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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro do Primeiro Semestre de 2017
No primeiro semestre de 2017, as
exportações1 do Estado de São Paulo somaram US$24,64 bilhões (22,9%
do total nacional), e as importações2 US$25,82 bilhões (36,1% do
total nacional), registrando deficit
de US$1,18 bilhão. Em relação ao primeiro semestre do ano de 2016, o valor das
exportações paulistas cresceu 11,3%, e o das importações 4,0%, reduzindo em
56,0% o deficit comercial (Figura 1).
O aumento nas exportações paulistas (+11,3%), comparando-se os primeiros seis
meses de 2017 e 2016, foi menor do que o das exportações brasileiras (+19,3%);
também nas importações, o crescimento em São Paulo (+4,0%) foi menor do que no
Brasil (+7,3%). Assim, na conjunção dos desempenhos das exportações e
importações, o deficit da balança
comercial paulista registrou queda de 56,0%, enquanto o superavit da balança comercial brasileira cresceu 53,2%. O agronegócio3 paulista
apresentou exportações crescentes (+7,6%), atingindo US$9,44 bilhões. As
importações setoriais aumentaram (+13,8%), somando US$2,48 bilhões, e o saldo,
de US$6,96 bilhões, foi 5,6% maior que o do primeiro semestre do ano de 2016
(Figura 2). Destaque-se que as importações paulistas nos demais setores -
exclusive o agronegócio - somaram US$23,34 bilhões, e as exportações US$15,20
bilhões, gerando um deficit comercial
desse agregado, de US$8,14 bilhões no primeiro semestre de 2017. Assim,
conclui-se que o comércio exterior paulista seria bem mais deficitário não
fosse o desempenho do agronegócio estadual. Os cinco principais grupos nas
exportações do agronegócio paulista, no primeiro semestre de 2017, foram:
complexo sucroalcooleiro (US$4,13 bilhões); complexo soja (US$1,06 bilhão); carnes (US$863,83 milhões, em que a
carne bovina respondeu por 74,5%); produtos florestais (US$830,15 milhões); e
sucos (US$808,33 milhões, dos quais 96,8% referentes a sucos de laranja). Esses
cinco agregados representaram 81,5% das vendas externas setoriais paulistas
(Tabela 1). Tiveram crescimento, na comparação
do primeiro semestre de 2017 com o de 2016, as exportações paulistas de4:
lácteos (+78,1%); produtos apícolas (+61,0%); rações para animais (+40,4%);
complexo sucroalcooleiro (+27,9%); produtos hortícolas, leguminosas, raízes e
tubérculos (+27,1%); bebidas (+24,8%); produtos alimentícios diversos (+16,8%);
café (+16,3%); demais produtos de origem vegetal (+10,7); produtos florestais (+5,1%); e frutas (+0,3%). Houve redução nas demais, ou seja:
cereais, farinhas e preparações
(-61,8%); pescados (-35,4%); produtos oleaginosos (-22,3%); chá, mate e
especiarias A participação das exportações do
agronegócio paulista no total do estado diminuiu 1,3 ponto percentual, e a
participação das importações cresceu 0,8 ponto percentual, na comparação dos
primeiros semestres de 2016 e 2017 (Figura 3). A balança comercial brasileira
registrou superavit de US$36,22
bilhões no primeiro semestre de 2017, com exportações de US$107,71 bilhões e
importações de US$71,49 bilhões. O superavit
comercial ocorreu em função de aumento nas exportações (+19,3%), maior do que o
das importações (+7,3%) (Figura 4). No primeiro semestre de 2017, as exportações do
agronegócio brasileiro aumentaram 7,0% em relação a igual período do ano anterior,
atingindo US$48,14 bilhões (44,7% do total). Já as importações do setor subiram
19,9%, também na comparação com os seis primeiros meses de 2016, somando
US$7,30 bilhões (10,2% do total). O superavit
do agronegócio no período foi de US$40,84 bilhões, 5,0% superior ao do primeiro
semestre do ano passado (Figura 5). Portanto, o comércio exterior brasileiro só
não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais
setores, com exportações US$59,57 bilhões e importações de US$64,19 bilhões,
produziram no período um deficit de
US$4,62 bilhões. Os cinco principais grupos do
agronegócio brasileiro nas exportações do primeiro semestre de 2017 foram: complexo
soja (US$19,96 bilhões); carnes (US$7,31 bilhões);
complexo sucroalcooleiro (US$5,88 bilhões); produtos florestais (US$5,44
bilhões); e café (US$2,63 bilhões). Esses cinco agregados responderam por 85,6%
das vendas externas do agronegócio nacional (Tabela 2). Na comparação
com o primeiro semestre de 2016, aumentaram as exportações de: produtos
apícolas (+46,6%); complexo sucroalcooleiro (+32,0%); rações para animais
(+29,2%); produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (+22,3%);
produtos alimentícios diversos (+16,3%); complexo soja (+15,9%); frutas
(+9,9%); café (+9,8%); demais produtos de origem vegetal (+9,0%); produtos
florestais (+8,4%); carnes (+4,7%); lácteos (+4,5%); bebidas (+3,0%); plantas
vivas e produtos de floricultura (+2,2%); demais produtos de origem animal
(+1,4%); animais vivos (+1,3%); cacau e
seus produtos (+1,0%); e pescados (+0,8%). Diminuíram as exportações de: cereais,
farinhas e preparações (-63,9%); fibras e produtos têxteis (-39,3%); fumo e
seus produtos (-20,0%); sucos (-15,5%); produtos oleaginosos (-8,9%); chá, mate
e especiarias (-3,1%); e couros, produtos de couro e peleteria A
participação do agronegócio no total do país diminuiu 5,2 pontos percentuais
nas exportações, e aumentou 1,1 ponto percentual nas importações (Figura 6). A
participação paulista no total da balança comercial brasileira diminuiu em
termos das exportações (-1,6 ponto percentual) e também no tocante às
importações (-1,2 ponto percentual) (Figura 7). Em relação ao agronegócio
brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo no primeiro semestre de 2017
representaram 19,6%, ou seja, 0,1 ponto percentual a mais do que no primeiro
semestre de 2016, enquanto as importações representaram 34,0%, sendo 1,8 ponto
percentual inferior à representatividade verificada no mesmo período do ano
passado (Figura 8).
A participação do agronegócio
paulista no agronegócio nacional, no primeiro semestre de 2017, destacou-se nos
grupos: sucos (87,0%); produtos alimentícios diversos (76,3%); complexo
sucroalcooleiro (70,3%); plantas vivas e produtos de floricultura (62,3%);
demais produtos de origem vegetal (56,5%); lácteos (56,4%); rações para animais
(43,5%); demais produtos de origem animal (42,7%); produtos oleaginosos
(41,5%); bebidas (32,3%); produtos apícolas (31,7%); e animais vivos (27,4%)
(Tabela 3).
Em relação ao primeiro semestre do
ano anterior, sobressaíram-se os aumentos nas participações de São Paulo nos
grupos: lácteos (+23,3 pontos percentuais); bebidas (+5,7 pontos percentuais);
rações para animais (+3,5 pontos percentuais); produtos apícolas (+2,8 pontos
percentuais); e fibras e produtos têxteis (+1,7 ponto percentual). Já as maiores quedas ocorreram nas participações dos grupos: plantas vivas e produtos de
floricultura (-7,4 pontos percentuais); produtos oleaginosos (-7,1 pontos
percentuais); carnes (-2,5 pontos percentuais); sucos (-2,3 pontos percentuais); e complexo
sucroalcooleiro (-2,2 pontos percentuais) (Tabela 3). ________________________________________________________ 1Estado produtor (unidade
da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação,
é aquela onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou
fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o
estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de
fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador
(unidade da Federação importadora) é definido como aquele do domicílio fiscal
do importador. 3Os grupos de
produtos do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat.
Brasília: MAPA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/ 4Exceto fumo e
seus produtos (sem exportações significativas no primeiro semestre de 2016). Palavras-chave: agronegócio,
balança comercial, exportações, importações.
(-21,5%); fibras e produtos têxteis (-19,5%); sucos (-17,8%); carnes (-13,8%); couros,
produtos de couro e peleteria (-9,8%); plantas vivas e produtos de floricultura
(-8,7%); cacau e seus produtos (-2,5%); demais produtos de origem animal
(-1,7%); complexo soja (-0,4%); e animais vivos (-0,3%). (Tabela 1).
(-2,2%) (Tabela 2).
portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat>. Acesso em: jul.
2017.
Data de Publicação: 21/07/2017
Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor