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Pesquisadores analisam aspectos ambientais e sociais da mecanização na colheita da cana em Piracicaba
O impacto da mecanização da
colheita de cana-de-açúcar na região de Piracicaba é tema de artigo dos
pesquisadores da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo Carlos Eduardo Fredo, Raquel Castelucci Caruso Sachs e Mário Pires de Almeida
Olivette. Os três, que pertencem ao Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão
da Secretaria, analisaram o aumento da porcentagem de área canavieira colhida
com máquinas, destacando o ganho ambiental com o fim da queima da palha da
planta. Mas também chamam atenção para o problema da falta de emprego
enfrentada pelos cortadores. Publicado no Volume 45 da
revista “Informações Econômicas”, do IEA, o texto “Protocolo Agroambiental:
impactos da colheita mecanizada da cana-de-açúcar nas Unidades de Produção
Agropecuárias (UPAs) na Região de Piracicaba, Estado de São Paulo” tem seu
recorte na região piracicabana, que se mostra abaixo das metas estabelecidas
pelo Protocolo e que ainda demanda um grande número de trabalhadores. “O Protocolo Agroambiental foi um
enorme ganho para o Estado de São Paulo porque oficializou uma das
recomendações do governador Geraldo Alckmin para a Secretaria: ter a
agricultura amiga do meio ambiente. Unir sempre conservação e produtividade”,
ressaltou o Secretário de Agricultura Arnaldo Jardim. Os reflexos da mecanização
afetam principalmente os trabalhadores empregados na colheita manual. Na safra
2007/08, a estimativa do número de cortadores de cana-de-açúcar empregados na
colheita era de 13.699. Os municípios de Piracicaba e Rio das Pedras, com baixa
mecanização, eram os principais nas contratações de mão de obra. Na safra 2013/14, houve aumento
na área produtiva de cana-de-açúcar. Porém, com o aumento da mecanização, cerca
de quatro mil trabalhadores deixaram de ser contratados. Atualmente, Piracicaba
continua a ser o município que mais demanda trabalhadores, seguido por
Capivari. Inclusive, este último aumentou o número de contratações entre uma
safra e outra, tendência contrária observada em 29 municípios. Os pesquisadores observam que
não há dúvida que o Protocolo Agroambiental, instituído em 2007, foi uma
política pública que propiciou ao setor sucroenergético um desenvolvimento
econômico e ambiental, este último principalmente com foco na erradicação da
queima da palha da cana-de-açúcar, menor emissão de gases poluentes e
conservação de recursos hídricos. Porém, para um desenvolvimento com
sustentabilidade, o eixo social foi preterido. “Uma saída que amenize o
desemprego é a continuação de um Protocolo Agroambiental que pense também na
questão social do produtor que não tem capital para se mecanizar”, apontou o
pesquisador Carlos Eduardo Fredo. O artigo aponta para a
necessidade de se preocupar com a realocação destes trabalhadores,
desenvolvendo programas de requalificação profissional para evitar o desemprego
que se forma a cada safra. Para os pesquisadores, programas incentivados pelo
setor público e privado mitigariam os efeitos do desemprego ocasionado pelo
avanço da mecanização. Para ler o artigo na íntegra
clique aqui. Por Hélio Filho Mais
informações: Assessoria
de imprensa - Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
(11) 5067-0069
Data de Publicação: 27/08/2015
Autor(es): Nara Guimarães (naraguimaraes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor