A desregulamentação do setor sucroalcooleiro paulista foi o diferencial para esta
agroindústria ter uma nova dinâmica concorrencial, inclusive na questão relacional do poder. Neste contexto, o controle sobre recursos de poder (financeiros, tecnológicos, organizacionais, políticos, jurídicos, constitucionais e simbólicos) representa a possibilidade dos atores desta agroindústria ampliarem seu poder de negociação e suas vantagens competitivas. Este artigo tem o objetivo de identificar estes recursos (sobretudo os financeiro, tecnológicos e organizacionais) controlados pelos industriais e pelos fornecedores de cana paulistas, bem como as novas competências desenvolvidas depois da desregulamentação estatal na década de 1990. Os resultados demonstram que a mudança institucional ocorrida levou os atores a um processo de adaptação, pautado no aprimoramento das rotinas organizacionais, no emprego de novas tecnologias, de novas formas de gestão e na adoção de estratégias que permitam diversificar a produção e agregar valor a commodity açúcar.