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Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro no Primeiro Trimestre de 2017
No
primeiro trimestre de 2017, as exportações1 do Estado de São Paulo
somaram US$11,15 bilhões (22,1% do total nacional), e as importações2
US$12,82 bilhões (35,6% do total nacional), registrando deficit de US$1,67 bilhão. Em relação ao primeiro trimestre do ano
de 2016, o valor das exportações paulistas cresceu 6,0% e o das importações
5,4%, aumentando em 2,0% o deficit
comercial (Figura 1). O incremento nas
exportações paulistas (+6,0%), comparando-se os primeiros três meses de 2017 e
2016, foi menor do que o das exportações brasileiras (+24,4%); também nas
importações, o crescimento em São Paulo (+5,4%) foi menor do que no Brasil
(+12,0%). Assim, na conjunção dos desempenhos das exportações e importações, o deficit da balança comercial paulista
resultou ampliado em 2,0%, enquanto o superavit
da balança comercial brasileira cresceu 71,8%. O
agronegócio3 paulista apresentou exportações decrescentes (-1,4%),
atingindo US$4,19 bilhões. As importações setoriais aumentaram (+14,0%),
somando US$1,30 bilhão, e o saldo, de US$2,89 bilhões, foi 7,1% menor que o do
primeiro trimestre do ano de 2016 (Figura 2). Destaque-se que as importações
paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - somaram US$11,52
bilhões, e as exportações US$6,96 bilhões, gerando um deficit comercial desse agregado, de US$4,56 bilhões no primeiro
trimestre de 2017. Assim, conclui-se que o comércio exterior paulista seria
mais deficitário não fosse o desempenho do agronegócio estadual. Os cinco principais grupos nas
exportações do agronegócio paulista, no primeiro trimestre de 2017, foram:
complexo sucroalcooleiro (US$1,90 bilhão); carnes (US$428,19 milhões, em que a
carne bovina respondeu por 75,8%); produtos florestais (US$396,55 milhões);
sucos (US$370,90 milhões, dos quais 97,0% referentes a sucos de laranja); e
complexo soja (US$249,82 milhões). Esses cinco agregados representaram 79,7%
das vendas externas setoriais paulistas (Tabela 1). Tiveram crescimento, na comparação
do primeiro trimestre de 2017 com o de 2016, as exportações paulistas de4:
lácteos (+58,7%); rações para animais (+56,2%); produtos apícolas (+51,2%);
produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (+48,3%); bebidas
(+38,2%); complexo sucroalcooleiro (+19,3%); animais vivos (+16,8%); café
(+13,2%); frutas (+10,6%); cacau e seus produtos (+6,4%); produtos alimentícios
diversos (+4,9%); e demais produtos de origem vegetal (+4,3). Houve redução nas
demais, ou seja: cereais, farinhas e preparações (-75,8%); pescados (-46,2%);
sucos (-32,6%); chá, mate e especiarias A participação das exportações do
agronegócio paulista no total do estado diminuiu 2,8 pontos percentuais, e a
participação das importações cresceu 0,7 ponto percentual, na comparação dos
primeiros trimestres de 2016 e 2017 (Figura 3). A balança comercial brasileira
registrou superavit de US$14,41
bilhões no primeiro trimestre de 2017, com exportações de US$50,46 bilhões e
importações de US$36,05 bilhões. O superavit
comercial ocorreu em função de aumento nas exportações (+24,4%) maior do que o
das importações (+12,0%) (Figura 4). No primeiro trimestre de 2017, as
exportações do agronegócio brasileiro aumentaram 2,4% em relação a igual
período do ano anterior, atingindo US$20,52 bilhões (40,7% do total). Já as
importações do setor subiram 24,1%, também na comparação com os três primeiros
meses de 2016, somando US$3,76 bilhões (10,4% do total). O superavit do agronegócio no período foi de US$16,76 bilhões, 1,4%
inferior ao do primeiro trimestre do ano passado (Figura 5). Portanto, o comércio exterior
brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez
que os demais setores, com exportações de US$29,94 bilhões e importações de US$32,29
bilhões, produziram no período um deficit
de US$2,35 bilhões. Os cinco principais grupos do
agronegócio brasileiro nas exportações do primeiro trimestre de 2017 foram:
complexo soja (US$6,73 bilhões); carnes (US$3,69 bilhões); complexo
sucroalcooleiro (US$2,63 bilhões); produtos florestais (US$2,58 bilhões); e
café (US$1,43 bilhão). Esses cinco agregados responderam por 83,1% das vendas
externas do agronegócio nacional (Tabela 2). Na comparação com o primeiro
trimestre de 2016, aumentaram as exportações de: rações para animais (+47,5%);
produtos apícolas (+33,4%); complexo soja (+31,2%); complexo sucroalcooleiro
(+20,9%); carnes (+15,0%); pescados (+14,3%); lácteos (+12,6%); produtos
hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (+11,6%); produtos alimentícios
diversos (+10,8%); café (+9,7%); frutas (+8,8%); cacau e seus produtos (+6,5%);
animais vivos (+6,3%); demais produtos de origem vegetal (+5,7%); demais
produtos de origem animal (+1,7%); e produtos florestais (+0,6%). Diminuíram as
exportações de: cereais, farinhas e preparações (-73,9%); fibras e produtos
têxteis (-51,9%); fumo e seus produtos (-37,7%); sucos (-29,5%); produtos
oleaginosos (-23,4%); chá, mate e especiarias (-16,3%); bebidas (-6,1%); couros,
produtos de couro e peleteria (-4,2%); e plantas vivas e produtos de
floricultura (-0,9%) (Tabela 2). A participação do agronegócio no
total do país diminuiu 8,7 pontos percentuais nas exportações, e aumentou 1,0
ponto percentual nas importações (Figura 6). A participação paulista no total da
balança comercial brasileira diminuiu em termos das exportações (-3,8 pontos
percentuais) e também no tocante às importações (-2,2 pontos percentuais)
(Figura 7). Em relação ao agronegócio
brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo no primeiro trimestre de 2017
representaram 20,4%, ou seja, 0,8 ponto percentual a menos do que no primeiro
trimestre de 2016, enquanto as importações representaram 34,6%, sendo 3,0
pontos percentuais inferior à representatividade verificada no mesmo período do
ano passado (Figura 8). A participação do agronegócio
paulista no agronegócio nacional, no primeiro trimestre de 2017, destacou-se
nos grupos: sucos (86,4%); produtos alimentícios diversos (73,2%); complexo sucroalcooleiro
(72,0%); demais produtos de origem vegetal (58,9%); lácteos (45,0%); rações
para animais (43,9%); demais produtos de origem animal (42,4%); plantas vivas e
produtos de floricultura (39,4%); bebidas (37,2%); produtos oleaginosos
(36,5%); animais vivos (35,6%); e produtos apícolas (30,0%) (Tabela 3). Em relação ao primeiro trimestre do
ano anterior, sobressaíram-se os aumentos nas participações de São Paulo nos
grupos: lácteos (+13,1 pontos percentuais); bebidas (+11,9 pontos percentuais);
produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos (+7,0 pontos
percentuais); produtos apícolas (+3,5 pontos percentuais); animais vivos (+3,2
pontos percentuais); rações para animais (+2,4 pontos percentuais); e fibras e
produtos têxteis (+2,4 pontos percentuais). Já as maiores quedas ocorreram nas
participações dos grupos: plantas vivas e produtos de floricultura (-11,1
pontos percentuais); produtos alimentícios diversos (-4,1 pontos percentuais);
sucos (-3,9 pontos percentuais); carnes (-3,4 pontos percentuais); complexo
soja (-3,0 pontos percentuais); e pescados (-2,4 pontos percentuais) (Tabela
3). ____________________________________________________ 1Estado produtor
(unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de
exportação, é aquela onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os
minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste
último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do
processo de fabricação para que o produto adote sua forma final. 2Estado importador
(unidade da Federação importadora) é definido como aquela do domicílio fiscal
do importador. 3Os grupos de
produtos do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat.
Brasília: MAPA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/page/ 4Exceto fumo e
seus produtos (sem exportações no primeiro trimestre de 2016). Palavras-chave: agronegócio,
balança comercial, exportações, importações.
(-31,8%); complexo soja (-27,5%); produtos oleaginosos (-25,6%); plantas vivas
e produtos de floricultura (-22,6%); fibras e produtos têxteis (-22,2%); carnes
(-11,2%); couros, produtos de couro e peleteria (-7,3%); produtos florestais
(-4,0%); e, demais produtos de origem animal (-0,4%) (Tabela 1).
portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat>. Acesso
em: abr. 2017.
Data de Publicação: 20/04/2017
Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor