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Café: catação também é produção, assegura pesquisador do IEA
Por
dois anos consecutivos, 2014 e 2015, o Brasil embarcou rumo ao exterior
quantidades recordes de café que, quando acrescentadas ao consumo interno,
produz inconsistência frente às estimativas de produção. Uma alternativa para
diminuir a distância entre as duas informações, seria acrescentar ao cálculo o
volume obtido com a catação – colheita realizada em árvores que ainda não
atingiram o estágio adulto, mas já estão produzindo. O
cadastro de estabelecimentos rurais, empregado na elaboração das estimativas da
produção brasileira, provém do Censo Agropecuário realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Após dez anos, essa base ficou
defasada, amplificando desvios em qualquer tentativa de constituição de amostra
representativa dessa população. Um aspecto que poderia contornar essa
deficiência e oferecer dados mais precisos para a safra brasileira de café
seria a contabilização do resultado da apanha dos primeiros frutos produzidos. “Com
o avanço tecnológico dos últimos 25 anos, lavouras em segunda metade da fase de
formação (18 a 30 meses após o plantio) exibem catações em quantidades que, por
vezes, superam a média de lavouras em fase de produção, especialmente quando
irrigadas”, afirmam Celso Vegro, pesquisador do Instituto de Economia
Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo e Eduardo Santos, analista de sistemas da CECAFÉ, autores do artigo.
Esforço em
calcular subjetivamente a quantidade oriunda da catação foi conduzido a partir
da previsão de safra 2015/16 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Pelo relatório apresentado, havia no país 324,2 mil hectares de lavouras em
formação, repartidos entre 287,1 mil de Arábica e 37 mil de Conilon. A catação
das lavouras entre 18 a 30 meses em Arábica sequeiro pode oscilar entre 976,2
mil e 1,95 milhão de sacas de café beneficiado, para a safra 2015/16. Para a
mesma variedade, porém sob manejo irrigado, a catação alcançaria entre 516,8 e
689 mil sacas. Totalizando a catação obtida em Arábica e Conilon, sob os
manejos de sequeiro e irrigado, acrescentaria à produção 2,07 milhões de sacas
no cenário mais pessimista.
Comprovada
a relevância dos dados, “desprezar a quantidade colhida oriunda da catação
obtida em lavouras em fase adiantada de formação, aparentemente, consiste em
falha que pode ser corrigida a partir da agregação de mais uma pergunta na
enquete aos cafeicultores”, sugerem os autores.
Arnaldo
Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo,
destaca que os esforços em aprimorar os processos de previsão e estimativas de
safras agrícolas, realizados pelo IEA, são fundamentais para o acompanhamento
correto da evolução da cafeicultura paulista. “Oferecer ao produtor
informações estatísticas precisas é mais uma forma de apoiar o produtor rural.
Dessa forma, atendemos a orientação do governador Geraldo Alckmin para estar em
sintonia com o setor produtivo”, destacou.
Para ler o
artigo na íntegra e conferir as tabelas, clique aqui.
Por
Nara Guimarães
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Assessoria
de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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5067-0069
Data de Publicação: 02/03/2016
Autor(es): Nara Guimarães (naraguimaraes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor