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Monitoramento de resíduos de agrotóxicos em frutas e hortaliças frescas comercializadas na CEAGESP
Este estudo apresenta os resultados obtidos, durante o ano de 2003, através do monitoramento de resíduos de agrotóxicos no Entreposto Terminal de São Paulo (ETSP), onde opera o maior mercado atacadista da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) e do país1. Também tem o propósito de desmistificar, com os
dados apresentados, a falsa impressão provocada por notícias na mídia, ou
declarações oficiais, que atribuem exagerada gravidade à questão dos resíduos em
alimentos, gerando apreensões e medo entre os consumidores e levando à rejeição
e retração do consumo de frutas e hortaliças frescas. Resultados gerais A
tabela 1 mostra que, durante o ano de 2003, foram analisadas 365 amostras de
produtos, das quais 179 amostras de hortaliças (49%) e 186 amostras de frutas
(51%). Entre as hortaliças, a batata com 37 amostras (10%), a alface 24 amostras
(7%), a beterraba 23 amostras (6%), a berinjela e o tomate, com 22 amostras de
cada produto (6% e 6% respectivamente), representaram 35% das amostras
analisadas. As demais hortaliças, somando 14% das amostras analisadas, foram:
repolho (15 amostras), vagem (14 amostras), jiló (12 amostras) e chuchu (10
amostras). TABELA 1 – Resultados gerais das análises de resíduos de
agrotóxicos CEAGESP/IB, 2003 Princípios ativos detectados
A
tabela 2 apresenta os princípios ativos detectados em relação ao total de
detecções e a quantidade dos mesmos em relação aos LMRs ou à inexistência de
registro. Pode-se constatar que 55% dos princípios ativos pertencem aos grupos
de fungicidas, enquanto 45% foram basicamente inseticidas e acaricidas. Uma
descrição de cada principio ativo encontra-se no Anexo 4 .
TABELA 2 – Caracterização e número de ocorrências de
princípios ativos CEAGESP/IB, 2003
Princípios ativos
não-registrados
A
tabela 3 permite verificar a distribuição dos princípios ativos não-registrados
segundo as culturas para as quais não apresentam registro. A primeira observação
remete ao número total de princípios ativos (106), superior ao número de
amostras com princípios ativos não-registrados (79), uma vez que numa mesma
amostra podem ser identificados mais de um princípio ativo. TABELA 3 – Ocorrências de princípios ativos sem registro,
CEAGESP/IB, 2003
A CEAGESP, através do Instituto Biológico (IB-APTA)2 da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo,
realiza desde 1978 análises de resíduos de pesticidas. O método empregado pelo
IB é o de Multi-resíduos DFG S-19, cuja pesquisa busca identificar e quantificar
91 princípios ativos de interesse no controle químico de pragas e doenças
vegetais ( Anexo
1 ). As análises não contemplam as pesquisas de inseticidas piretróides e fungicidas ditiocarbamatos.3
Os conceitos básicos que se aplicam a expressões utilizadas neste estudo
encontram no Anexo
2 e os critérios empregados para a amostragem constam do
Anexo
3 .
Entre as frutas, o pêssego com 39 amostras (11%); o maracujá, 34 amostras (9%);
a maçã, 26 amostras (7%) e o melão, 24 amostras (7%), representaram 34% das
amostras analisadas. As demais frutas, somando 17% das amostras analisadas,
foram: uva (20 amostras), a melancia (17 amostras), a goiaba (11 amostras), a
banana (7 amostras), o limão (6 amostras) e a laranja (2 amostras).
De acordo com o resultado das análises, as amostras são classificadas em quatro
categorias. Na primeira categoria, são agrupadas as amostras nas quais não houve
detecção de resíduos (ND). Na segunda categoria, são reunidas as amostras cujos
resultados apresentaram resíduos em quantidade inferior ao limite máximo de
resíduos (< LMR) e, inversamente, na terceira categoria são agrupadas as
amostras cujos resultados indicaram quantidade de resíduos superior ao limite
máximo aceitável (>LMR). Finalmente, na quarta categoria, são enquadradas as
amostras cujos resíduos encontrados pertencem a ingredientes ativos
não-autorizados ou sem registro para a cultura (SR).
A tabela 1 também permite apreciar os resultados gerais das análises de
resíduos. Constata-se que 78% das amostras analisadas podem ser consideradas
toxicologicamente inócuas para os princípios ativos pesquisados, uma vez que em
63% delas não foram detectados resíduos e cerca de 15% apresentaram resíduos
abaixo do limite de tolerância admitido. Assinale-se que menos de 1% das
amostras apresentaram resíduos acima dos LMRs. Por outro lado, em quase 22% das
amostras foram detectados resíduos de ingredientes ativos não-registrados para
os produtos nos quais foram encontrados, comprovando mais uma vez que a
ocorrência de princípios ativos sem registro, para um número significativo de
culturas, é o maior problema revelado pelo monitoramento de resíduos de
agrotóxicos.
Fonte: Seção do Centro de Qualidade Hortigranjeira -
SECQH/CEAGESP
Alface Batata Berinjela Beterraba Chuchu Jiló Repolho
Tomate
Vagem
Hortaliças
Banana
Goiaba
Laranja
Limão
Maçã
Maracujá
Melancia
Melão
Pessego
Uvas Finas
Uva Niagara
Frutas
Total
1 NA = não-autorizado
ou sem registro para a cultura em que foi detectado
Princípios
ativos
Fungicidas
CLOROTALONIL
Isoftalonitrila
.
CAPTAN
Dicarboximida
.
VINCLOZOLINA
Dicarboximida
.
.
PROCIMIDONE
Dicarboximida
FOLPET
Dicarboximida
.
IPRODIONA
Dicarboximida
.
TETRACONAZOLE
Triazol
.
.
Subtotal
.
Inseticidas e Acaricidas
CLORPIRIFOS
Clorofosforado
.
METAMIDOFOS
Organofosforado
.
.
ENDOSULFAN
Ciclodienoclorado
.
.
ACEFATO
Organofosforado
.
DIMETOATO
Organofosforado
.
FENTOATO
Organofosforado
.
ETION
Organofosforado
.
.
FENITROTION
Organofosforado
.
.
FENOTIOL
Ariloxialcanóico
.
.
OMETOATO
Organofosforado
.
.
HCB (contaminante)
Hexaclorobenzeno
.
.
Subtotal
.
Total
.
Fonte: Seção Centro de Qualidade Hortigranjeira -
SECQH/CEAGESP
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Alface | Batata | Berinjela | Beterraba | Jiló | Repolho | Tomate | Vagem | Maçã | Maracujá | Melancia | Melão | Pêssego |
|
TOTAL |
Acefato |
3 |
.. | . | . | . | . | . | . | . | . |
1 |
. |
4 |
. |
8 |
Captan |
4 |
. |
1 |
1 |
. |
3 |
. | . | . | . | . | . | . | . |
9 |
Clorotalonil |
4 |
. | . |
3 |
. |
5 |
. |
11 |
. |
1 |
. | . |
1 |
. |
25 |
Clorpirifós |
1 |
. | . | . | . | . | . |
1 |
. |
1 |
. |
2 |
. |
1 |
6 |
Dimetoato | . | . | . | . | . | . | . | . | . | . | . | . |
3 |
. |
3 |
Endosulfan |
1 |
. | . |
2 |
1 |
. | . | . | . |
1 |
. |
6 |
1 |
. |
12 |
Etion | . |
1 |
. | . | . | . | . | . | . | . | . | . | . | . |
1 |
Fenotiol | . | . | . | . | . |
1 |
. | . | . | . | . | . | . | . |
1 |
Fentoato |
2 |
. | . | . | . | . | . | . | . | . | . | . | . | . |
2 |
Folpet |
1 |
. | . | . | . | . | . |
1 |
. | . | . | . | . | . |
2 |
HCB | . | . | . | . | . | . | . | <TD vAlign=bottom
Data de Publicação: 08/07/2004
Autor(es): Ossir Gorenstein (ogorenst@ceagesp.gov.br) Consulte outros textos deste autor