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Valor da Produção Agropecuária por Escritório de Desenvolvimento Rural do Estado de São Paulo: estimativa de 2019
O Valor da Produção
Agropecuária (VPA) é analisado por região do estado. Indica quais as principais
atividades do setor em termos da geração da renda regional, os produtos em
destaque, sua localização e a evolução comparativa ao ano anterior. Identifica
em que níveis a renda da agropecuária está sendo gerada. Essas informações
servem de subsídios para formulação de políticas públicas e tomadas de decisão
pelos gestores, nos diversos níveis da administração pública e privada, e para
os agentes econômicos locais. Para tanto, são consideradas as regiões
abrangidas pelos 40 Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs), organização
geográfica de interesse da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado
de São Paulo (SAA). Os dados de produção
foram obtidos dos levantamentos sistemáticos de previsão e estimativas de
safras agrícolas, realizados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e pela
Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), ambos da Secretaria
da Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA), disponíveis no banco de
dados do IEA1. Vale salientar que há uma atualização das produções
informadas, em especial as de olerícolas. No
desenrolar da safra agrícola, quando ocorre mais de uma colheita (ciclos), esta
é computada (ou está sendo considerada) na produção anual. Os preços médios
mensais recebidos pelos produtores também são do banco de dados do IEA2.
Os preços dos produtos olerícolas e os das frutas foram obtidos da Companhia de
Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (CEAGESP), ponderados e
decompostos a partir dos preços de atacado3, exceto os de batata,
cebola, mandioca para mesa, tomate, banana, laranja e tangerina. O Valor da Produção da
Agropecuária Paulista, em 2019, atingiu a marca de R$82,3 bilhões, superando o
obtido no ano anterior em 9,5 %. Em termos reais, o acréscimo foi de 4,8%,
quando desconsiderada a inflação do período, medida pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)4. Na tabela 1 são
apresentados os resultados do VPA por EDR, em ordem decrescente de valor. Já a
tabela 2 mostra os cinco maiores VPA, por produto, regionalmente. Nos últimos
cinco anos a primeira colocação no ranking
de VPA do estado de São Paulo vem sendo ocupada pelo EDR de São João da Boa
Vista ou pelo de Barretos. Nesse ano de 2019 em
foco, o EDR de Presidente Prudente, que vinha figurando sempre entre as cinco
regiões de maiores VPAs, cedeu a quinta posição para o EDR de São José do Rio
Preto. Isso ocorreu basicamente pelo aumento do VPA da carne de frango,
consequência da elevação do preço recebido pelos avicultores, bem como da
participação do VPA da borracha, da qual é a principal região produtora
estadual. Além dos ganhos de 8,11% nos preços praticados no quilograma do
coágulo, a produção regional cresceu 12,04%, quase 3 pontos percentuais acima
do aumento estadual. O EDR de Barretos cedeu
a segunda posição para o de Itapetininga, que vem se projetando entre os cinco
primeiros desde 2014, muito em função do desempenho das carnes, tanto de frango
quanto da bovina, além de uva para mesa, produtos de posição destacada no EDR. As regiões situadas nas cinco primeiras
posições, considerando o ranking de
VPAs das áreas abrangidas pelos 40 EDRs, continuaram basicamente as mesmas em
2019 relativamente ao ano anterior, exceto a representada pelo de Presidente
Prudente, que desceu uma posição. No mais, houve apenas mudança de ordem e,
assim, o EDR de São João da Boa Vista, cujo VPA em 2018 ocupava a segunda colocação,
passou para a primeira, graças à sua elevação de 23,7%, o maior percentual de
aumento entre as cinco primeiras regiões. A região do EDR de
Barretos, entre as cinco primeiras do estado, perdeu três posições, passando da
primeira para a quarta. Contudo, o VPA da cana-de-açúcar continua sendo o
principal, representando 60% do total regional, seguido por laranja (indústria
e mesa), carne bovina e soja. O VPA do EDR de
Itapetininga também apresentou variação expressiva de 19,5%, passando da quarta
para a segunda posição, principalmente por conta do VPA da carne de frango, que
apresentou ganhos de 140%, em especial pelo aumento na produção regional desta
proteína em 107%. No Estado de São Paulo,
em 19 das 40 regiões do estudo, o VPA da cana-de-açúcar representa mais de 40%
do VPA, e está entre os cinco maiores em 32 delas, enquanto a carne bovina
encontra-se nas 5 primeiras colocações em 33 regiões. O VPA do leite
encontra-se entre as cinco primeiras posições em 12 EDRs, sobressaindo-se nos
de Guaratinguetá e Pindamonhangaba, onde se posicionam na segunda colocação,
participando com 37,2% e 24,5% do total regional. Embora em Presidente
Venceslau o VPA do leite representa 10,3% do total (terceira colocação do EDR),
é a regional na qual o VPA desse produto atinge o maior valor. O VPA da carne de frango
situa-se entre os cinco primeiros de maior valor em 17 EDRs, sendo que, nas
regionais de Campinas e de Bragança Paulista, o VPA do leite aparece em
primeiro lugar, com participação no total regional de 18,9% e 41,9%,
respectivamente. O VPA do ovo de galinha
figura entre os cinco produtos de maiores VPAs em oito EDRs. Na regional de
Tupã, o VPA do ovo representa 65,3% do total, destacando-se também por ser
responsável por 53% do VPA de ovo de galinha do estado. Alguns produtos de
grande importância econômica para o estado, como o café, apresentam-se mais
regionalizados. Assim, o VPA do café beneficiado encontra-se entre os cinco de
maiores valores em oito regionais, destacando-se a de Franca, cujo VPA do café
representa 26,8% do total. O VPA da batata situa-se
entre os cinco de maiores valores nas regiões do EDR de São João da Boa Vista,
que representa 15,7% do total e concorre com a cana-de-açúcar (14,6%), e no de
Avaré. O VPA de tomate para
mesa é encontrado entre os cinco de maiores valores, principalmente no EDR de
Itapeva (23,9%), concorrente com a soja (22,7%), figurando também nos EDRs de
Campinas e Guaratinguetá, com menor participação regional. O VPA da alface
encontra-se entre as cinco primeiras posições nos EDRs de Mogi das Cruzes, onde
os produtos olerícolas se destacam, no de Sorocaba, que concorre com o VPA da
carne de frango, e no de São Paulo, com a maior participação da folhosa dentre
as regionais (46,2%). O VPA da banana tem lugar destacado no EDR de
Registro, representando 65% do VPA desse produto no estado, e aparece entre os
cinco primeiros nos EDRs de São Paulo (36,4%) e de Pindamonhangaba (6,8%). O VPA do feijão figura entre os cinco de
maiores valores nas regiões correspondentes aos EDRs de Itapeva e de Avaré. De
maneira geral, os grãos, notadamente soja e milho, adquirem maior importância
regional no sudoeste e oeste do estado. O VPA de amendoim
encontra-se entre os cinco de maiores valores nos EDRs de Marilia, Tupã, Assis,
Catanduva Dracena e Lins. Contudo, são as regionais de Presidente Prudente e
Jaboticabal, e em seguida Marília, que apresentam em nível estadual os maiores
valores de VPA desta oleaginosa, embora o grão não apareça entre os cinco
maiores regionalmente. O VPA da borracha
apresenta o maior valor no EDR de São José do Rio Preto e aparece ainda entre
os cinco de maior valor nos EDRs de Votuporanga e Fernandópolis. O VPA da mandioca para
indústria só aparece entre os cinco de maior valor no EDR de Presidente
Venceslau, precedido pelos de carne bovina, cana-de-açúcar e leite. Destaque para o EDR de
Campinas, cujo VPA evoluiu da 35ª para 30ª posição, muito em função de aumentos
dos preços de carne de frango, uva para mesa e tomate para mesa e de suas
produções regionais, produtos que estão entre os cinco de maior VPA dessa
região. No caso do EDR de Presidente Venceslau, seu VPA evoluiu da 29ª para 21ª,
basicamente em função de aumento dos preços e de sua produção regional de carne
bovina, produto responsável por 53,8% do VPA desse EDR. O EDR de Avaré ganhou 6
posições, passando da 15ª para a 9ª, por conta dos acréscimos regionais nas
produções de laranja para indústria e de soja. A regional de Franca
perdeu dez posições, quanto ao valor da produção, passando da 8ª para a 18ª.
Tal situação foi decorrente, em especial pela diminuição em 43,5% na produção
regional de café beneficiado, bem como por menores preços recebidos pelos
cafeicultores (3,58%) na safra agrícola 2018/19, em comparação com a anterior. Os EDRs de Avaré,
Campinas, Sorocaba e São João da Boa Vista destacam-se por apresentarem
participações percentuais similares do VPA de seus respectivos cinco principais
produtos. Por outro lado, há
regiões com elevada concentração do VPA (participação percentual acima de 50%)
em apenas um produto. Caso do EDR de Tupã com o ovo de galinha, que representa
65,3% do VPA regional, Registro com banana, que representa 84,8% do VPA
regional, e Guaratinguetá e Pindamonhangaba com carne bovina (51,7% e 50,0%,
respectivamente). Participações abaixo de 50,0%, mas muito significativas
regionalmente, aparecem em São Paulo com alface (46,2%) e em Mogi das Cruzes
com caqui (33,8%). Já o VPA da cana-de-açúcar caracteriza a menor
diversificação, principalmente em regionais como Limeira (56,5%), Araçatuba
(52,6%), Catanduva (57,1%), Ribeirão Preto (76,3%), Araraquara (62,0%), Jau
(55,7%), Barretos (60,5%), Jaboticabal (50,5%), Andradina (62,0%), Orlândia
(77,7%). Até o momento, não há possibilidade de previsão e clareza de como a
economia emergirá ao fim da pandemia. Contudo, o Brasil segue com grande
destaque no mercado mundial como exportador, notadamente dos produtos de origem
animal (carnes de frango, bovina e suína), e, consequentemente, a produção
interna de grãos continua estimulada. O desafio agora, com a
redução da renda dos brasileiros agravada pela pandemia, é manter um equilíbrio
entre o abastecimento do mercado interno e as exportações, impedindo assim
pressões sobre os preços que possam prejudicar o acesso aos alimentos pelos
consumidores brasileiros. 1INSTITUTO
DE ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA. Banco de dados:
estatísticas da produção paulista. São Paulo: IEA, 2020. Disponível em: http://ciagri.iea.sp.gov.br/nia1/subjetiva.aspx?cod_sis-1&idioma=1.
Acesso em: 19 mar. 2020. 2______.
Banco de dados: preços médios
mensais recebidos pelos agricultores. São Paulo: IEA, 2020. Disponível em: http://www.iea.agricultura.sp.gov.br/out/Bancodedados.php.
Acesso em: 19 mar. 2020. 3Dados
fornecidos por e-mail, pela Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São
Paulo (CEAGESP) em São Paulo, em 2020. 4INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Índice nacional de preços ao consumidor amplo. Brasília: IBGE,
Brasília, 2020. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatísticas/economicas/preços-ecustos/9256-indice-nacional-de-preços-ao-consumidor-amplo.html?=&t=series-historicas.
Acesso em: 21 mar. 2020. Palavras-chave: Valor da Produção Agropecuária, regiões paulistas.
Data de Publicação: 14/05/2020
Autor(es):
José Roberto Da Silva (josersilva@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Paulo José Coelho (pjcoelho@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Denise Viani Caser (dcaser@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor