ao da produção da palhada. A
principal diferença está na operação de máquinas, que, no caso de grãos,
representa 13% e 11% respectivamente dos custos operacional e operacional total
(na produção de palhada, a participação nos dois custos é de 9%). A Tabela 2
apresenta o número de horas utilizadas com máquinas nos dois sistemas. Para
produção de palhada, utiliza-se maior quantidade de herbicida de dessecação, o
que torna o custo com materiais maior do que na produção de grãos.
Indicadores de rentabilidade
No milho,
os indicadores de rentabilidade mais favoráveis foram os dos sistemas T1 e T2,
com pequenas diferenças, dados a produção de 110 sacas por hectare e o preço de
venda de R$9,50 a saca (Tabela 6).
Tabela 6. Indicadores econômicos para análise da
rentabilidade da cultura do milho
|
|
|
|
|
| ||||
Receita bruta1 (R$/ha) |
1.045,00 |
1.045,00 |
1.045,00 |
1.045,00 |
1.045,00 | ||||
Fluxo de caixa (R$) |
456,84 |
451,37 |
364,98 |
421,86 |
429,18 | ||||
Margem bruta (CO) (%) |
107 |
106 |
78 |
100 |
101 | ||||
Margem Bruta (COT) (%) |
70 |
65 |
47 |
58 |
60 | ||||
Ponto de equilíbrio (CO) (sc) |
53 |
53 |
62 |
55 |
55 | ||||
Ponto de equilíbrio (COT) (sc) |
65 |
66 |
75 |
70 |
69 | ||||
Lucro operacional (R$) |
429.11 |
413,57 |
334,49 |
381,57 |
391,11 | ||||
Índice de lucratividade (%) |
41 |
40 |
32 |
37 |
37 |
1 Produção de 110sc/ha e preço de
venda de R$9,50/sc.
Fonte: Elaborado a partir dos dados da pesquisa
A
margem bruta e o ponto de equilíbrio apresentam, em relação ao CO, os mesmos
valores para os dois sistemas (107% e 53 sacas por hectare). Isso indica que
possuem os mesmos valores para remunerarem os custos restantes e devem produzir
no mínimo 53 sacas por hectare para cobrir as despesas com o CO.
Embora o
lucro operacional (LO) do sistema T1 seja 4% maior que o do T2, o índice de
lucratividade (IL) de T1 (41%) é apenas 1% superior ao de T2 (40%), indicando
que os recursos disponíveis, após a cobertura do COT em relação à renda bruta,
são muito próximos nos dois sistemas. Nos sistemas de produção de plantio
convencional, tanto o LO quanto o IL mostram-se os menos favoráveis para uma boa
rentabilidade da cultura.
Dados a
produção de 50 sacas por hectare e o preço de venda de R$19,00 por saco, o
sistema de produção T2 apresenta os melhores indicadores de rentabilidade na
cultura da soja (Tabela 7).
Tabela 7. Indicadores Econômicos para Análise da
Rentabilidade da Cultura da Soja
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Receita bruta1 (R$/ha) |
950,00 |
950,00 |
950,00 |
950,00 |
950,00 | ||||
Fluxo de caixa (R$) |
588,68 |
579,68 |
590,95 |
555,60 |
555,60 | ||||
Margem bruta (CO) (%) |
227 |
221 |
232 |
209 |
210 | ||||
Margem Bruta (COT) (%) |
143 |
137 |
145 |
118 |
118 | ||||
Ponto de equilíbrio (CO) (sc) |
15 |
16 |
15 |
16 |
16 | ||||
Ponto de equilíbrio (COT) (sc) |
21 |
21 |
20 |
23 |
23 | ||||
Lucro operacional (R$) |
559,35 |
549,33 |
562,20 |
514,79 |
514,79 | ||||
Índice de lucratividade (%) |
59 |
58 |
59 |
54 |
54 |
1 Produção de 50sc/ha e preço de venda de R$19,00/sc.
Fonte: Elaborado a partir dos dados da pesquisa
As 30
sacas que restam da produção, após atingir o ponto de equilíbrio em relação ao
COT (20 sacas), apontam um LO de R$562,00 por hectare, reflexo da maior margem
bruta entre os sistemas de produção analisados. O LO é 59%, refletindo alta
competitividade, principalmente em relação aos sistemas de plantio convencional,
T4 e T5, com índices de 54%.
Na
cultura do girassol (produção de 39 sacas por hectare e preço de venda de
R$18,00/kg), o sistema T3 é o mais competitivo em termos de rentabilidade
(Tabela 8).
Tabela 8. Indicadores econômicos para análise da
rentabilidade da cultura do girassol
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Receita bruta1 (R$/ha) |
702,00 |
702,00 |
702,00 |
702,00 |
702,00 | ||||
Fluxo de caixa (R$) |
243,18 |
238,25 |
313,07 |
209,22 |
214,03 | ||||
Margem bruta (CO) (%) |
53 |
51 |
80 |
42 |
44 | ||||
Margem Bruta (COT) (%) |
74 |
72 |
110 |
66 |
67 | ||||
Ponto de equilíbrio (CO) (sc) |
24 |
24 |
20 |
26 |
26 | ||||
Ponto de equilíbrio (COT) (sc) |
21 |
21 |
18 |
22 |
22 | ||||
Lucro operacional (R$) |
297,64 |
293,82 |
368,41 |
278,71 |
282,42 | ||||
Índice de lucratividade (%) |
42 |
42 |
52 |
40 |
40 |
1 Produção de 39sc/ha e preço de venda de R$18,00/sc.
Fonte: Elaborado a partir dos dados da pesquisa
No
sistema T3, o ponto de equilíbrio em relação ao COT é de 18 sacas, enquanto nos
sistemas T1 e T2 esse valor é de 21 sacas, exigindo produção de três sacas a
mais por hectare para cobrir o mesmo tipo de custo. O IL do sistema T3 é 10
pontos percentuais superior ao dos sistemas T1 e T2. Ao se comparar este índice
com os do sistema de plantio convencional, a superioridade é de 12 pontos
percentuais, apontando o sistema T3 como de alta competitividade em relação às
condições apresentadas.
A
cultura da aveia mostrou desempenho ineficiente para o sistema de produção de
grãos (Tabela 9). Todos os índices indicam que, neste nível de custo, a produção
do grão é inviável. O sistema de produção de aveia para palhada oferece maiores
benefícios, mesmo que estes sejam intangíveis.
Tabela 9. Indicadores Econômicos para Análise da
Rentabilidade da Cultura do Milho
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Receita bruta1 (R$/ha) |
270,00 |
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Fluxo de caixa (R$) |
-3,37 |
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Margem bruta (CO) (%) |
-1 |
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Margem Bruta (COT) (%) |
-8 |
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Ponto de equilíbrio (CO) (kg) |
1.274 |
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Ponto de equilíbrio (COT) (kg) |
1.513 |
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Lucro operacional (R$) |
-22,85 |
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Índice de lucratividade (%) |
-8 |
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1 Produção de 1.500kg/ha e preço
de venda de R$0,18/kg
Fonte: Elaborado a partir dos dados da pesquisa
Conclusão
Para todas as culturas analisadas, os custos de produção dos sistemas de plantio direto são menores que os de plantio convencional. Entre os sistemas de plantio direto, os que apresentaram maior rentabilidade foram os mesmos que possuem menores custos totais e por saca. Entre estes, os que possuem menores gastos com herbicida mostraram-se mais competitivos.
Referências bibliográficas
DERPSCH, R. Expansão mundial do plantio direto. Plantio Direto, no.59, set/out., 2000.
PLANTIO direto é usado em 44% da área agrícola. Agrolink, no. 864, 24 de agosto de 2001.
Data de Publicação: 12/04/2002
Autor(es):
Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
Alceu De Arruda Veiga Filho Consulte outros textos deste autor