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Milho: perspectiva da safra internacional, 2017/18
Com base em informações do USDA, Ribeiro2
noticiou, na primeira dezena de setembro, que a colheita dos Estados Unidos,
maior produtor e exportador mundial, estava mais avançada no Texas, principal
alvo do furacão Harvey3, onde 60% da área de milho tinha sido
colhida4, enquanto, por outro lado, a Carolina do Norte apresentava
lentidão em relação à safra do ano passado.
Mas, passados quase dois meses, o relatório do USDA de 2017 registra um
declínio de 5,7% na colheita de milho dos Estados Unidos (Tabela 1), em
decorrência das adversidades climáticas, frio e excesso de chuva, conforme o
site Notícias Agrícolas5, segundo o qual Frio congelante em vários estados, notadamente na Dakota
do Norte e Minnesota, e chuvas em parte do Cinturão do Milho, como em áreas de
Illinois, aumentam a insegurança quanto ao aumento do atraso, da colheita da commodity. Dentre os
principais corn players, somente a Argentina, terceiro maior
exportador mundial de milho, registra, nas estimativas do USDA, aumento de
2,4%, no volume produzido de milho, com relação à safra 2016/17 (Tabela 1). No entanto, esse
número ainda está na fronteira dos acontecimentos, pois, as estimativas do USDA,
no início de novembro, preveem pequena queda na área 2017/18 colocará a
produção de milho argentino em 42,0 milhões de toneladas, ou seja, 1,0 milhão
de toneladas acima da estimativa do ano anterior do USDA. Segundo o USDA7,
a redução na área cultivada tem duas causas: 1) Até outubro haviam áreas
próprias ao cultivo que ainda estavam com muita umidade, embora em tempo de
serem semeadas. 2) Mudança no preço
relativo soja e milho: uma parte da área era esperada para ser plantada com
milho devido aos retornos mais elevados. No entanto, nos últimos 3 meses e
meio, os preços futuros da soja aumentaram 6%, enquanto os preços do milho
caíram 3%. Na maioria dos casos, em que o milho está próximo dos portos ou
perto dos centros de consumo, ainda é mais lucrativo do que a soja, porém a
diferença de lucratividade ficou significativamente menor para o milho do que
para a soja. Além disso, os custos de produção de milho são 50% maiores que os
da soja. Os produtores que cultivam em sua própria terra provavelmente
continuarão com a rotação projetada, enquanto aqueles que alugam terras estarão
mais inclinados a plantar soja nas condições atuais do mercado. Segundo o USDA a
produção do Brasil, segundo maior exportador mundial, deve recuar 3,6%, em
relação à safra anterior em decorrência de queda na produtividade (Tabela 1). Apesar das
incertezas com relação à safra brasileira de verão 2017/18, a estimativa para
intenção de plantio, da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), é de que a
produção de milho situe-se entre 13% e 17% aquém da safra anterior (2016/17),
devido à baixa cotação dos preços desse cereal, que deverá influenciar os
produtores na tomada de decisão de reduzir a área plantada. No entanto, como
atenta o Notícias Agrícolas, há expectativas de preços firmes para o milho até
o primeiro trimestre de 2018, pois Na B3 (antiga
BM&F/Bovespa), os contratos futuros de milho, em 31 de outubro de 2017, com
vencimento em março de 2018, fecharam em R$34,00). Ou seja, uma alta de 9,7%
até o final do primeiro trimestre de 20188. O destino final das
cotações, determinante para a decisão dos produtores, fica, ainda, a depender
do escoamento dos grãos produzidos pela “safrona” brasileira de inverno 2016/17
e das estimativas de intenção de plantio na região do cerrado. 1UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE - USDA. Foreign Agricultural
Service (FAS). Grain: world markets
and trade. United States: USDA/FAS, nov. 2017. Disponível em:
<https://apps.fas.usda.gov/psdonline/circulars/grain.pdf>. Acesso em:
nov. 2017. 2RIBEIRO, C. Colheita
do milho começa dentro da média no Estados Unidos. São Paulo: Globo Rural,
11 set. 2017. Disponível em:
<http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Agricultura/Milho/noticia/2017/09/colheita-de-milho-comeca-dentro-da-media-nos-eua.html>.
Acesso em: nov. 2017. 3Em 25 de agosto de 2017, o furacão Harvey, categoria 4,
atingiu o Texas causando a maior inundação a vista nos Estados Unidos. 5LORENZON, G. Apesar do clima,
demanda fraca e estoques nos EUA fazem milho recuar em Chicago. Campinas:
Notícias Agrícolas, 3 nov. 2017. Disponível em:
<https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/milho/201900-apesar-do-clima-demanda-fraca-e-estoques-nos-eua-fazem-milho-recuar-em-chicago.htm 6SANTOS, C. E.
et al. Anuário brasileiro do milho 2017.
Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2017. 72 p. 7Op. cit. nota 1. 8EXPECTATIVA de preços firmes para o milho até meados do primeiro
trimestre de 2018. Campinas: Notícias Agrícolas, 3 nov. 2017. Disponível em:
<https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/milho/201855-expectativa-de-precos-firmes-para-o-milho-ate-meados-do-primeiro-trimestre-de-2018.html#.Wf-u5GhSzIU>.
Aces-so em: 5 nov. 2017. Palavras-chave: milho,
safra 2017/18, oferta e demanda.4No entanto essa região é pecuarista e a produção de
milho, que corresponde a pouco mais de 2% da produção do país, destina-se à
produção animal.
l#.Wf-6MGhSzIU>. Acesso em: 3 nov. 2017.
Data de Publicação: 22/11/2017
Autor(es):
Maximiliano Miura (maximiliano.miura@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Silene Maria de Freitas (silene.freitas@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor