Resumo: O trabalho analisa as exportações da agricultura brasileira no período 1997-2004 da ótica da agregação de valor pelo incremento da transformação agroindustrial, fazendo contraponto ao argumento de que em tais vendas externas prevaleceriam produtos de baixo conteúdo tecnológico.É necessária a distinção entre conteúdo tecnológico e transformação agroindustrial na visualização do desempenho da agricultura. Nos cereais, leguminosas e oleaginosas, no que se destaca a soja, verifica-se a preponderância dos produtos básicos de baixo valor unitário. Em contraponto, veja-se o exemplo das frutas frescas, em que nem mesmo  e aplica o conceito de manufatura, com produtos básicos com elevada diferenciação pela qualidade e alto valor unitário. Ambos os grupos de cadeias de produção representam exportações de produtos básicos da ótica da manufatura, mas com distinção da concepção de agregação de valor. Em síntese, numa agricultura em que a intensidade das inovações tecnológicas nos processos de produção para exportação mostra-se elevada, há ainda muito espaço a ser percorrido na agregação de valor pela transformação agroindustrial, mas com o cuidado com as especificidades pois nem sempre significa submeter os produtos à manufatura.