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Preços dos alimentos no varejo encerram dezembro de 2016 em queda
Os preços médios mensais no varejo de alimentos no município de
São Paulo, observados no último mês de 2016, marcam o encerramento de um ano de
comportamento atípico. Em dezembro do ano passado, a cesta de mercado manteve a
tendência de queda, de acordo com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento
do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA). No
período, o dispêndio familiar para aquisição de alimentos foi 1,32% menor que o
observado no mês anterior. Decompondo o índice, observa-se que os preços dos produtos de
origem animal apresentaram queda de 1,28%; enquanto os de origem vegetal
apresentaram redução de 1,37%, destaque para a diminuição de preços do limão
(-26,98%), batata (-13,51%) e do feijão (-8,27%). A tendência de queda nos preços de alimentos no mercado
varejista teve início em agosto de 2016 e foi se intensificando ao longo do
ano, conforme apontam os três indicadores de variação de preços do IEA: Índice
de Preços da Cesta de Mercado de Produtos de Origem Animal (IPCMA), Índice de
Preços da Cesta de Mercado de Produtos de Origem Vegetal (IPCMV) e Índice de
Preços da Cesta de Mercado Total (IPCMT). “A queda de preços generalizada,
beneficia os consumidores já saturados com expressivos aumentos de preços nos
últimos dois anos para produtos importantes da cesta de alimentos das famílias
paulistanas”, afirma Vagner Azarias Martins, pesquisador da Secretaria de
Agricultura que atua no IEA. Comparando a variação do dispêndio familiar em 2016 com o mesmo
período de 2015, é possível observar uma variação anual acumulada de 9,2%,
enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o mesmo período
foi de 6,29%. Portanto, em 2016, a variação do dispêndio com alimentos no
município foi maior do que a inflação medida. “Ao analisar esta variação por
grupos de produtos, verifica-se que nem todos foram reajustados acima da
inflação. O grupo ‘Carnes’ teve um valor acumulado no ano de 3,41%, índice
inferior ao IPCA. Neste agrupamento chama a atenção a variação, acima da inflação,
dos produtos embutidos ou industrializados, como salsicha (+7,03%) e o
hambúrguer (13,42%)”, destaca o pesquisador. Em relação aos produtos de origem vegetal, observa-se queda de
15,76% no subgrupo “Hortaliças”. A queda de preços desse subgrupo foi influenciada
principalmente pela cebola e tomate para mesa. “A primeira apresentou redução
de preços de 41,3% ao longo do ano de 2016; ressaltando que, em 2015, o preço
da cebola foi influenciado pela escassez do produto e pela alta do dólar. O
tomate para mesa teve redução de 29,18%, ocasionada pela maior oferta do
produto no mercado”, explica Vagner Martins. Quanto aos subgrupos ‘Frutas’,
‘Outros produtos de origem vegetal’ e ‘Produtos básicos’ foram registradas, no
período, variação acima da inflação de 20,26%, 9,73% e 12,63%, respectivamente.
“O grupo “Frutas” teve como destaque o produto banana; no ano, essa fruta
aumentou 45,06% motivada pela redução de sua produção no estado. No grupo
“Produtos básicos”, o feijão, no ano, apresentou aumento de 43,91%, impactando
significativamente o dispêndio das famílias paulistanas”, complementou. Ao comparar mensalmente o índice médio de 2000 a 2015 e a linha
de 2016, percebe-se que os resultados de IPCMT, neste ano, foram diferenciados.
“Observa-se um pico de preços atípico no mês de junho, influenciado por
produtos como feijão e leite, e a partir de agosto verifica-se que o índice é
negativo, enquanto na média entre 2000 e 2015 o comportamento da tendência de
preços é crescente. Esse breve exercício analítico mostra que o ano de 2016 não
acompanha o padrão de evolução normal de variação do índice de preços médios da
cesta de mercado total no município de São Paulo”, conclui o pesquisador. Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento,
destaca que os levantamentos de preços médios no mercado varejista, realizados
pelo IEA desde o final da década de 1970, são importantes balizadores para o
cálculo do dispêndio das famílias. “A análise do comportamento dos preços,
juntamente com outras informações produzidas pelo Instituto permitem à
Secretaria de Agricultura elaborar políticas que ajudem a ampliar a produção
dos itens básicos e, dessa forma, reduzir custos para a população”, afirma. Para ler o artigo na íntegra e conferir as tabelas, clique aqui. Por: Nara Guimarães
Data de Publicação: 24/02/2017
Autor(es): Nara Guimarães (naraguimaraes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor