Artigos
Preços da pera em queda e do feijão em alta – IEA explica o efeito no orçamento das famílias
No
mês de junho, a pera foi o produto que apresentou a maior queda de preços; por
outro lado, o feijão registrou a variação positiva mais acentuada. Para saber o
peso desses reajustes no orçamento doméstico, Vagner Martins e José Alberto
Angelo, pesquisadores da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de
São Paulo, que atuam no Instituto de Economia Agrícola (IEA), calcularam o
dispêndio familiar de cada produto, bem como a participação destes no cálculo
do índice.
O preço
médio da unidade de pera em junho foi R$ 1,95 e a quantidade média consumida
por uma família na capital paulista é de 0,26 unidade, segundo Pesquisa de
Orçamento Familiar da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (POF/Fipe).
Com isso, o dispêndio médio familiar com este produto foi de R$ 0,51 no mês de
junho e sua participação no cálculo do índice é de 0,001%. O produto feijão
teve preço médio em junho de R$ 10,33 e sua quantidade média consumida é de
1,98 kg por mês, conforme o mesmo levantamento. Portanto, o dispêndio familiar
no mês foi de R$ 20,45 e sua participação no cálculo do índice é de 0,049%, bem
superior à da pera. Esta comparação exemplifica que, isoladamente, as variações
de preços podem não significar muito no cálculo de um índice de preços e é
imprescindível conhecer o dispêndio de cada item na formação da cesta de
produtos.
Os produtos
que obtiveram maior queda são pertencentes ao grupo “Frutas” (pera, mamão, uva
e limão) e “Hortaliças” (cenoura e cebola). No grupo “Frutas”, a variação
mensal foi negativa (-2,28%) e no grupo “Hortaliças”, apesar da queda dos itens
cenoura e cebola, a variação de preços foi positiva (1,20%). Em relação aos
produtos que tiveram acréscimo de preços, destaca-se o feijão, que alcançou uma
variação de 61,48%, devido principalmente à quebra de safra no Paraná e a menor
área plantada do produto.
O leite
longa vida apresentou variação mensal superior a 15%, com o preço médio
calculado em R$ 3,75. Esse valor é 30,71% maior que o apresentado em junho de
2015, quando o litro custava em média R$ 2,87. De acordo com o Conselho
Paritário de Produtores e Indústrias de Leite (Conseleite), o aumento decorre
dos problemas climáticos – seca no Centro-Oeste e excesso de chuvas no Sul do
país. Já a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgão da
Secretaria de Agricultura, aponta o custo da alimentação animal como um dos
fatores responsáveis pelo aumento. O leite é o principal motivo da variação do
grupo “Leite e derivados”.
A alta
variação registrada no grupo “Produtos Básicos” tem como destaque o feijão, mas
é importante salientar que os demais produtos que compõem o grupo também
apresentaram variação positiva. Com exceção do feijão, os demais produtos não
tiveram variações percentuais tão significativas. Todos os itens deste grupo
possuem grande importância na cesta de mercado do paulistano. O valor de
variação da cesta de mercado total (IPCMT) no mês de junho de 2016 é a maior
variação mensal observada no ano, 4,73% em relação ao mês de maio/2016.
O IEA
coleta, analisa e divulga sistematicamente os preços médios dos principais
alimentos da cesta de mercado de uma família de tamanho médio (3,7 pessoas) no
município de São Paulo, bem como os índices de variação por grupos de produtos.
O cálculo dos preços médios e índices são ponderados com base nas
características de consumo e socioeconômicas da população paulistana.
Arnaldo
Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento, destaca que os levantamentos
de preços médios no mercado varejista, realizados pelo IEA desde o final da
década de 1970, são importantes balizadores para o cálculo do dispêndio das
famílias. “A análise do comportamento dos preços, juntamente com outras
informações produzidas pelo Instituto permitem à Secretaria de Agricultura
elaborar políticas que ajudem a ampliar a produção dos itens básicos e, dessa
forma, reduzir custos para a população . Orientados pelo governador Geraldo
Alckmin estamos apoiando cada vez o homem do campo”, ressaltou.
Para ler o
artigo na íntegra e conferir as tabelas, clique aqui.
Por:
Nara Guimarães
Mais
informações
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Data de Publicação: 14/07/2016
Autor(es):
Instituto de Economia Agrícola (iea@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Nara Guimarães (naraguimaraes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor