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Impactos Das Variações Na Taxa De Câmbio Real Nas Trocas Comerciais Entre Brasil E Argentina
O artigo mostra que as mudanças na taxa de câmbio real no Brasil, a partir de janeiro de 1999, refletiram no comércio com a Argentina. As exportações para o Brasil caíram de US$ 7,9 bilhões em 1998 para US$ 5,7 bilhões no ano seguinte. Essa queda foi responsável por cerca de 70% da redução nas exportações daquele país em 1999.O curioso é que as importações caíram no mesmo período de US$ 7,0 bilhões para US$ 5,6 bilhões. Com isso, o déficit comercial argentino, que esteve próximo de US$ 5 bilhões em 1998, caiu para US$ 2,2 bilhões em 1999. O ajustamento da Argentina resultou em superávit comercial de US$ 1,2 bilhão em 2000, às custas de um penoso esforço de contenção das importações e de expansão das exportações. A desvalorização do Real contribuiu para reduzir o desequilíbrio externo brasileiro, mas agravou a situação da Argentina. O maior entrave argentino é o compromisso de manter fixa a taxa de câmbio em $1,00/U$S. A partir de 18/06/01, a cotação do peso para o comércio exterior passou a ser feita pela média entre um euro e um dólar, o que na prática representou desvalorização de 8,7% da moeda argentina. Essa mudança cambial pode ser interpretada como um sinal de começo do processo de desvalorização do peso. Se assim for, a continuidade do ataque especulativo contra a moeda argentina terá consequências imprevisíveis, inclusive com reflexos danosos sobre a economia brasileira.
Data de Publicação: 01/07/2001
Autor(es): Maria Auxiliadora de Carvalho (macarvalho@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor