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Estimativa do Valor da Produção Agropecuária Paulista em 2015 por Região: cálculo preliminar
O Valor da Produção Agropecuária Paulista (VPA),
estimado para 2015 em R$61,5 bilhões, foi obtido com base em 53 produtos
selecionados (os de maior valor no estado). Neste trabalho, foi calculado o VPA regional, que
permite uma visão panorâmica da distribuição da renda da atividade agropecuária
paulista, conforme a região do estado. Foram considerados os 40 Escritórios de
Desenvolvimento Rural (EDRs), da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral
(CATI), e excluídos os produtos florestais (madeira de eucalipto, madeira de pínus
e resina de pínus), por não se disporem dos dados regionais de produção e
preços. No cálculo, portanto, foram considerados 50 produtos, o que resulta em
um VPA de R$58,8 bilhões, frente ao VPA do ano anterior de R$53,0 bilhões; esse
crescimento de 10,9%, contudo, retirado o efeito da inflação anual, significa
aumento de 0,3% (Tabela 1). Os dados de produção vegetal e animal foram obtidos
dos levantamentos por municípios de Previsões e Estimativas das Safras
Agrícolas do Estado de São Paulo, ano agrícola 2014/15, realizadas pelo Instituto
de Economia Agrícola (IEA) e pela (CATI), ambos da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo1, 2, 3, 4. Os preços dos produtos agropecuários foram obtidos
do Banco de Dados do IEA5. Os preços dos produtos olerícolas e
frutas, exceto os de batata, cebola, mandioca, tomate, banana, laranja, limão e
tangerina, foram obtidos da Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São
Paulo (CEAGESP)6, os quais foram ponderados por variedade para cada
espécie e decompostos a partir dos preços de venda do atacado. Os preços médios recebidos pelos produtores são
valores médios correntes de janeiro a dezembro de 2014 (para o cálculo do valor
do ano de 2014) e de janeiro a agosto de 2015 (para a prévia de 2015). A atualização monetária dos valores obtidos para
2015 foi feita com base na inflação anual projetada pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE)7, estimada no mês de agosto em 9,53%. As variações do VPA de 2015 em relação a 2014 foram
calculadas com base em índices de preço e de quantidade, elaborados pela forma
de Fisher (base 2014 = 100)8 para os grupos de produtos
considerados. A região delimitada pelo EDR de São João da Boa
Vista, que em 2014 ocupava a segunda colocação no ranking estadual, apresenta em 2015 o maior VPA, evoluindo para o primeiro
lugar, com uma participação de 4,9% do VPA total do estado. Considerando os
cinco produtos de maior VPA que contribuem para a formação do VPA dessa região,
verifica-se que há uma distribuição relativamente equilibrada, e a participação
de cada um deles varia de 9,0% (para carne bovina) a 19,4% (para cana-de-açúcar).
Estes itens, mais café beneficiado, batata e carne de frango somam 68,0% do
total do EDR, enquanto 32% é composto por outros produtos (Tabela 2). Ao observar os dados das dez regiões de maiores VPAs,
verifica-se que, com exceção dos EDRs de São João da Boa Vista, Itapetininga, Tupã
(onde a participação do VPA da cana-de-açúcar é inferior a 20%) e Itapeva (onde
a cana-de-açúcar não aparece entre os cinco produtos de maior VPA), o VPA de cana-de-açúcar
encontra-se na primeira colocação, com participações superiores a 44%. No EDR de Tupã, o produto de maior VPA é ovo de
galinha, representando 55,4% do VPA regional, seguido do VPA de cana-de-açúcar
com 18%. O ovo aparece entre os cinco maiores VPAs em mais oito regiões. No EDR de
Barretos, região que apresenta o segundo maior VPA do estado, o VPA de cana-de-açúcar
representa 69,1% do total regional. Nos EDRs de Orlândia e Ribeirão Preto, que
ocupam respectivamente a 6ª e a 11ª colocação no ranking estadual, encontram-se as maiores participações de VPAs de cana-de-açúcar
(a participação do VPA deste produto no total do VPA dessas regiões é de,
respectivamente, 76,4% e 75,4%). Das 40 regiões consideradas, o VPA da cana-de-açúcar
ocupa a primeira colocação em 26 deles e figura entre os cinco maiores VPAs em
33 delas. As regiões onde a cana-de-açúcar não está entre os
cinco produtos de maior VPA são os EDRs de Itapeva, Sorocaba, Bragança
Paulista, Registro, Guaratinguetá, Mogi das Cruzes e São Paulo. Dessas regiões,
apenas a delimitada pelo EDR de Itapeva encontra-se entre as dez que detêm os
maiores VPAs. A região é a quarta no ranking
e o produto que tem o maior VPA é tomate para mesa. É uma região já
caracterizada como produtora de grãos, onde o VPA de soja se encontra na
segunda posição e de milho na quinta. As regiões de Sorocaba, Mogi das Cruzes e
São Paulo são mais identificadas como parte do cinturão verde da capital
paulista, cujos VPAs maiores são os de frutas e hortaliças. A região delimitada
pelo EDR de Registro, composta em sua maior parte por municípios pertencentes
ao Vale do Ribeira, e o EDR de São Paulo são as únicas em que o maior VPA é de
fruta, no caso,
banana. O VPA de banana também aparece entre os cinco maiores no EDR de
Pindamonhangaba. Embora o VPA de carne de frango figure entre os cinco produtos
de maior VPA em 20 das 40 regiões do estado, o EDR de Bragança é um dos três
onde ele é o maior; as outras duas regiões são as dos EDRs de Campinas e de
Itapetininga. O VPA de carne bovina aparece entre os cinco
produtos de maiores VPAs em 39 das 40 regiões consideradas no trabalho,
ocupando a primeira colocação em 5 delas e a segunda em 16. A região que
apresenta o maior VPA de carne bovina é a do EDR de Presidente Prudente,
seguida pela de Presidente Venceslau e a de General Salgado. O VPA de carne bovina não
aparece entre os cinco de maior valor apenas na região do EDR de Mogi das
Cruzes, importante polo produtor de frutas e hortaliças, onde os maiores VPAs,
em ordem decrescente, foram o de caqui, o de cenoura e o de alface. Além das regiões dos EDRs de Registro e o de São
Paulo, o VPA de frutas aparece entre os cinco maiores em mais 14 regiões, sendo
que laranja para indústria aparece em 13; e tanto laranja para mesa quanto
limão e tangerina estão entre os cinco maiores VPAs em três regiões. Abacaxi,
uva de mesa, manga e maracujá estão presentes entre os cinco maiores VPAs em
uma região cada um, respectivamente no EDR de Andradina, Jales, Jaboticabal e
Registro.
O VPA de hortaliças figura entre os cinco de maior
valor em 8 das 40 regiões, sendo que tomate para mesa, além de ser o de maior
VPA no EDR de Itapeva, está presente também em Guaratinguetá e Mogi Mirim, em
quarto lugar nas duas regiões. O VPA de batata ocorre em terceiro lugar no EDR
de São João da Boa Vista e no de Itapetininga, e em quarto no de Itapeva. No
EDR de Sorocaba, o VPA de cenoura ocupa a primeira posição, seguido por alface
e beterraba, respectivamente em segundo e quarto lugar. Os maiores VPAs de
hortaliças são os de tomate para mesa, batata, cenoura, alface e cebola. O VPA de leite aparece entre os cinco maiores VPAs
em 15 das 40 regiões e apresenta-se em melhor colocação (segunda) nos EDRs de
Guaratinguetá e Pindamonhangaba, precedido pelo VPA de carne bovina em ambas
regiões, representantes de destaque da bacia leiteira do Vale do Paraíba. A região de Franca é a que apresenta o maior VPA de
café beneficiado, seguida pela de São João da Boa Vista e a de Marilia. O VPA de borracha, único produto florestal
considerado no cálculo, só aparece entre os cinco maiores no EDR de General
Salgado. O VPA de feijão encontra-se entre os cinco produtos de maior VPA na
região do EDR de Avaré, em quinto lugar. Da mesma forma, o VPA de mandioca industrial só aparece entre os
cinco maiores no EDR de Assis, em quinto lugar, precedido, em ordem crescente,
pelos VPAs de carne bovina, milho, soja e cana-de- -açúcar. O VPA de
arroz em casca encontra-se entre os cinco de maior valor no EDR de
Guaratinguetá, em terceiro lugar, precedido pelo de leite e o de carne bovina,
e também no EDR de Registro em quinto lugar, atrás dos VPAs de maracujá, tangerina,
carne bovina e banana. O VPA de amendoim em casca figura entre os cinco de
maior valor nos EDRs de Marilia e Dracena, ocupando respectivamente a quarta e quinta
colocação. Em termos de posição relativa no estado,
considerando as regiões que apresentam os maiores VPAs, houve algumas mudanças
mais expressivas. A região do EDR de Itapetininga evoluiu da 12ª posição para a
9ª em 2015 e a região do EDR de Tupã da 14ª para a 10ª, refletindo a
recuperação dos preços de ovos, amendoim em casca e também de café beneficiado
no primeiro semestre de 2015, produtos de destaque na região. As regiões dos
EDRs de Piracicaba e de Sorocaba também mostraram evolução expressiva,
respectivamente da 22ª para 15ª e da 17ª para 12ª. Outras regiões acusaram
involuções: na região do EDR de Franca, o VPA passou da 11ª para 17ª e a do EDR
de Araraquara da 13ª para 19ª. _________________________________________________________ 1ANGELO, J. A. et
al. Previsões e estimativas das safras
agrícolas do Estado de São Paulo, ano agrícola 2014/15, e levantamento final,
ano agrícola 2013/14, novembro de 2014. Análises
e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 10, n. 1, jan. 2015. Disponível
em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?cod 2______. et al.
Previsões e estimativas das safras agrícolas do Estado de São Paulo, ano
agrícola 2014/15, fevereiro de 2015. Análises
e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 10, n. 4, abr. 2015. Disponível
em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=13648>. Acesso
em: 9 out. 2015. 3______. et al.
Previsões e estimativas das safras agrícolas do Estado de São Paulo, ano
agrícola 2014/15, abril de 2015. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 10, n. 6, jun. 2015.
Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=13707>.
Acesso em: 9 out. 2015. 4______. et al.
Previsões e estimativas das safras agrícolas do Estado de São Paulo, ano
agrícola 2014/15, junho de 2015. Análises
e Indicadores do Agronegócio, v. 10, n. 8, ago. 2015. Disponível em:
<http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=13767>. Acesso em: 9
out. 2015. 5INSTITUTO DE
ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA. Banco de dados.
São Paulo: IEA. Disponível em:
<http://www.iea.sp.gov.br/out/previsao.html>. Acesso em: out. 2015. 6COMPANHIA DE
ENTREPOSTOS E ARMAZENS GERAIS DE SÃO PAULO - CEAGESP. Banco de dados. São
Paulo: CEAGESP. Disponível em: <http://www.ceagesp.gov.br>. Acesso em:
ago. 2015. 7INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Banco de dados. Rio de
Janeiro: IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatística/indicadores/preços/inpc_ipca/ipca-inpc_201508_1.shtm>.
Acesso em: out. 2015. 8HOFFMANN, R. Estatística para economistas. 2. Ed.
São Paulo: Pioneira, 1991. 42 p. Palavras-chave: Valor da
Produção Agropecuária.
Texto=13588>. Acesso em: 9 out. 2015.
Data de Publicação: 17/11/2015
Autor(es):
José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Paulo José Coelho (pjcoelho@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Denise Viani Caser (dcaser@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Carlos Roberto Ferreira Bueno Consulte outros textos deste autor
Danton Leonel de Camargo Bini (danton.camargo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eduardo Pires Castanho Filho (castanho@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor